terça-feira, 31 de dezembro de 2019


“PERNILONGOS”, UMA EXPERIÊNCIA NA ÍNDIA


Há alguns anos atrás eu estava na Índia em viagem de estudos. Havia freqüentado cursos sobre a unidade existente entre o ser humano e a natureza.

À noite, no dormitório, as vizinhas de quarto pediram cortinados para protegê-las dos pernilongos.

Resolvi fazer uma experiência de entrar em unidade com os pernilongos e dispensei os cortinados.

À noite, procurei conversar com eles de forma amigável, sem entrar em choque ou matá-los.

Fechei os olhos, esvaziei a mente e pronunciei palavras de amizade e paz para os insetos.

Pensei comigo mesma:
“Pernilongos na Índia devem entender inglês.”
“I love you, I’m one with you, but ... please, go away, don’t kiss me!”

No dia seguinte eu estava vitoriosa. Nenhum pernilongo me picou!

Hoje,estou tentando fazer o mesmo com os nossos mosquitos venenosos. Espero que eles não se aproximem de mim.

Isto não impede de também usar repelentes, pode ser que algum deles seja surdo e não escute a minha mensagem.

*Fotos de Eliana Andrés e da internet

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terça-feira, 17 de dezembro de 2019



FESTIVAL VIVA JECEABA


Quando meus filhos eram pequenos, eu me deslocava de trem, saindo de Belo Horizonte para Entre Rios de Minas. A locomotiva saía sacudindo pelos trilhos e, entre mamadeiras e mingaus esquentados em fogareiro, chegávamos à estação de Jeceaba. Ali, nos esperava a “jardineira” de Chico Marzano. A viagem era divertida, as crianças apreciavam a paisagem passando rápida através dos vidros do trem. Jeceaba, ou Camapuã era parada obrigatória.
Hoje, a cidade cresceu e está desenvolvendo um projeto cultural, o “Festival Viva Jeceaba!” Ivana, Luciano e Evaldo, integrantes do Grupo “Voz e Poesia” participaram do festival com um show poético musical e com a oficina “Descubra o seu talento artístico” . Ela teve como objetivo, despertar e desenvolver o potencial artístico de cada participante, individual e coletivamente. Em atividades individuais e coletivas, o participante entrou em contato com técnicas diversas de expressão artística, nas áreas de canto, teatro, poesia e artes plásticas.
O Festival nos convida a ‘viver’ e ‘sentir’ Jeceaba por meio do teatro, oficinas e música. Em sua terceira edição, o evento visa multiplicar a promoção e difusão de cultura, instigar o conhecimento, promover formação e, principalmente, ampliar nossa conexão com a cidade. Voltadas para crianças, adolescentes e adultos, as oficinas aconteceram  em Jeceaba e nas APAEs de Congonhas e Entre Rios de Minas. Em Jeceaba foram realizadas as seguintes oficinas; A arte de contar histórias; Descubra seu talento artístico; Dobrarte, a arte de dobrar papel; Mural, cidades indivisíveis; Teatro de Sombras e Tintas de terra. Nas APAEs foi ministrada a oficina de “Arte e Integração”.
Jeceaba foi palco de muitos eventos, entre eles, Teatro de bonecos, Espetáculos Cênico Musicais, Roda de Capoeira, Espetáculo de Contação de Histórias, espetáculo Circense, e vários shows musicais, dentre eles o excelente trabalho de Tuca Boelsums, músico de Entre Rios de Minas. No  domingo, 15 de dezembro, comemorando o aniversário da cidade, aconteceu o  6º Festival de Bandas de Música. Desfilaram, além da Corporação Musical Nossa Senhora da Conceição de Jeceaba, as bandas de Funilândia, Senhora de Oliveira, Lamim, Belo Vale, Desterro, Entre Rios de Minas, Congonhas e São Brás do Suaçuí.
Como diz Márcia Gomes, secretária de Cultura e Turismo de São João Del Rey, “é preciso despertar sentimentos de pertencimento e identidade. Quando fortalecidos ajudam no “estar presente”, no “pertencer”. É preciso perceber como valorizamos nossa cultura, meio ambiente, tradições, a dedicação com o futuro, a responsabilidade com nossas memórias e o comprometimento com a preservação e a valorização do nosso patrimônio material e imaterial. O pertencimento cria uma identidade no indivíduo que fará com que ele, inserido dentro de uma comunidade e num contexto específico, se empenhe para que coletivamente lute por uma sociedade mais justa.
Fotos de Ivana Andrés
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quarta-feira, 27 de novembro de 2019


AS VIAGENS E O “AQUI E AGORA”


Encontrei nos meus arquivos este trecho de um diário escrito nos anos 80. Segue a transcrição abaixo.

