segunda-feira, 28 de outubro de 2019


GOA ÍNDIA PORTUGUESA XI


Mosteiro
De Santa Mônica
Construído
Por Felipe IV
Rei de Portugal
Em 1536
Antonio de Albuquerque
Assistiu à cavalo no alto
Do morro, a retomada de Goa
Aos mouros.
Barroco, arte do mar
Das grandes descobertas.
O homem deixa de ser
O centro do
Universo
Para atirar-se
No desconhecido.
A aventura do além mar
É a descoberta
De novos mundos.

*Ilustrações de Maria Helena Andrés

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segunda-feira, 21 de outubro de 2019


GOA PORTUGUESA X


Mesinha trabalhada
Em flores e frutos.
Mistura de estilos.
Vasos chineses
Santos cristãos.
Em marfim
A presença
De várias
Culturas.
Ponto central
De encontro
Do extremo oriente.
Oriente médio
Índia
Portugal
Américas.
Frutas do Brasil
Foram plantadas
Na Índia e vice versa.

*Ilustrações de Maria Helena Andrés

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terça-feira, 15 de outubro de 2019


GOA, ÍNDIA PORTUGUESA IX


A arte cristã de Goa
Deixa-se influenciar
Por motivos da arte
Hindu e muçulmana.
Na velha Goa
Considerada
A Roma do oriente
Realizou-se
Através da arte
A síntese Oriente-ocidente.
O barroco
Arte do mar
E das Grandes aventuras
Misturou-se
Ao espírito oriental
Dos hindus e
Muçulmanos.
Os templos cristãos
Parecem fortalezas
Medievais
Construídos
Sobre as
Ruínas dos
Templos árabes.
São a supremacia
Da força
E a implantação
Do reino de
Portugal
Em terras
Indianas.
O orientalismo
Da arte manuelina
Manifesta uma
Síntese de
Várias culturas.
Influências
Complexas
Vindas da
África
Da china
Indochina
Arábia, Pérsia.
A mão do branco se
Une às mãos
Escuras dos
Artistas da
Terra
Trazendo arabescos
Florões.
O preenchimento completo
Do vazio.

*Ilustrações de Maria Helena Andrés

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segunda-feira, 7 de outubro de 2019


ÍNDIA , VARANASI


Varanasi foi a última cidade dessa viagem incrível à India. Cheguei à cidade ainda fascinado com a modernidade de Bangalore, e já de cara percebi que a beleza de Varanasi era a de uma cidade milenar, tradicionalmente religiosa e de muitos peregrinos.  
Varanasi - ou Benares – é a cidade de Shiva, um dos deuses hindus mais 
importantes. A cidade se localiza à beira do rio Ganges. Formada por muitos
 “ghats" ou plataformas construídas à beira do rio por marajás e lideres políticos de toda a Índia, Varanasi é uma cidade viva. As escadarias na margem do rio emendam-se umas nas outras, e os prédios e palácios imponentes se espalham.
Muitos "sadhus" se deslocam pelas ruas, tendo renunciado à vida ativa e se
 
recolhido em um dos muitos asilos da cidade. Muitos peregrinos vêm à Varanasi
 em busca da purificação no rio Ganges. As cerimonias de aarthi ao anoitecer são 
celebradas todo dia, comemorando mais um dia de luz com musicas, fogos e
 velas jogadas no rio. Os barcos percorrem o rio e as ruas da cidade, sempre cheias, 
demonstram vitalidade comercial intensa. Os templos são lindos e a
 
universidade, uma das maiores da India, oferece cursos de engenharia,
 
medicina ayurvedica e yoga.

O tour de barco no rio Ganges, ao amanhecer, é imperdível. Antes mesmo dos
 primeiros raios de sol, as pessoas se dirigem ao rio para tomar o banho 
matinal sagrado. Fazem exercícios, mergulham na água, escovam
 
seus dentes, lavam sua roupa. O sol nasce vermelho no outro lado da margem e
 
os raios refletidos nos prédios dão um ar mágico amarelado à cidade. Aos
 
poucos Varanasi acorda.

Uma das atrações mais impressionantes é o crematório gigantesco ao ar livre
 à beira do rio. O que poderia ser uma cena mórbida e bizarra de morte leva aqui um tom solene em que a morte é vista como algo absolutamente natural.
É difícil descrever as cenas - voltei ao local mais de três vezes. Os eventos 
nos mostram como o indiano tem outra visão do ciclo de vida humano.

Diz a lenda que quem morre ou é cremado em Varanasi se liberta dos ciclos de
 
nascimento e morte. Portanto, muitas pessoas escolhem morrer ou serem
 
cremadas aqui. O corpo, enrolado em uma gaze branca e com ornamentos, é
 trazido por parentes no mesmo dia de sua morte, numa maca improvisada de bambu. E banhado no Ganges para purificar-se, salpicado de sândalo e outros materiais ritualísticos, e depois colocado no topo de uma fogueira ardente recém-armada. Em três horas, ao lado de ao menos 15 outras piras, ao ar livre, com turistas assistindo, vacas, cachorros e bodes ao lado, o corpo se carboniza em cinzas. As cinzas são coletadas, jogadas no Ganges, e a fogueira é rearmada para o próximo defunto.
Na há dramas, não há choros. Há pouquíssimas mulheres presentes, pois há
 alguns anos atrás uma delas se jogou na fogueira de seu marido. Proibiu-se a presença delas por receio de não conseguirem conter a emoção. Os filhos cortam todo o cabelo e vestem-se de branco, simbolizando a purificação. Uma pessoa 
local me disse que o evento na verdade é motivo de celebração.

Perto de Varanasi há também Sarnath, local onde Buda fez seu primeiro sermão
 depois de iluminado. O local é muito bonito, no meio de um bosque verde e arejado. É um dos locais mais sagrados do budismo. Ali existe um museu de Sidarta com relíquias encontradas no local.
Varanasi é um programa imperdível para quem se interessa pelo hinduísmo,
 budismo ou simplesmente busca uma experiência completamente diferente. O que se passa aqui se repete há 2.000 anos! Uma bela forma de fechar essa viagem a Índia com chave de ouro!
*Fotos da internet
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