Abaixo transcrevo trecho de um dos meus diários à
Índia (data não definida):
MUSEU SHANKAR
O museu Shankar é um prédio enorme, situado numa das
avenidas de N. Delhi. Salões, bibliotecas, imprensa, publicações, tudo dedicado
à criança, num intercâmbio com todos os países do mundo.
Os indianos procuram estudar através da criança, os
costumes dos outros povos, promovendo exposições internacionais. O diretor do
museu nos leva às diversas salas e percorre conosco o interessantíssimo museu
dos bonecos. Bonecos de todas as raças, de todas as cores, vestidos de acordo
com as características de cada nação. Holandeses de tamancos, russos calçados
de botinhas de couro, japonesinhas ricamente adornadas.
Percorremos o imenso salão onde a criança pode ver
uma síntese do universo em que vivemos e de seus costumes tão diferentes. A
indumentária revela de certo modo tradições e costumes, o requinte e a
sobriedade, as condições do clima, o adiantamento ou primitivismo de cada
região da terra. Alguns homens mexem-se, outros sorriem, alguns são pobres,
despojados, outros se cobrem de joias. O interesse da criança pelos bonecos é
fenômeno comum, os bonecos variam e as crianças do globo também. No Museu
Shankar eles se encontram. Uma espécie de Liga das Nações. Se pudessem falar,
contariam histórias pitorescas e divertidas, mas assim mesmo, em silêncio,
testemunham os contrastes de cada pedaço da terra. No setor indiano, Gandhi é
rememorado em tamanho reduzido, liderando uma multidão de indianos vestidos de
branco. Sem cartazes alusivos nem discursos históricos, o conjunto de Gandhi
revive as pregações do grande líder em torno da não violência.
ARTESANATO
INDIANO
O “cottage industry” reúne o artesanato das cidades
vizinhas. Esculturas de madeira, miniaturas de deuses, danças sagradas, joias
de prata e ouro trabalhadas em arabescos. As joias da Índia, leves e delicadas,
mostram o gosto e a paciência de seus artesãos. Os indianos conseguem
transformar a prata e o ouro em rendado finíssimo e nos medalhões e braceletes
incrustam pedras, na hora, de acordo com a preferência do comprador.
O artesanato e a pequena indústria são incentivados
por todo o oriente como recurso de trabalho para uma população enorme que
habita este lado do mundo, onde a maquinaria das grandes fábricas ainda não
chegou. A tapeçaria em “silk-screen”, impressa em algodão ou linho, mostra uma
arte figurativa com cenas de batalhas, danças, figuras estranhas de muitos
braços e muitas cabeças, vacas sagradas, árvores da vida e enorme variedade de
temas pitorescos.
As sedas da Índia, famosas no mundo inteiro, são vendidas em
sares, echarpes, vestes. A impressão é feita com blocos de madeira, ou no
processo de “tie and dye” (nozinhos amarrados) que possibilita uma estamparia
sem forma delimitada.
*Fotos de arquivo e da internet
VISITE TAMBÉM MEU OUTRO BLOG “MINHA VIDA DE
ARTISTA”, CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA.
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