Deixamos Bangalore às 6 da manhã. A quietude do ashram, o silêncio, o gorjeio dos pássaros. Um pássaro fez as “necessidades” em minha cabeça, enquanto eu esperava o ônibus. 

Crianças, mulheres, homens, moram em frente ao ashram. Tecem cestos de dia, cozinham à noite, dormem debaixo dos cestos.

Luta para tomar o ônibus, discussão por causa de lugar, quase briga. O povo é assim. Ônibus populares são super cheios e saem por aí balançando com 100 pessoas dentro.

 Vim com 3 malas, carregando coisas desnecessárias, minha segurança, como as tartarugas. Remédios em quantidade. Deus dá à gente aquilo que a gente precisa no momento e, no momento, por incrível que pareça, minha segurança está em tomar remédios. Procurando fora o que vai remediar dentro – remédios, remédios.
Preciso agora me descartar da mania de segurança, de remédios. Por que tantos embrulhos, pacotes, cobertores? Madras é tão quente, mas eu quase adoeci, mesmo em Bangalore, com o frio. Agora estou no calor, lembrando o frio, a chuva de Bangalore. Um ventilador e eu suando, suando. Será que as doenças não vêm do medo do entorno?

Reagir? Estar cada dia num lugar significa ter de se adaptar ao entorno. Coisas diferentes, lugares diversos.

O ashram de Ramana Maharish na cidade de Tiruvanamalai me deu a lição do que é ser “jnani”, que significa buscar a sabedoria através do autoconhecimento. “Quem sou eu?” É o mantra repetido por todos. Chegamos às 2 e meia da tarde, cansados, com fome. Fomos recebidos com a maior cordialidade. Os velhinhos andam quase nus, como Ramana. Um deles veio até nós. Convidou-nos a fazer nossa inscrição.
Almoçamos sentados no chão e o velhinho nos serviu. Alto, os pés inchados, os olhos transmitindo paz. Colocou no chão o prato de folha. Veio um jovem moreno com arroz, verduras, coalhada, leite, água. Há a preocupação de SERVIR. Reparei isto – poucas palavras, mas o exemplo da verdadeira “Jnana Yoga”, Yoga da Sabedoria. Tudo é baseado no autoconhecimento. Somos iguais. O hóspede é visto como parte do Todo – parte de nós mesmos. Outra nota: primeiro o bem estar do hóspede. Não há uma organização a preservar. Chegamos com atraso de 2 horas e fomos servidos com o maior carinho.

A tônica é o SILÊNCIO. Escutar o SILÊNCIO. O conhecimento intelectual nos coloca falando, falando. O conhecimento de nós mesmos nos conduz ao silêncio. Paz. Não há necessidade de grandes explanações, mas a gente sabe que ali moram sábios.

*Fotos da internet

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terça-feira, 19 de novembro de 2019



POSTES DE LUZ


Quando eu era menina, gostava de soltar papagaios na rua. Era um prazer vê-los subir, ganharem os céus, seguirem o vento, sustentarem-se no ar. Fazíamos nós mesmos os papagaios de papel de seda e a disputa entre os amigos era de ver quem chegava mais longe, mais perto do céu.

 Mas, os postes e fios elétricos significavam sempre a morte dos papagaios. Impossível salvá-los das correntes elétricas: também havia o perigo de puxá-los, restava apenas assistir à sua decomposição no tempo, as cores desbotando com a chuva, as caudas sendo arrancadas pelo vento. Este foi o meu primeiro contato com os postes da CEMIG. 

Depois eles voltaram insistentemente nos meus desenhos e assumindo significados diferentes de acordo com a época, e a vivência do momento.

