Artista plástica, ex-aluna de Guignard. Maria Helena Andrés tem um currículo extenso como artista, escritora e educadora, com mais de 60 anos de produção e 7 livros publicados. Neste blog, colocará seus relatos de viagens, suas reflexões e vivências cotidianas.
terça-feira, 25 de fevereiro de 2020
MUSEU SHANKAR E ARTESANATO INDIANO
Abaixo transcrevo trecho de um dos meus diários à
Índia (data não definida):
MUSEU SHANKAR
O museu Shankar é um prédio enorme, situado numa das
avenidas de N. Delhi. Salões, bibliotecas, imprensa, publicações, tudo dedicado
à criança, num intercâmbio com todos os países do mundo.
Os indianos procuram estudar através da criança, os
costumes dos outros povos, promovendo exposições internacionais. O diretor do
museu nos leva às diversas salas e percorre conosco o interessantíssimo museu
dos bonecos. Bonecos de todas as raças, de todas as cores, vestidos de acordo
com as características de cada nação. Holandeses de tamancos, russos calçados
de botinhas de couro, japonesinhas ricamente adornadas.
Percorremos o imenso salão onde a criança pode ver
uma síntese do universo em que vivemos e de seus costumes tão diferentes. A
indumentária revela de certo modo tradições e costumes, o requinte e a
sobriedade, as condições do clima, o adiantamento ou primitivismo de cada
região da terra. Alguns homens mexem-se, outros sorriem, alguns são pobres,
despojados, outros se cobrem de joias. O interesse da criança pelos bonecos é
fenômeno comum, os bonecos variam e as crianças do globo também. No Museu
Shankar eles se encontram. Uma espécie de Liga das Nações. Se pudessem falar,
contariam histórias pitorescas e divertidas, mas assim mesmo, em silêncio,
testemunham os contrastes de cada pedaço da terra. No setor indiano, Gandhi é
rememorado em tamanho reduzido, liderando uma multidão de indianos vestidos de
branco. Sem cartazes alusivos nem discursos históricos, o conjunto de Gandhi
revive as pregações do grande líder em torno da não violência.
ARTESANATO
INDIANO
O “cottage industry” reúne o artesanato das cidades
vizinhas. Esculturas de madeira, miniaturas de deuses, danças sagradas, joias
de prata e ouro trabalhadas em arabescos. As joias da Índia, leves e delicadas,
mostram o gosto e a paciência de seus artesãos. Os indianos conseguem
transformar a prata e o ouro em rendado finíssimo e nos medalhões e braceletes
incrustam pedras, na hora, de acordo com a preferência do comprador.
O artesanato e a pequena indústria são incentivados
por todo o oriente como recurso de trabalho para uma população enorme que
habita este lado do mundo, onde a maquinaria das grandes fábricas ainda não
chegou. A tapeçaria em “silk-screen”, impressa em algodão ou linho, mostra uma
arte figurativa com cenas de batalhas, danças, figuras estranhas de muitos
braços e muitas cabeças, vacas sagradas, árvores da vida e enorme variedade de
temas pitorescos.
As sedas da Índia, famosas no mundo inteiro, são vendidas em
sares, echarpes, vestes. A impressão é feita com blocos de madeira, ou no
processo de “tie and dye” (nozinhos amarrados) que possibilita uma estamparia
sem forma delimitada.
*Fotos de arquivo e da internet
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segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020
ENCONTROS EM BRASÍLIA
Continuando a rota dos sonhos em Brasília, comecei o
dia descendo até o Pilotis da 208 Sul, onde estou hospedada, para colher
verduras frescas na horta suspensa.
Toda dona de casa que mora em apartamento sonha com
uma horta perto de casa e a horta ali está à disposição de todos. Isto não é um
sonho de conforto? Horta orgânica perto de nós e inteiramente grátis!
À tarde visitamos um casal que tem um sítio perto de
Brasília. Moram em casa de adobe, com horta orgânica, longe da cidade. Giorgio
e Veronique são estrangeiros, ele italiano, ela francesa. O Brasil foi a terra
escolhida para realizarem este sonho que hoje está se concretizando.
Ali eles administram workshops de Yoga, Terapias Holísticas,
além de oferecer o espaço para outros grupos atuantes.
Giorgio é doutor, professor universitário e
ofereceu, juntamente com meu filho Maurício, um ciclo de estudos sobre a grande transição pela qual passa o mundo
hoje, iluminada pela visão de Sri Aurobindo.
É interessante observar que algumas pessoas realizam
seu sonho saindo do Brasil, se transferindo para outros países, em especial a
Europa. E alguns europeus sentem-se muito felizes vindo morar no Brasil.
São bem recebidos, têm mais espaço, podem viver uma
vida tranquila...
Aos sábados, na 208 Sul, uma iniciativa promovida
pelo dono de uma banca de jornal agrega um chorinho onde todos podem
participar. As pessoas cantam, dançam, tocam instrumentos variados, violão,
pandeiro, gaita, chocalho...
Aquele que não tem instrumentos marca o compasso com
as mãos.
A gente sai de lá alegre, descontraído...
A arte realmente une as pessoas.
