Artista plástica, ex-aluna de Guignard. Maria Helena Andrés tem um currículo extenso como artista, escritora e educadora, com mais de 60 anos de produção e 7 livros publicados. Neste blog, colocará seus relatos de viagens, suas reflexões e vivências cotidianas.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
ALGUMAS HISTÓRIAS DO SERRO
Tia Mucíola era líder das crianças. Tinha o dom de falar para todos nós de forma criativa. Professora do Jardim de Infância Bueno Brandão, aprendera técnicas variadas de artesanato familiar e jogos infantis com teatrinhos ensaiados para as festas de aniversário.
Ali os convidados também teriam de assistir aos teatros. Lembro-me de uma dessas festas, estávamos todos vestidos de fantasias juninas, chapéu de palha, saia rodada, os meninos de bigode e de barba. Íamos começar uma quadrilha, quando o telefone tocou, anunciando a morte de uma tia no Rio de Janeiro. Tia Mucíola não falou nada. Desligou o telefone e deixou a criançada se divertir. Só no final da festa anunciou a morte de nossa tia avó que morava no Rio de Janeiro.
Essa tia avó era uma pessoa alegre, deve ter ficado muito feliz pelo fato de seus sobrinhos terem comemorado com alegria o momento de sua morte.
Na Índia as mortes são comemoradas com festas para que a alma possa se libertar do corpo sem apegos e com muita alegria. Lembro-me de um convite que recebi quando estava hospedada numa comunidade em Chenai, sul da Índia.Aceitei o convite e fui ao almoço onde estavam presentes todos os hospedes da comunidade.À entrada perguntei se teria de pagar alguma coisa.
“ Absolutamente,a senhora é convidada , minha irmã guardou dinheiro para que fizéssemos uma comemoração no dia de sua morte!
Lembro-me de tia Chiquinha, irmã de minha avó Ritinha. Não se casou, morou a vida inteira com vovó. Há fatos interessantes a seu respeito.
Perguntaram-lhe um dia:
“Qual é o seu estado civil?”
“Donzela velha”, respondeu ela.
Tia Chiquinha morou no Serro e, quando jovem teve um namorado. Naquele tempo os namorados não podiam ficar juntos e o namoro era de longe, um olhando para o outro do alto de uma janela. O namorado morava em frente, tia Chiquinha era alegre, gostava de conversar com outras pessoas. À noite ela e o namorado combinaram de cada um acender um cigarro e ficarem namorando com aquelas duas luzinhas acesas. Um de lá, o outro de cá, para manter o namoro.
Tia Chiquinha, não agüentando aquele namoro monótono, teve a idéia de colocar uma empregada fumando no seu lugar e foi para a sala conversar, contar piadas ou jogar buraco. O namoro seria mantido, para assegurar um possível casamento e ela não ficaria parada na janela.
Alguns dias depois, o namorado, desconfiado, fez o mesmo. Colocou um empregado fumando no seu lugar e foi ver o que estava acontecendo do outro lado da rua.
Nem é preciso dizer que ele rompeu o namoro naquele mesmo dia e a minha tia avó ficou solteira até o fim de sua vida.
A casa de minha avó estava sempre cheia de gente, basta dizer que vovó assumiu a guarda de 9 irmãos e depois teve mais 9 filhos. Viviam todos juntos como as “joint families” da Índia. Tios, primos, tios avós, agregados, tudo gerenciado por meu avô que era juiz de direito no Serro.
Meu avô se apaixonou por minha avó quando ela tinha 19 anos, órfã de pai e mãe. Assumiu a guarda de seus 9 irmãos para poder casar-se com ela. Todos os irmãos foram criados por ela, já que ela era a dona da casa. Tia Chiquinha ficou até morrer sob a sua dependência. Isto, na nossa visão atual parece inacreditável, mas antigamente era muito comum.
*Fotos da internet
segunda-feira, 17 de janeiro de 2011
NOSSA INFÂNCIA II
Minha irmã, Lourdes Figueiredo continua seu depoimento sobre a nossa infância, que transcrevo abaixo:
"Não tínhamos nem rádio nem televisão nem telefone.Mas tínhamos uma coisa que hoje é difícil de ter. Convivência com os vizinhos, brincadeiras inventadas.Bolinhas de gude para os meninos. Paulo tinha bolinhas de vidro de todos os tamanhos e de todas as cores. Lindas, de fazer inveja. Pião, que jogava com Geraldo, apostando para ver quem ganhava.As meninas jogavam bilboquê e, mais tarde, veio o campeonato de ioiô.O bom mesmo era brincar de roda...Cantávamos, formando roda com tantas crianças de mãos dadas que ia de um lado ao outro da rua. Todas as crianças vizinhas participavam..Cantávamos a plenos pulmões, com voz esganiçada:“Põe aqui, põe aqui, o teu pezinho, o teu pezinho, põe aqui, põe aqui bem junto ao meu, bem junto ao meu. Ao tirar ao tirar o teu pezinho, o teu pezinho, um abraço, um abraço dou te eu, dou-te eu. Olha a rolinha, doce, doce, caiu no laço, doce, doce, embaraçou-se, doce, doce no nosso amor.”“Pai Francisco entrou na roda ...tocando seu violão...Blim, bão..bão”Papai ficava da janela olhando a roda. Comentava com mamãe: -“Que menina é aquela?”“Não sei, deve ser da vizinha.”A vizinha tinha se mudado naquele dia e a menina já estava brincando conosco. Chamava-se Mara. Mara tinha mais duas irmãs, Ophir e Belquis. Fui eu que fiz o contato.- “Como você se chama?- Quantos anos tem?-Quer brincar de roda?” O pai delas era um escritor de historias mineiras, Agripa Vasconcelos..Escreveu sobre Chica da Silva, Dona Beja e sobre Joaquina do Pompéu.
