No
dia 13 de maio de 2015, Mario Silésio completaria 100 anos de idade.
Resolvi,
como artista e amiga, prestar-lhe uma homenagem neste meu blog.
Conheci
Mario Silésio nos anos 40, quando foi inaugurada a Escola Guignard.
Fomos
da 1ª turma da escola. Guignard conduzia 40 alunos pelos caminhos da arte,
despertando o potencial de cada um sem impor regras e conceitos.
Mario
Silésio logo se destacou por seu imenso desejo de aprender.
Formara-se
em direito como seu colega Amilcar de Castro, mas a sua vocação verdadeira era
a arte, especialmente a pintura, à qual se dedicou até o fim da vida.
Lembro-me
de Mario no parque, desenhando com a maior atenção troncos de árvores, com lápis
duro, um desenho de grande precisão, lembrando gravura em metal.
Guignard
nos levava sempre para o atelier da escola, um grande salão onde todos nós
desenhávamos modelo vivo, retratos e “naturezas mortas”. Armava com cuidado
alguns objetos, garrafas, frutas ou flores e, dentro daquela composição
figurativa, Mario sobressaía com a limpeza de cores e a exatidão de formas, que
mais tarde seriam o veículo principal de suas abstrações.
Pintar
com muita gente perto, cada um colocando o seu modo peculiar de expressão era
para mim grande novidade.
Essa
diversidade foi de grande importância para seguirmos à frente cada um assumindo
o seu caminho.
Guignard
nos levava ao Rio para ver os alunos que deixara lá, e ali conhecemos o grande
artista Iberê Camargo.
O
intercâmbio com o Rio era necessário e também com São Paulo onde estavam as
maiores oportunidades.
E
foi justamente São Paulo o ponto principal da grande mudança que ocorreu na
arte brasileira nos anos 50.
Foi
a chegada de Max Bill no Brasil e a inauguração da I Bienal de São Paulo, que
possibilitou essa mudança.
Íamos
a São Paulo, entrávamos em contato com Mario Pedrosa, Volpi, Maria Leontina,
Milton da Costa. Mario Pedrosa vinha a Minas Gerais e visitava nossos ateliês.
O
abstracionismo que já começaria a se manifestar em Minas, tomou novas
características com a chegada das ideias vindas da Europa. André Lhote, grande
artista francês, veio a Belo Horizonte e teve contato com a Escola de Belas
Artes Guignard e, após este contato, Mario Silésio obteve uma bolsa do governo
francês em Paris.
Voltando
ao Brasil, entre 1957 e 1960 executou diversos painéis em edifícios públicos e
privados em Belo Horizonte, como o painel do Banco Mineiro de Produção,
Condomínio Retiro das Pedras, Teatro Marília, Escola de Direito da UFMG,
Departamento Estadual de Transito – Detran.
No
Rio criou em Araruama um grande mural para o clube dos engenheiros.
Em
1964 executou os vitrais da Igreja de Ferros em Minas.
Este
foi o grande percurso de um artista que começou a pintar na Escola Guignard, à
sombra das árvores e mais tarde levantou voo para novos caminhos internacionais.
*Fotos
de Maurício Andrés e da internet
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TAMBÉM MEU OUTRO BLOG “MINHA VIDA DE ARTISTA”, CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA.
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