quinta-feira, 18 de junho de 2015


CASAMENTO DE ALICE E PAULO

Alice e Paulo casaram-se no dia 6 de junho de 2015 no Iate Clube do Rio, situado junto à enseada de Botafogo, tendo como nave a beleza natural da cidade maravilhosa. Já noticiei neste blog a pré estreia deste casamento que agora se torna uma realidade social, com a confirmação das duas famílias reunidas.
Alice e Paulo se casaram de forma diferente, mas autêntica, tendo as estrelas como testemunhas e a abóboda celeste como teto de igreja.
Dois jovens, dentro do mesmo barco iniciam a sua viagem pelo grande oceano da vida, cercados de familiares. O amor era o principal vínculo desta caminhada a dois. Ao final da cerimônia, recebi de Joaquim Pedro, irmão da noiva, uma página muito lúcida que foi lida durante a cerimônia.
Transcrevo suas palavras no texto abaixo:
“Alice e Paulo, queridos amigos e familiares,
Alice e eu viemos de uma família que sempre comungou de valores muito sólidos, mas que ao mesmo tempo sempre celebrou as singularidades de cada um em seus relacionamentos.
Nossos pais são exemplos de que o amor duradouro nasce de princípios comuns, mas floresce mesmo nas diferenças e no respeito com relação ao espaço de cada um.
Nossa mãe Aparecida é a primeira filha de seis irmãos que muito jovem teve responsabilidades de adulta. Uma filósofa e médica de formação, com temperamento e opiniões fortes, e espírito prático. Por coincidência nosso pai Maurício também vem de uma família grande de seis irmãos. Um fotógrafo-arquiteto-ecologista de temperamento zen, econômico nas palavras e espírito livre. Duas personalidades distintas que sempre se complementaram – seja em belo Horizonte, em Bangalore, ou em Brasília.
Nossos avós também são exemplos de como é importante na vida a dois o respeito às individualidades de cada um.
Os pais de nossa mãe, Avô Delfino e Avó Zauhry, não podiam ser diferentes. A boemia de meu avô e sua paixão pelas amizades da noite sempre contrastaram com a praticidade e fé de minha avó, uma doce batalhadora e aglutinadora de pessoas. Mesmo separados, nossos avós nutriam um grande amor pela família, cada qual a sua maneira. Tanto Avô Delfino quanto Avó Zauhry estão em espírito conosco hoje abençoando essa união.
Também em espírito conosco hoje está nosso Avô Luiz Andrés, pai de nosso pai, um dedicado homem de família e médico-cirurgião que encontrou na artista renomada e nossa avó Maria Helena, presente aqui hoje, a sua cara metade. Se nosso avô Luiz era um professor-doutor apaixonado pela vida na fazenda, nossa avó  Maria Helena é uma cidadã do mundo, apaixonada pelas artes e espiritualidades. Essa união da ciência com a arte, de Entre Rios com a Índia, da disciplina com o espírito livre é mais um exemplo do casamento que celebra singularidades e que une opostos.
Nossos pais e avós – e muitos mais exemplos aqui presentes – mostram a importância do amor que encontra vida na interseção de duas personalidades distintas.
Quando casei com Fernanda há dois anos atrás, recebemos da Alice um lindo cartão em que ela falava sobre o amor e como ele deve ser cuidado como uma planta, que ao ser adubada e regada a cada dia, crescerá com raízes fortes e frutos saborosos.
Que o amor de vocês, Paulo e Alice, também seja regado e cuidado a cada dia, ciente de que duas árvores numa mesma floresta nunca crescem na sombra uma da outra. E que por meio da luz e espaço próprios, essas duas árvores se desenvolvem e crescem no mesmo compasso.
Que o amor de vocês, Alice a Paulo, saiba encontrar o equilíbrio da comunhão e da individualidade. Que seus passos caminhem lado a lado no mesmo ritmo sempre com um norte em comum. E que vocês saibam construir, cada qual a sua maneira, uma vida inteira juntos.
Muitas felicidades!
Joaquim Pedro”

*Fotos de Maurício Andrés

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quinta-feira, 4 de junho de 2015


MEMÓRIAS DE MÁRIO SILÉSIO, PINTOR E MURALISTA

No dia 13 de maio de 2015, Mario Silésio completaria 100 anos de idade.
Resolvi, como artista e amiga, prestar-lhe uma homenagem neste meu blog.
Conheci Mario Silésio nos anos 40, quando foi inaugurada a Escola Guignard.
Fomos da 1ª turma da escola. Guignard conduzia 40 alunos pelos caminhos da arte, despertando o potencial de cada um sem impor regras e conceitos.
Mario Silésio logo se destacou por seu imenso desejo de aprender.
Formara-se em direito como seu colega Amilcar de Castro, mas a sua vocação verdadeira era a arte, especialmente a pintura, à qual se dedicou até o fim da vida.
Lembro-me de Mario no parque, desenhando com a maior atenção troncos de árvores, com lápis duro, um desenho de grande precisão, lembrando gravura em metal.
Guignard nos levava sempre para o atelier da escola, um grande salão onde todos nós desenhávamos modelo vivo, retratos e “naturezas mortas”. Armava com cuidado alguns objetos, garrafas, frutas ou flores e, dentro daquela composição figurativa, Mario sobressaía com a limpeza de cores e a exatidão de formas, que mais tarde seriam o veículo principal de suas abstrações.
Pintar com muita gente perto, cada um colocando o seu modo peculiar de expressão era para mim grande novidade.
Essa diversidade foi de grande importância para seguirmos à frente cada um assumindo o seu caminho.
Guignard nos levava ao Rio para ver os alunos que deixara lá, e ali conhecemos o grande artista Iberê Camargo.
O intercâmbio com o Rio era necessário e também com São Paulo onde estavam as maiores oportunidades.
E foi justamente São Paulo o ponto principal da grande mudança que ocorreu na arte brasileira nos anos 50.
Foi a chegada de Max Bill no Brasil e a inauguração da I Bienal de São Paulo, que possibilitou essa mudança.
Íamos a São Paulo, entrávamos em contato com Mario Pedrosa, Volpi, Maria Leontina, Milton da Costa. Mario Pedrosa vinha a Minas Gerais e visitava nossos ateliês.
O abstracionismo que já começaria a se manifestar em Minas, tomou novas características com a chegada das ideias vindas da Europa. André Lhote, grande artista francês, veio a Belo Horizonte e teve contato com a Escola de Belas Artes Guignard e, após este contato, Mario Silésio obteve uma bolsa do governo francês em Paris.
Voltando ao Brasil, entre 1957 e 1960 executou diversos painéis em edifícios públicos e privados em Belo Horizonte, como o painel do Banco Mineiro de Produção, Condomínio Retiro das Pedras, Teatro Marília, Escola de Direito da UFMG, Departamento Estadual de Transito – Detran.
No Rio criou em Araruama um grande mural para o clube dos engenheiros.
Em 1964 executou os vitrais da Igreja de Ferros em Minas.
Este foi o grande percurso de um artista que começou a pintar na Escola Guignard, à sombra das árvores e mais tarde levantou voo para novos caminhos internacionais.

*Fotos de Maurício Andrés e da internet

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