Vieram de longe, acompanhando o meu caminho na arte. Significavam a cruz da Via Sacra, a forca de Tiradentes, a guilhotina da Revolução Francesa. Receberam cores nas Cidades Iluminadas e nos barcos, morreram na minha fase de Guerra.

Em outro painel, realizado para um grupo escolar no bairro Céu Azul em Belo Horizonte, os postes ganharam um significado lúdico. Transformaram-se em torres e castelos. Parecem pagodes chineses, lanternas iluminadas. 

As estórias da infância estão sempre exercendo um efeito mágico sobre minha arte. Relacionei o conteúdo do painel com as mil e uma noites e ele saiu espontâneo e descondicionado. Não existe separatividade entre o que ficou marcado na infância e o que estamos vivenciando no presente. Arte e vida estão ligadas no eterno agora.

*Fotos de arquivo

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terça-feira, 5 de novembro de 2019


GOA ÍNDIA PORTUGUESA XII


Se eu quiser
Que a minha
Energia suba
E se purifique
Não preciso
Fazer ginástica
Nem concentração
Nem respiração.
Apenas paro
E desenho.
Aos poucos
A paz me envolve.
Muitas vezes a
Paz nos chega
De repente
Quando nos absorvemos
Na paisagem.
Quando deixamos  
De querer
Alcançar
Qualquer coisa.
Além da mente
No silêncio
Não existe esforço.
A paz nos chega
Como uma benção
No momento devido.
Nesta hora 
Somos tudo
E somos nada.

*Ilustrações de Maria Helena Andrés

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segunda-feira, 28 de outubro de 2019


GOA ÍNDIA PORTUGUESA XI


Mosteiro
De Santa Mônica
Construído
Por Felipe IV
Rei de Portugal
Em 1536
Antonio de Albuquerque
Assistiu à cavalo no alto
Do morro, a retomada de Goa
Aos mouros.
Barroco, arte do mar
Das grandes descobertas.
O homem deixa de ser
O centro do
Universo
Para atirar-se
No desconhecido.
A aventura do além mar
É a descoberta
De novos mundos.

*Ilustrações de Maria Helena Andrés

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segunda-feira, 21 de outubro de 2019


GOA PORTUGUESA X


Mesinha trabalhada
Em flores e frutos.
Mistura de estilos.
Vasos chineses
Santos cristãos.
Em marfim
A presença
De várias
Culturas.
Ponto central
De encontro
Do extremo oriente.
Oriente médio
Índia
Portugal
Américas.
Frutas do Brasil
Foram plantadas
Na Índia e vice versa.

*Ilustrações de Maria Helena Andrés

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terça-feira, 15 de outubro de 2019


GOA, ÍNDIA PORTUGUESA IX


A arte cristã de Goa
Deixa-se influenciar
Por motivos da arte
Hindu e muçulmana.
Na velha Goa
Considerada
A Roma do oriente
Realizou-se
Através da arte
A síntese Oriente-ocidente.
O barroco
Arte do mar
E das Grandes aventuras
Misturou-se
Ao espírito oriental
Dos hindus e
Muçulmanos.
Os templos cristãos
Parecem fortalezas
Medievais
Construídos
Sobre as
Ruínas dos
Templos árabes.
São a supremacia
Da força
E a implantação
Do reino de
Portugal
Em terras
Indianas.
O orientalismo
Da arte manuelina
Manifesta uma
Síntese de
Várias culturas.
Influências
Complexas
Vindas da
África
Da china
Indochina
Arábia, Pérsia.
A mão do branco se
Une às mãos
Escuras dos
Artistas da
Terra
Trazendo arabescos
Florões.
O preenchimento completo
Do vazio.