Esta nova amiguinha ,Mara, mais tarde foi cantora de radio com grande sucesso.Estreiou lá em casa, cantando no atijolado: -“Tamborete cama e mesa ...cadeira de balançar ..Quem não tem dinheiro é pobre, abre a boca.. e vai babar...”Tomava parte nas rodas e nos teatro nos dias de aniversários.Os espetáculos eram apresentados no quintal, perto do galinheiro. Convidávamos os adultos para assistirem e pagarem o ingresso.Com o dinheiro do ingresso comprávamos balas coloridas de todas as cores, mas sempre com o mesmo sabor: tinham todas gosto de açúcar.Certa vez fizemos um circo. Os palhaços eram os dois Paulos: Paulo nosso irmão e o Pulico, filho de Chloris e Janinho, primos de mamãe.A encenação era a seguinte: um menino, com a cara pintada, levava um recado para comprar um remédio numa farmácia. Para não se esquecer, ia cantando o nome do remédio no refrão da publicidade: “Cafiaspirina Bayer, Cafiaspirina Bayer...”. Parava em cada esquina para ver outros meninos brincando, as revistas de uma banca de jornais, etc, sempre cantarolando o nome do remédio. Em dado momento esqueceu da letra e só cantarolava a música: “lá, lá, lá, ri, lá, lá, lá. Lá, lá, lá, ri, lá, lá.” Quando chegou na farmácia cantou apenas a música, supondo que o farmacêutico seria capaz de adivinhar o pedido. A criançada rolava de rir. O outro palhaço, menorzinho, tinha de cantar uma canção, mas se esqueceu e começou a chorar a plenos pulmões.A prima Lulude, lindinha, vestida de bailarina, andava com uma sombrinha numa corda esticada entre a mangueira e a jabuticabeira.Eu fazia as apresentações dos números, lendo o repertorio escrito num papel grande, todo desenhado por Helena.Marco Antônio pulava carniça, junto com Geraldo. Mara e a irmã cantavam fantasiadas ,e assim terminava a curta temporada. O circo não chegou a ter um nome, nem lona. Funcionava ao ar livre e ao preço de um tostão. As mangueiras cheias de mangas, as jabuticabeiras todas floridas, e o galinheiro, ao fundo, compunham o cenário. A imaginação completava.Éramos aplaudidos pelos pais, tios e tias que nos incentivavam.O grande sucesso era Nedda, que já aprendera a declamar.Além de ser muito bonita, tinha uma grande expressão para recitar, sob aplausos. Por que passou de moda a declamação?
Uma declamadora portuguesa de grande sucesso deu um recital em Belo Horizonte.Foi na Cultura Inglesa, e fomos convidados. Helena, Paulo e eu ficamos na primeira fila, ansiosos pelo espetáculo. Mas, a declamadora não chegava. Já estávamos impacientes e se esboçava a vontade de ir embora.Mais ou menos uma hora depois do horário marcado, chegou a artista que, para compensar o atraso, optou por uma entrada triunfal.
Deu um salto no meio do palco, e muito gorda, parou repentinamente no meio, balançando as mãos e exclamando: “-Sinos de Belém, blem,blem,blem...Sinos do Bomfim, blim, blim, blim. Era uma poesia de Manuel Ba ndeira, com a reprodução do som dos sinos. Foi uma surpresa tão grande, aquela mulher gordíssima, de vestido rodado e cabelos soltos, gritando inesperadamente “sinos de Belém”, que Paulo teve um acesso de riso. Não conseguia parar de rir. Ria e soluçava, fazendo força para parar.Eu e Helena também não conseguíamos reprimir o riso. Como estávamos na primeira fila era difícil não sermos notados.Pensava em todas as coisas tristes, para ver se parava, mas não conseguia. Tivemos de sair e deixar para trás o recital da tão famosa declamadora portuguesa..."
