Bangalore 14 de julho de 1977
Querida Mamãe,
Vai este retrato do Maurício que é seu afilhado além
de neto – para matar saudades.
Muito boa a atuação dele aqui, com aquela paz e
cordialidade, sem esquentar cabeça, trazendo luz para tanta coisa, muito
importante realmente!
Estou empenhada agora no trabalho Arte e Educação, e
cheguei à conclusão de que ele era mais importante do que o painel do Instituto
Raman. Vou desistir dele.
Se o governo da Índia e o governo do Brasil estão
interessados na pesquisa, é melhor trabalhar para os dois países. Aliás, é
interessante correr escolas, ver de perto o modo como lidam com as crianças, a
forma de educar o povo. Em Bangalore, o Museu de Ciência tem dois ônibus
enormes, levando instruções científicas para o povo do interior, que não pode
vir às cidades. De aldeia em aldeia, ensinando através de pequenos cenários
tipo “presépio do pipiripau”, mostrando a evolução da ciência desde a idade da
pedra até a era dos foguetes – confesso que fiz um verdadeiro curso aqui nesses
museus, e tudo sem esforço, sem nota, aprendendo com a liberdade, como diz o
diretor do museu.
Tenho viajado sempre para Madras, onde está a Eliana.
Pensamos muito em você, mamãe, iria adorar o lugar. É situada dentro de um
parque enorme, comida ótima, muita gente nova e gente idosa andando de
bicicleta.
Quem não sabe andar, anda de “riquixó”, uma espécie
de charrete, tendo à frente bicicleta.
Quem sabe você poderia vir com os aluguéis, etc?
Agora tudo está mais fácil, do momento em que se
compreende as semelhanças do mundo. Há tanta gente boa aqui...
Um abração grande pelo dia 10
Da filha,
Helena
*Fotos de arquivo e da internet
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