Em 1990, viajei para a índia com um grupo de 4
pessoas. O relato abaixo, extraído do meu diário, é um comentário de um indiano
sobre como usar o nascer do sol para curar problemas de saúde. A Índia, com sua
sabedoria de 5000 anos nos ensina a cada dia uma nova visão da natureza e da
vida.
“Por que a
senhora usa óculos?” Do outro lado do guichê, um indiano toma o meu passaporte
e confere o retrato com o original.
“Tire os óculos”, fica melhor para a senhora.
Fiquei pensando no quanto se aprende conversando.
“A melhor hora para se curar problemas de vista é a
hora do amanhecer. Aquela lista vermelha no horizonte antes do sol nascer, faz
bem à vista”.
No dia seguinte fomos à praia. Saímos no escuro,
antes do sol nascer. Esperamos até as 7 horas e ele não nasceu, quer dizer,
estava encoberto por nuvens...
Hoje acordamos de madrugada. Fernando Guedes está
hospedado do outro lado no Bhoganasala. Às 5 horas da manhã ele bateu na minha
janela. Fomos participar da celebração matinal no templo hindu.
O sol nasceu por detrás das pilastras de pedra e, enquanto
eu participava do ritual da madrugada, vivenciava, através de ritos e
oferendas, a mesma intenção de se alcançar o invisível, aquilo que está por
detrás de todas as aparências.
O sol nasce para todos e o seu brilho alcança as
cidades, as praias, as montanhas. O sol é o mesmo, mas a sua função se
diversifica de acordo com a necessidade de cada um.
Lá no Brasil
eu costumo contemplar o por do sol nas montanhas. E meu filho Euler, que é
fazendeiro, se levanta bem cedo para o trabalho e registra o nascer do sol. (Trecho
do diário de viagem à Índia, 1990)
Fotos de Euler Andrés e de Maria Helena Andrés
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