O templo de Shiva Lingam, dedicado à energia
criadora, foi construído pelos antigos numa praia belíssima ao sul do Golfo de
Bengala. É cavado num só bloco de pedra, sem emendas. Imagens em granito
circundam o templo, representando Shiva e sua esposa. A pedra foi cavada com
amor e carinho por mãos anônimas, reverenciando os deuses de antigamente.
A
Índia não perdeu a ligação com o passado. Passado e presente estão unidos num
todo, o eterno agora. A força do símbolo é uma constante. A imagem emerge da
pedra talhada, como se desta pedra emergissem seres ligados a antigas
civilizações. Os hindus têm necessidade de imagens para dar forma à sua
necessidade mística de devoção.
Imagino
o quanto de trabalho, talvez de gerações seguidas, para se construírem esses
templos. A pedra é dura e, para ser partida, o sistema egípcio foi usado:
pequenos orifícios onde colocavam madeira umedecida. Com a mudança de
temperatura a madeira inchava ou contraía, provocando o rompimento da pedra. As
formas humanas foram esculpidas com a força do instrumento, na base do martelo.
Não havendo máquinas, toda energia era a humana, fluindo dos braços, deixando a
forma surgir no espaço. Quantos anos foram necessários para esse contato direto
com a pedra, transmutando o interior das rochas, das cavernas, recortando
bichos e homens, elevando escadarias por onde sobem os devotos e transeuntes.
Turistas, querendo o flash do momento, procuram captar em suas câmeras, o que
levou centenas de anos para ser construído. Houve um impulso conduzindo as
diversas mãos para a edificação desses famosos templos, uma energia espiritual
circulando na pedra.(Trecho de diário de viagens, 1992)
*Fotos de arquivo e da internet
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MuitA sabedoria.
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