segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

PENITÊNCIA


Conhecemos pessoas originais ao longo das viagens. Aquela australiana sentada ao meu lado, vai me contando suas experiências na Índia. "O calor não nos maltrata, quando não nos colocamos contra ele..."

“Maria, fui fazer uma peregrinação onde só permitem a entrada de homens, mas insisti e também subi o morro, 12 horas, debaixo de um sol abrasador, com oferendas na cabeça, coco e sementes...”

Enquanto ela contava os episódios da subida, lembrei-me de repente de Nossa Senhora da Penha, os devotos subindo as escadas de joelhos, sobre bagos de feijão. Mas, como brasileiro dá um jeitinho para tudo, uma penitente cozinhou o feijão e amarrou-o aos joelhos...

Agora a voz do guia explica: “esta é uma comunidade de jacarés, “Madras crocodilo bank trust”.

Mr Whiteker desenvolveu este parque de proteção aos animais. Viveu em Tâmil Nadu 22 anos. 
Agora pisamos na areia e, por cima de um muro de pedra podemos ver os crocodilos tomando sol, protegidos daqueles que ambicionam sua pele para fazer bolsas, sapatos e cintos. 
Estão ali à vontade, curtindo a vida a que têm direito. A proporção é de 10 machos para 3 fêmeas e, quando nascem os bebês, dos ovos enormes, são colocados em um departamento especial para “recém nascidos”.

O ônibus corre pelas estradas, buzinando sem parar. Por que buzinar tanto, se não tem quase nenhum tráfego, nesta estrada que vai dar em Pondichery? Mas aqui na Índia, os motoristas insistem na buzina. (Trecho de Diário à Índia, 1990)

*Fotos da internet

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