*Ilustrações de Maria Helena Andrés

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segunda-feira, 7 de outubro de 2019


ÍNDIA , VARANASI


Varanasi foi a última cidade dessa viagem incrível à India. Cheguei à cidade ainda fascinado com a modernidade de Bangalore, e já de cara percebi que a beleza de Varanasi era a de uma cidade milenar, tradicionalmente religiosa e de muitos peregrinos.  
Varanasi - ou Benares – é a cidade de Shiva, um dos deuses hindus mais 
importantes. A cidade se localiza à beira do rio Ganges. Formada por muitos
 “ghats" ou plataformas construídas à beira do rio por marajás e lideres políticos de toda a Índia, Varanasi é uma cidade viva. As escadarias na margem do rio emendam-se umas nas outras, e os prédios e palácios imponentes se espalham.
Muitos "sadhus" se deslocam pelas ruas, tendo renunciado à vida ativa e se
 
recolhido em um dos muitos asilos da cidade. Muitos peregrinos vêm à Varanasi
 em busca da purificação no rio Ganges. As cerimonias de aarthi ao anoitecer são 
celebradas todo dia, comemorando mais um dia de luz com musicas, fogos e
 velas jogadas no rio. Os barcos percorrem o rio e as ruas da cidade, sempre cheias, 
demonstram vitalidade comercial intensa. Os templos são lindos e a
 
universidade, uma das maiores da India, oferece cursos de engenharia,
 
medicina ayurvedica e yoga.

O tour de barco no rio Ganges, ao amanhecer, é imperdível. Antes mesmo dos
 primeiros raios de sol, as pessoas se dirigem ao rio para tomar o banho 
matinal sagrado. Fazem exercícios, mergulham na água, escovam
 
seus dentes, lavam sua roupa. O sol nasce vermelho no outro lado da margem e
 
os raios refletidos nos prédios dão um ar mágico amarelado à cidade. Aos
 
poucos Varanasi acorda.

Uma das atrações mais impressionantes é o crematório gigantesco ao ar livre
 à beira do rio. O que poderia ser uma cena mórbida e bizarra de morte leva aqui um tom solene em que a morte é vista como algo absolutamente natural.
É difícil descrever as cenas - voltei ao local mais de três vezes. Os eventos 
nos mostram como o indiano tem outra visão do ciclo de vida humano.

Diz a lenda que quem morre ou é cremado em Varanasi se liberta dos ciclos de
 
nascimento e morte. Portanto, muitas pessoas escolhem morrer ou serem
 
cremadas aqui. O corpo, enrolado em uma gaze branca e com ornamentos, é
 trazido por parentes no mesmo dia de sua morte, numa maca improvisada de bambu. E banhado no Ganges para purificar-se, salpicado de sândalo e outros materiais ritualísticos, e depois colocado no topo de uma fogueira ardente recém-armada. Em três horas, ao lado de ao menos 15 outras piras, ao ar livre, com turistas assistindo, vacas, cachorros e bodes ao lado, o corpo se carboniza em cinzas. As cinzas são coletadas, jogadas no Ganges, e a fogueira é rearmada para o próximo defunto.
Na há dramas, não há choros. Há pouquíssimas mulheres presentes, pois há
 alguns anos atrás uma delas se jogou na fogueira de seu marido. Proibiu-se a presença delas por receio de não conseguirem conter a emoção. Os filhos cortam todo o cabelo e vestem-se de branco, simbolizando a purificação. Uma pessoa 
local me disse que o evento na verdade é motivo de celebração.

Perto de Varanasi há também Sarnath, local onde Buda fez seu primeiro sermão
 depois de iluminado. O local é muito bonito, no meio de um bosque verde e arejado. É um dos locais mais sagrados do budismo. Ali existe um museu de Sidarta com relíquias encontradas no local.
Varanasi é um programa imperdível para quem se interessa pelo hinduísmo,
 budismo ou simplesmente busca uma experiência completamente diferente. O que se passa aqui se repete há 2.000 anos! Uma bela forma de fechar essa viagem a Índia com chave de ouro!
*Fotos da internet
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segunda-feira, 30 de setembro de 2019


