domingo, 5 de fevereiro de 2012

PARIS

"Il y a une place au coin de la rue".  Abro as janelas e escuto a lição do áudio visual de francês.  "Voilá le passage clouté".  Estamos em Paris. Este hotel já foi quartel general dos alemães, durante a ocupação.  Na passagem "clouté", os pedestres avançam, vestidos de capa cor de areia. O outono começou, um vento frio sopra sobre a cidade e os parisienses se agasalham. Estamos perto da zona comercial e podemos observar sem esforço as vitrines de Paris. À direita, uma livraria com livros de D. Helder Câmara, que é muito conhecido aqui, à esquerda as casas de moda, mostrando o bom gosto e a sobriedade das francesas. Nas esquinas, o cafezinho servido nas calçadas, ponto de encontro para um bate-papo.    
            "Liberdade, Igualdade, Fraternidade!"           
            A Marselhesa parece se estender pelas ruas de Paris, prolongando o ideal revolucionário. A noção de liberdade do francês não encontra limites. Há a liberdade de pensamento, de costumes, de expressão. O respeito à liberdade do outro, caracteriza de certo modo o espírito do francês. Há falta de expansão mesmo na juventude, que não se exalta em discussões nas esquinas, como nos demais países latinos. A liberdade é contida dentro dos limites que a educação exige, não se ouvindo o  som tocar a toda altura, porque o vizinho tem o direito ao silêncio. Paris chega a ser, às vezes, uma cidade triste, quando se lembra de Roma e da exuberância italiana.
            Mas, com a crescente onda de estudantes negros vindos da Argélia, o silêncio do francês tende a se modificar. A imigração vinda da África traz música e expansão para os países onde consegue penetrar. E na Paris do momento, os africanos misturam-se aos brancos, sem preconceitos.
            "O Café de Flore", antigamente ponto de reunião de artistas e literatos, é freqüentado agora pelos tipos mais bizarros.
            Uma senhora de idade, vestida de homem, gravata e cartola roxa, acaba de sair de uma galeria de arte, onde discutiu política o tempo todo. A galeria Valérie Schmidt, ponto de reunião de escritores e artistas, inclui em seus "habitués" também os antigos membros da Resistência Francesa.
            O francês rememora com carinho os heróis da guerra, aqueles que defenderam a França à custa da própria vida. É comum encontrar-se ao longo dos muros de pedra uma inscrição diariamente enfeitada de flores: "Aqui morreu um herói em defesa da pátria".
 *Fotos da internet
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