segunda-feira, 24 de julho de 2017


CARTAS DA ÍNDIA III

Caros irmãos Luiz e Silvana, Silvaninha e Sabrina,

Prefiro mandar cartas desenhadas porque a inspiração está dando mais para isto agora. 

Poucas palavras, mais rabiscos. 

Gostei demais de sua carta com os detalhes sobre a casa, do desenho também, e das notícias sobre todos. 

Foi uma festa receber cartas, mas ao mesmo tempo uma peleja!
As cartas chegaram a Bangalore, foram remetidas para Madras para a casa de uns amigos de lá o Maurício, que já saiu de Pondichery há alguns dias via Calcutá-Delhi, pegou as cartas e mandou aqui para Pondichery.

 Estamos num “guest house” à beira da praia com coqueiros em frente, gramado para o Joaquim, e um mar muito verde que aproveitamos para recompor a saúde. 

Estou me recompondo realmente na base da homeopatia. Hoje procurei um homeopata por causa de uns problemas de fígado. Aqui os médicos são muitas vezes verdadeiros sacerdotes, ou yogues. Este não cobra, deixa a gente pagar o que quiser. Dá os remédios e ainda uns conselhos de vida. Entregar tudo para Deus, todos os sofrimentos. Tenho certeza de que vou melhorar muito.


Um abraço para você, Silvana e meninas,
Helena (Carta da década de 70) 


*Fotos de arquivo

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segunda-feira, 17 de julho de 2017


CARTAS DA ÍNDIA II

"Para Maria Regina, Azulino, Paulinho, Adriana, Joana, mamãe.

Maria Regina e Azulino.

Abraços saudosos. Vocês receberam as minhas cartas desenhadas?

Estou ainda tentando síntese Oriente – Ocidente com estas cartas, unindo o meu desenho ao deles. Tive notícias atrasadas daí, mas espero que tudo esteja bem agora. 

Seguimos para Madras dia 17.

As cartas podem ser mandadas para Bangalore mesmo, no mesmo endereço. Estamos esperando Eliana em Delhi. Visitamos Madras e Auroville enquanto o Maurício está em Calcutá.

E vocês, já mudaram? Aqui a temperatura está ótima, nem frio, nem quente. Tomei aulas diárias de Yoga, para o equilíbrio psico somático e também homeopatia, que aqui é bem adiantada. Estou me recuperando aos poucos dos choques sofridos no Brasil.

Abraços saudosos,
Helena." (carta da década de 70)

*Fotos de arquivo e de Marília Andrés

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segunda-feira, 10 de julho de 2017


CARTAS DE MINHA MÃE NAIR I

Encontrei por acaso um caderno com rascunhos de cartas de minha mãe Nair e selecionei algumas para este blog.

“Lourdes, 10 – 8 -67

Ontem não pude levar essa carta ao correio, de modo que ficou para hoje e assim, posso mandar mais alguma notícia.

Hoje tive uma grande satisfação, fiquei alegre mesmo, rindo à toa.

Antônio Eugênio fez o exame vestibular para Ciências Econômicas da Universidade Católica e passou com boa classificação. Já recebeu o trote, pintaram ele todo de preto, da cabeça aos pés, e os cabelos de vermelho, tendo antes cortado a parte de trás, como “caminho de rato” .

Chegou aqui numa figura cômica, mas radiante.

Agora, depois de ter transposto essa barreira, com a ajuda de Deus, daqui a 4 anos, teremos mais um economista. As aulas nessa Escola são à noite, de modo que poderá trabalhar pela manhã.

Recebi agora sua carta e fiquei muito satisfeita com suas notícias.

Era bom se viessem mesmo buscar os livros e o oratório, pois assim nós nos encontraríamos, pelo menos uns dois dias.

Fiquei muito penalizada com a trágica morte da irmã da Filó. Escrevi a ela e Eduardo, um cartãozinho dando pêsames.

Quero que faça por mim uma visita ao Rodrigo, mas espero que ele esteja bom.

Não tem nada que agradecer a hospedagem, pois a casa é de vocês e além disso, tenho sempre grande satisfação quando aqui estão.

Bem, muitas lembranças a todos.

Um grande abraço de sua mãe.
Nair”

*Fotos de arquivo


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segunda-feira, 3 de julho de 2017


CARTAS DA ÍNDIA I


Das minhas memórias, recolhi as cartas que foram enviadas a meus familiares.

“Mamãe, Marília, Paixão, Ivana, Euler, Artur, Isaura, Maria e todo o pessoal da casa,

Hoje resolvi visitar uma outra Yoga. Tomei um carrinho:olha em cima um indiano pedalando e eu olhando. Eram 6 horas da tarde. Resolvi sair com a fresca. O sol se pondo, lindo... Pensei que a Yoga fosse aqui mesmo, mas era noutra cidade vizinha, numa fazenda. Falei com o indiano para voltar mas ele não entendia inglês. Entreguei para Deus. 
Vi os campos de arroz lindíssimos, com gente trabalhando, tudo limpo, organizado. Campos verdes, coqueiros, choças de palha, lagoas, o cenário de uma beleza emocionante. Cheguei na tal fazenda às 6 e meia e o Yogue estava ocupado, mandou voltar amanhã... Enfim, valeu o passeio e a coragem de não ter medo.

Quando passamos pelo bairro operário de Pondichéry havia gente em quantidade, voltando do trabalho, cantando as ragas da tarde, outros cozinhando, tudo fora das casas, em frente à porta. Aqui usa-se trabalhar na rua. Levam tudo para o passeio: máquinas de costura, máquinas de escrever e, enquanto trabalham, apreciam a rua. 

As barraquinhas de mercado, iluminadas, vendem temperos, bananas, biscoitos, tudo variado. De repente virei para o ciclista: “Pára aí!”  Vi uns papagaios de papel iguais aos nossos do Brasil . Aqui tem outro nome, eu já me esqueci. Comprei um para o Joaquim Pedro soltar na praia amanhã. O menino está lindo com os banhos de mar. Ele e a Pá estão pretos. Eu vou mais cedo porque não aguento o sol depois de 9 e meia. Maurício foi hoje para Madras e segue depois para Calcutá. 

Estamos aqui por mais uns dias, porque ele precisa fazer pesquisa lá e não vai ser bom para o Joaquim deixar Pondichéry agora, porque está lindo de morrer, gordinho e queimado de sol, uma graça de garoto. Canta o dia inteiro com a voz grossa e por onde passa faz sucesso. 

Estou uma avó coruja... Vocês vão bem? Estamos completamente sem notícias, mas receberemos cartas em Calcutá.

Abraços,
Helena.” (Carta de 1978)

*Fotos de arquivo e da internet


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