terça-feira, 27 de novembro de 2018


RELEITURAS DO CONSTRUTIVISMO


Releitura do passado.

Vivências que se foram mas não se apagaram.

Posso sentir de novo

O entusiasmo da juventude.

A alma não tem idade

Ela está viva

No agora

Da Arte.


*Fotos de arquivo

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terça-feira, 20 de novembro de 2018


O SOL NASCE PARA TODOS


Em 1990, viajei para a índia com um grupo de 4 pessoas. O relato abaixo, extraído do meu diário, é um comentário de um indiano sobre como usar o nascer do sol para curar problemas de saúde. A Índia, com sua sabedoria de 5000 anos nos ensina a cada dia uma nova visão da natureza e da vida. 

 “Por que a senhora usa óculos?” Do outro lado do guichê, um indiano toma o meu passaporte e confere o retrato com o original.

“Tire os óculos”, fica melhor para a senhora.

Fiquei pensando no quanto se aprende conversando.

“A melhor hora para se curar problemas de vista é a hora do amanhecer. Aquela lista vermelha no horizonte antes do sol nascer, faz bem à vista”.

No dia seguinte fomos à praia. Saímos no escuro, antes do sol nascer. Esperamos até as 7 horas e ele não nasceu, quer dizer, estava encoberto por nuvens...

Hoje acordamos de madrugada. Fernando Guedes está hospedado do outro lado no Bhoganasala. Às 5 horas da manhã ele bateu na minha janela. Fomos participar da celebração matinal no templo hindu.

O sol nasceu por detrás das pilastras de pedra e, enquanto eu participava do ritual da madrugada, vivenciava, através de ritos e oferendas, a mesma intenção de se alcançar o invisível, aquilo que está por detrás de todas as aparências.

O sol nasce para todos e o seu brilho alcança as cidades, as praias, as montanhas. O sol é o mesmo, mas a sua função se diversifica de acordo com a necessidade de cada um.

 Lá no Brasil eu costumo contemplar o por do sol nas montanhas. E meu filho Euler, que é fazendeiro, se levanta bem cedo para o trabalho e registra o nascer do sol. (Trecho do diário de viagem à Índia, 1990)

Fotos de Euler Andrés e de Maria Helena Andrés

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segunda-feira, 12 de novembro de 2018


A VOZ DO CORPO


Dizem que a casa
É o corpo
Outros falam
Que o corpo é a casa.

Eu simplesmente
Paro
E escuto a voz do meu corpo.

Ele fala de mansinho
Ninguém escuta
Mas eu sinto.

Escuto e sinto
O desconforto
De uma tinta
Mesmo antialérgica.

Já mudei do óleo
Para o acrílico
Cortei a cor
Cortei o gesto agressivo
Movido pela emoção
De sentir coisas
Erradas acontecendo.

Ou o gesto vagaroso
Sensual ou sensível
De madrugadas coloridas
De violeta.
Das flores se abrindo
Dos poentes vermelhos,
Laranjas, rosas, verde bem
Claro, azul, violeta, amarelos
Cidades imaginárias
Castelos nas nuvens.

O corpo sente, se emociona
E chora
Ao ouvir a música do
Filho e do neto
A flauta chega aos
Ouvidos
Chega aos olhos
Chega às mãos
A tinta entra pelas
Unhas, entra no corpo

O amarelo cádmio
Azul de cobalto
Cores venenosas
Meu corpo sentiu.

Parei de usar cores
Entrei na dieta do
Preto e branco.
Que era mais fácil
Mais direta.
A emoção chegava
Diretamente vinda do
Pincel ou da esponja.

Esponja de pedreiro
Escovão de faxineira.

Pincéis?
“No more”.

Apenas o preto e o
Branco.
Lembrei-me da minha
Fase de papel veludo
Sempre pintada nas
Viagens pela América.
Fizeram tanto sucesso!
Acabaram com o tempo.

Agora ressurgiram de outra forma.
Pintar com esponjas
É mais direto, mas a
Tinta entra pelos dedos.
Meus dedos doem
Meu corpo doe.
“O corpo fala”, dizia
Pierre Weil.
Sim, o corpo fala
Já doe nas costas,
Os dedos sentem.
Parar de pintar?
Não.
Parar de usar tintas
Que poluem.

Voltar aos tempo do
Desenho em nanquim
Nos pequenos cartões.
Vou me distraindo
E o tempo vai passando.
Vou desenhando sem parar
Tudo pequeno.
Distribuo os desenhos
Não vendi nenhum!
Volto aos tempos em que eu desenhava
Sem parar
Seguindo simplesmente
O desejo de criar.

De repente percebo que as
Mãos doem, as costas também.
Vou ter que parar?
Nunca.
Vou fazer outras coisas
Com as mãos
Pobres mãos...
Não podem ficar à toa.
Contemplo as montanhas
Olho a paisagem.
É a minha forma de meditar, ver, observar, sentir.
Ensinamentos de Guignard e Krishnamurti
Depois volto ao trabalho.
Só uso papel
Sinto falta das cores.
Uso papel colorido
Deixei os pincéis, as esponjas
As tintas.
Agora é a tesoura e o
Papel.
Recorto e colo,
Vou produzindo, quando
Canso, descanso.
Assim é a vida.
Sentir o corpo
Ele fala conosco.
“Body talk”.
Não é que dá certo?
O corpo fala, adivinha
Alerta. Escuto a voz do
Corpo, é sempre a direção
Mais certa.

As mudanças não
Importam, acontecem
A vida é uma
Constante mudança.
Vou seguindo a voz
Do corpo.
Escuto o que ele me fala.

*Fotos de arquivo

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