ÍNDIA, BANGALORE


Cheguei a Bangalore animado por reconectar as raízes. De cara, Bangalore me pareceu muito mais desenvolvida que as outras cidades indianas. As ruas estão em melhor estado, os prédios mais modernos, o transito mais civilizado.
A cidade é cheia de jardins construídos na época dos ingleses. Parece um pouco com Belo Horizonte, com seu jardim botânico, bulevares verdes e clima ameno. As pessoas são muito amáveis e gentis. O Secretariat, um prédio governamental enorme onde está escrito "Government Work is God's Work" é imponente e bonito.
De cara fui ao Hotel Harsha, onde fiquei com meus pais em 1977. O hotel se transformou em um prédio de luxo, sem muito charme. Também procurei minha antiga escola Blue Bell, que depois soube ter mudado de nome, dono e endereço.
O desenvolvimento da cidade é impressionante. Ha prédios moderníssimos, parques tecnológicos, complexos corporativos enormes. A cidade é considerada o vale do silício indiano, onde se concentram as maiores empresas de tecnologia. Lembrou-me um pouco a China e seus parques industriais.
Fui a bons restaurantes - um chinês chamado Aromas of China e outro Japonês chamado Harima - e conheci Vinod Vyasulu, amigo de meu pai. O Vinod é uma figura muito gentil e engraçada, lembrou bem dos tempos de 1977. Fomos a um jantar juntos com ele e sua esposa Pornima.
Fui também a Mysore, onde vi o belo palácio construído pelo Marajá ha cem anos. A arquitetura é grandiosa e muito ornamentada, com cores fantásticas, belas esculturas e pinturas. As inúmeras abobadas enfeitam o palácio, que hoje é parte museu parte residência do Marajá atual.
Fui também a Kenchankuppe, aldeia que meu pai pesquisou em 1977. A aldeia pequena abriga 700 casas e é supersimpática. Visitei o bar, a escola e lá conheci o diretor. Fui "atacado" por 100 crianças perguntando de onde eu era, o que fazia... O diretor reclamou não ter livros. Resolvi correr a Bangalore, comprar uns 100 livros e material de ensino e fazer lá uma mini sala de leitura. Voltei depois de 2 dias para inaugura-la e o diretor ficou muito comovido. As crianças se aglomeraram, cada uma com um livro em mãos, e fizemos uma grande festa. Falei que era uma homenagem a meu pai que havia trabalhado ali!
Gostei muito de Bangalore, da cidade, das pessoas. A influência inglesa é muito grande. Os jardins fazem dela uma cidade agradável, limpa e oxigenada. E a modernidade é claramente retratada nos prédios e bairros como Whitefields e Electronic City, cheias de empresas de tecnologia.
Segui para Varanasi depois de 5 dias, já com saudades....
Fotos de Joaquim Pedro e de arquivo
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domingo, 22 de setembro de 2019


INDIA V - BOMBAIM


Nesta postagem dou prosseguimento ao relato do Joaquim Pedro na Índia.

"Depois de duas semanas com parentes, numa viagem superinteressante pelo norte do país, parti para Bombaim para conhecer o sul. A maior cidade da Índia, com 18 milhões de habitantes, é toda formada por aterros no que foram, há 400 anos, sete ilhas independentes. A cidade inicialmente dada como dote por Portugal à Inglaterra, sempre teve suas raízes no comercio marítimo. Bombaim não tem a riqueza espiritual de Rishikesh, a exuberância do Rajastão, ou o charme de Delhi.
A arquitetura da cidade é inteiramente moldada com referencias europeias devido à forte influencia inglesa. A universidade tem prédios parecidos com o Big Ben e a Notre Dame de Paris. A estação de trem Vitoria é muito parecida com a St Pancras em Londres. Os conjuntos urbanos são muito mais familiares ao olho ocidental.
A cidade tem uma orla linda chamada Marine Drive que se parece muito com Copacabana. Ha uma mesquita construída no meio do mar, com um pequeno boardwalk que se esconde durante a mare cheia. Há o Gate of India, copia do arco do triunfo, feito para receber os reis ingleses. E há o famoso Taj Hotel, construído por um magnata Parsi, por ter sido excluído do hotel inglês local.
A indústria de Bollywood, maior que Hollywood, produz 120 filmes por ano. Os filmes são melodramáticos e sempre trazem interseções musicais. O astro maior Amitabh Big B Bachchan está por todo lado.
Distante uma hora de Bombaim está a Ilha de Elefanta, com um incrível templo de Shiva esculpido direto na pedra. São estatuas monumentais, detalhadas, incluindo três caras de Shiva de quatro metros de altura. Foram feitas há 600 anos!
Em Bombaim, os motoristas de taxi vêm de Delhi, os comerciantes são Parsis e de Gujarat. Cada qual tem sua função."
*Fotos da internet
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