Artista plástica, ex-aluna de Guignard. Maria Helena Andrés tem um currículo extenso como artista, escritora e educadora, com mais de 60 anos de produção e 7 livros publicados. Neste blog, colocará seus relatos de viagens, suas reflexões e vivências cotidianas.
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
terça-feira, 14 de agosto de 2012
MEMÓRIAS
Escolhemos o título de “Memórias” para a mostra inaugurada
dia 18 de agosto na Galeria “Livro Objeto”, na Pampulha. “Memórias” significa retornar ao passado,
revivê-lo, transcendê-lo.
Nesta trajetória de volta ao passado, revivi, sem palavras, momentos de
pesquisa, quando, ainda jovem, inaugurava o meu caminho dentro do
construtivismo. Eram dias e noites de intensa dedicação, vivendo o entusiasmo
de fazer a cor e a linha falarem por si mesmas, sem conteúdo anedótico. A linha
contínua foi o fio condutor de todas as descobertas, buscando sempre a essência
da forma. Dali surgiram os ”boizinhos” , hoje transformados em esculturas em
fio de ferro, depois os postes de luz que estruturaram as “cidades iluminadas”.
Havia sempre uma necessidade poética de expressar minha vida de dona de casa e
artista.
Releio hoje a mensagem que me chegou por email do meu amigo Jarauta, filósofo e historiador de arte: “Belíssimos trabajos, siempre me ham emocionado por su poética.” Estas palavras me fazem refletir sobre a poética na arte, uma das características do meu trabalho.
Na década de 50, cercada de filhos, eu trabalhava nas artes plásticas, dava aulas na Escola Guignard e escrevia também algumas poesias concretas. Transcrevo aqui uma delas:
Releio hoje a mensagem que me chegou por email do meu amigo Jarauta, filósofo e historiador de arte: “Belíssimos trabajos, siempre me ham emocionado por su poética.” Estas palavras me fazem refletir sobre a poética na arte, uma das características do meu trabalho.
Na década de 50, cercada de filhos, eu trabalhava nas artes plásticas, dava aulas na Escola Guignard e escrevia também algumas poesias concretas. Transcrevo aqui uma delas:
Escultura
a forma pura se eleva
se eleva como uma prece
se elevando
levantando
eleva
a alma também
forma branca
alva
brilhante
forma esguia
forma pura
forma síntese da vida
vida
plena
plenitude
forma pura musical
levantando
se elevando
se eleva como uma prece
se eleva como uma prece
se elevando
levantando
eleva
a alma também
forma branca
alva
brilhante
forma esguia
forma pura
forma síntese da vida
vida
plena
plenitude
forma pura musical
levantando
se elevando
se eleva como uma prece
De lá para cá fui mudando, acompanhando o meu itinerário de
vida. A vida não pode se expressar através de uma só forma.
Todo artista é sempre um mutante em potencial. Ele veio
com esta missão de se transformar e si mesmo e de conduzir outros a esta
transformação.
Transmutar
Transformar
Transgredir
Transubstanciar
Na exposição “Memórias” podem-se ver três pequenas
esculturas em ferro, executadas a partir de desenhos concretos, feitos na época
do concretismo brasileiro.
Os livros de artista trazem temáticas de barcos e cidades,
cada uma correspondendo a uma fase da minha trajetória.
As cidades correspondem a uma necessidade de disciplina, os
barcos à liberdade gestual.
Se o construtivismo no meu trabalho me conduziu à terra e ao
recolhimento familiar, os barcos significaram as viagens internacionais que
aconteceram a partir de 1961.
Hoje as viagens são rememoradas no meu blog “Memórias e
Viagens”. Continuo viajando de forma virtual. O blog “Minha vida de artista”
relata experiências no campo de várias artes e teve a colaboração de outras
pessoas.
Caminhando pela exposição “Memórias”, encontramos também uma
homenagem aos meus bisnetos, com quadrinhos lúdicos.
Arte vida
Idéias do passado
Vivências do presente
Assim vamos
Construindo também
Nosso futuro.
*Fotos de Rafael Chimicatti e Marília Andrés
VISITE TAMBÉM MEU OUTRO BLOG, “MINHA VIDA DE ARTISTA”, CUJO
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