terça-feira, 20 de setembro de 2011

O ZEN E A ARTE DE VIAJAR

"O Zen e a arte de viajar”, foi tema de uma palestra no Centro de Budismo Ocidental, em Kathmandu, no Nepal.

Sentados no chão, vinte alunos ocidentais vindos da Europa, da Austrália, dos Estados Unidos e do Brasil escutavam atentos as explicações do jovem instrutor.

“Somos todos viajantes, estamos aprendendo na grande universidade da vida, sem currículos e diplomas. Viajar é um grande aprendizado. A viagem nos possibilita a vivência do agora, o desapego e a aceitação das mudanças da vida. Somos viajantes e temos que nos submeter às diferenças climáticas e culturais, também aos espaços sem conforto”.

- “As mudanças são necessárias para o nosso crescimento”, nos diz o jovem inglês. A partir das mudanças externas, uma outra viagem descortina-se para nós, a viagem para dentro de nós mesmos. Viajar com disposição de aprender acelera o nosso processo de auto-conhecimento. Em busca do Conhecimento, os sábios antigos andavam a pé pelo país, peregrinando de cidade em cidade.

Só o fato de sair da rotina coloca-nos mais atentos ao momento presente, ao novo que surge a cada instante. Compreender a impermanência é um aprendizado de vida. Quando estamos viajando mudamos de cenário a cada momento e isso nos ajuda a aceitar a impermanência física, psicológica e mental. As coisas que aconteceram ontem não existem mais, cada minuto que passa desaparece no vazio.

Viajar é bom para auto-descoberta. Ficamos sabendo como somos quando arrumamos nossas malas. Quanto maior for a nossa bagagem, maior é a nossa insegurança. Queremos levar tudo, carregar a proteção nas costas e cruzar o rio da vida com nossos pertences. São eles, roupas, sapatos, compras, livros, remédios... Eu observava o despojamento das pessoas em torno e ficava admirada.

- “Mas, a sua bagagem é só isso? Um cobre leito, dois vestidos e uma sandália?”

Ali não havia preocupação com o consumo. As pessoas querem aprender a viver e a conscientizar-se da vida, sem ilusão de acumular coisas. O despojamento traz sempre grande liberdade. A simplicidade é a tônica. O não consumismo é a grande sabedoria.


*Fotos da internet

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