A história abaixo,encontrada no livro “A via de Chuang tzu” cujo autor é Thomas Merton, nos leva a boas reflexões sobre a integração do ser humano à Natureza.
“Khing, o mestre entalhador, fez uma armação para
sinos,
De madeira preciosa. Quando terminou
Todos que aquilo viram, ficaram surpresos.
Disseram
Que devia ser obra dos espíritos.
O Príncipe de Lu disse ao mestre entalhador:
“Qual é o seu segredo?”
Khing respondeu: “Sou apenas operário:
Não tenho segredos. Há só isso:
Quando comecei a pensar no trabalho que me
ordenaste,
Protegi meu espírito, não o desperdicei
Em ninharias, que não vinham ao caso.
Jejuei, a fim de pôr
Meu coração em repouso.
Depois de jejuar três dias,
Esqueci-me do lucro e do sucesso.
Depois de cinco dias
Esqueci-me do louvor e das críticas.
Depois de sete dias
Esqueci-me do meu corpo
Com todos os seus membros.
“nesta época, todo pensamento de Vossa Alteza
E da corte se esvanecera.
Tudo aquilo que me distraía do trabalho
Desaparecera.
Eu me recolhera ao único pensamento
Da armação do sino.
“Depois fui à floresta
Ver as árvores em sua própria condição natural.
Quando a árvore certa apareceu a meus olhos,
A armação do sino também apareceu, nitidamente,
Sem qualquer dúvida.
Tudo o que tinha a fazer era esticar a mão
E começar.
Se eu não houvesse encontrado esta determinada
árvore
Não haveria
Qualquer armação para o sino.
“O que aconteceu?
Meu próprio pensamento unificado
Encontrou o potencial escondido na madeira:
Deste encontro ao vivo surgiu a obra
Que você atribui aos espíritos.” (Thomas Merton, A
via de Chuang tzu, Editora Vozes, 1974)
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