*FOTOS DE MAURÍCIO ANDRÉS E MARÍLIA ANDRÉS
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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020
UM ENCONTRO NA UNIVERSIDADE DA PAZ
Retornei à UNIPAZ em Brasília.
Pierre Weil ali plantou um grupo holístico à partir
do Congresso Holístico de 1987.
Este grupo se desenvolveu, criou ramificações, se
estendeu pelas Américas. Estive presente em vários workshops, já que era
professora da Universidade.
Agora, estou sentada em frente à cachoeira, onde o
francês Jean Yves Leloup administrou um curso e batizou várias pessoas. Elas
faziam fila para receber a água da cachoeira. Local privilegiado, à sombra de
árvores que remontam à história de Brasília.
A Granja do Ipê já foi moradia de Israel Pinheiro,
construtor de Brasília. Mais tarde foi cedida em comodato à UNIPAZ,
Universidade da Paz.
Visitei o meu painel na sala onde se reúnem os
professores holísticos. Lá está ele, ocupando o espaço principal da sala.
Convidaram-me a falar para um vídeo e pude explicar como o painel foi executado
no meu atelier da fazenda, usando esponjas caseiras no lugar de pincéis. Foi
enrolado num bambu e assim chegou à Brasília.
Já participei de vários workshops aqui na Granja do
Ipê. O último deles foi realizado no pátio, com mais de 150 pessoas. O projeto
foi a criação das Galáxias seguindo a tradição hindu, a dança cósmica de Shiva
Nataraja.
Planejei 500 bolinhas de gude para simbolizar as
estrelas. Elas foram distribuídas pelos participantes que, ao comando de Shiva,
jogavam suas bolinhas no pátio. Ao mesmo tempo, uma turma comandada por Beth
Clark preenchia os espaços com serragem colorida previamente.
Ao som do I Ching do Grupo UAKTI, uma imensa mandala
foi criada com a participação de todos.
Arte coletiva é assim, todos somos UM!
Naquela ocasião eu ilustrava um livro de Pierre Weil
denominado “Ondas à procura do mar”. Desenhei também mandalas para aquele livro.
Hoje, entrando no Salão Principal da Cidade da Paz,
pude tirar fotos em frente à minha Mandala.
Que ela possa ajudar a trazer a paz e a alegria de
participar com a minha arte, de um importante grupo holístico, em Brasília,
capital do Brasil.
*FOTOS DE MAURÍCIO ANDRÉS, DE MARÍLIA ANDRÉS E DA INTERNET
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terça-feira, 4 de fevereiro de 2020
BRASÍLIA, CAPITAL DO SONHO
Sonho de Dom Bosco
Que ficou na memória.
Que ficou na memória.
Sonho de Juscelino
Que se concretizou.
Vejo Brasília como a
Capital do sonho
Porque para mim
Ela ultrapassa
A sede do poder
As brigas e discussões
As ambições e perdas.
Todo um acervo do pensar
Positivo ou negativo
Se concentra aqui.
Mas o pensar não obscurece
Aquilo que ficou
Para todos nós e para
Nossos descendentes.
Brasília é um sonho
Que se concretizou
Nas imensas áreas
Dos gramados verdes
Com árvores frutíferas
À disposição de quem passa.
Qualquer um pode apanhar
Mangas, jacas, pitangas
Laranjas, limões...
Em se plantando tudo dá
Dizia Pero Vaz de Caminha
Em carta para o rei de Portugal.
E o Brasil passou a ser o
Sonho dos europeus.
Brasília está plantada no
Planalto Central, longe da
Ambição da zona metalúrgica.
Plantar, produzir, fazer a terra
Manifestar sua riqueza
Este foi o sonho de Dom Bosco.
Coube a um mineiro a
Grande missão de
Marchar para o oeste.
Getúlio sempre falava:
“Brasileiros, precisamos
Marchar para o Oeste!”
Este sonho se concretizou
Com a coragem de Juscelino.
Chamou os candangos do nordeste
Que hoje vivem nas cidades satélites.
Gente pobre, carregando trouxas
Famílias desprovidas de tudo.
Aqui plantaram seus pequenos núcleos
Produtivos, pequenas empresas.
Vieram os fazendeiros e cercaram
Brasília de mandalas imensas
De verduras, pomares, hortas comunitárias...
Brasília, capital dos sonhos.
Recorda em suas construções
Modernas, realizadas pelo sonho de Niemeyer
E Lúcio Costa, o grande plano piloto
De uma aeronave pousada
No meio do planalto central.
Eles nunca serão esquecidos.
“A política passa, a arte fica”
Nos disse um dia uma comentarista
Realmente a arte vai ficar em
Brasília, nos seus grandes monumentos.
Brasília, em sua brancura, irá
Permanecer para os nossos
Descendentes.
Neste momento, sentada em frente
Ao lago Paranoá
Eu saúdo Brasília
Capital de todos os sonhos.
E o grande mineiro Juscelino,
Que se aventurou a enfrentar
Todas as dificuldades e aqui plantou
Uma cidade linda
Olhando sempre para o futuro.
*Fotos de Maurício Andrés e da internet
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