"Não tínhamos nem rádio nem televisão nem telefone.Mas tínhamos uma coisa que hoje é difícil de ter. Convivência com os vizinhos, brincadeiras inventadas.Bolinhas de gude para os meninos. Paulo tinha bolinhas de vidro de todos os tamanhos e de todas as cores. Lindas, de fazer inveja. Pião, que jogava com Geraldo, apostando para ver quem ganhava.As meninas jogavam bilboquê e, mais tarde, veio o campeonato de ioiô.O bom mesmo era brincar de roda...Cantávamos, formando roda com tantas crianças de mãos dadas que ia de um lado ao outro da rua. Todas as crianças vizinhas participavam..Cantávamos a plenos pulmões, com voz esganiçada:“Põe aqui, põe aqui, o teu pezinho, o teu pezinho, põe aqui, põe aqui bem junto ao meu, bem junto ao meu. Ao tirar ao tirar o teu pezinho, o teu pezinho, um abraço, um abraço dou te eu, dou-te eu. Olha a rolinha, doce, doce, caiu no laço, doce, doce, embaraçou-se, doce, doce no nosso amor.”“Pai Francisco entrou na roda ...tocando seu violão...Blim, bão..bão”Papai ficava da janela olhando a roda. Comentava com mamãe: -“Que menina é aquela?”“Não sei, deve ser da vizinha.”A vizinha tinha se mudado naquele dia e a menina já estava brincando conosco. Chamava-se Mara. Mara tinha mais duas irmãs, Ophir e Belquis. Fui eu que fiz o contato.- “Como você se chama?- Quantos anos tem?-Quer brincar de roda?” O pai delas era um escritor de historias mineiras, Agripa Vasconcelos..Escreveu sobre Chica da Silva, Dona Beja e sobre Joaquina do Pompéu.
Esta nova amiguinha ,Mara, mais tarde foi cantora de radio com grande sucesso.Estreiou lá em casa, cantando no atijolado: -“Tamborete cama e mesa ...cadeira de balançar ..Quem não tem dinheiro é pobre, abre a boca.. e vai babar...”Tomava parte nas rodas e nos teatro nos dias de aniversários.Os espetáculos eram apresentados no quintal, perto do galinheiro. Convidávamos os adultos para assistirem e pagarem o ingresso.Com o dinheiro do ingresso comprávamos balas coloridas de todas as cores, mas sempre com o mesmo sabor: tinham todas gosto de açúcar.Certa vez fizemos um circo. Os palhaços eram os dois Paulos: Paulo nosso irmão e o Pulico, filho de Chloris e Janinho, primos de mamãe.A encenação era a seguinte: um menino, com a cara pintada, levava um recado para comprar um remédio numa farmácia. Para não se esquecer, ia cantando o nome do remédio no refrão da publicidade: “Cafiaspirina Bayer, Cafiaspirina Bayer...”. Parava em cada esquina para ver outros meninos brincando, as revistas de uma banca de jornais, etc, sempre cantarolando o nome do remédio. Em dado momento esqueceu da letra e só cantarolava a música: “lá, lá, lá, ri, lá, lá, lá. Lá, lá, lá, ri, lá, lá.” Quando chegou na farmácia cantou apenas a música, supondo que o farmacêutico seria capaz de adivinhar o pedido. A criançada rolava de rir. O outro palhaço, menorzinho, tinha de cantar uma canção, mas se esqueceu e começou a chorar a plenos pulmões.A prima Lulude, lindinha, vestida de bailarina, andava com uma sombrinha numa corda esticada entre a mangueira e a jabuticabeira.Eu fazia as apresentações dos números, lendo o repertorio escrito num papel grande, todo desenhado por Helena.Marco Antônio pulava carniça, junto com Geraldo. Mara e a irmã cantavam fantasiadas ,e assim terminava a curta temporada. O circo não chegou a ter um nome, nem lona. Funcionava ao ar livre e ao preço de um tostão. As mangueiras cheias de mangas, as jabuticabeiras todas floridas, e o galinheiro, ao fundo, compunham o cenário. A imaginação completava.Éramos aplaudidos pelos pais, tios e tias que nos incentivavam.O grande sucesso era Nedda, que já aprendera a declamar.Além de ser muito bonita, tinha uma grande expressão para recitar, sob aplausos. Por que passou de moda a declamação?
Uma declamadora portuguesa de grande sucesso deu um recital em Belo Horizonte.Foi na Cultura Inglesa, e fomos convidados. Helena, Paulo e eu ficamos na primeira fila, ansiosos pelo espetáculo. Mas, a declamadora não chegava. Já estávamos impacientes e se esboçava a vontade de ir embora.Mais ou menos uma hora depois do horário marcado, chegou a artista que, para compensar o atraso, optou por uma entrada triunfal.
Deu um salto no meio do palco, e muito gorda, parou repentinamente no meio, balançando as mãos e exclamando: “-Sinos de Belém, blem,blem,blem...Sinos do Bomfim, blim, blim, blim. Era uma poesia de Manuel Ba ndeira, com a reprodução do som dos sinos. Foi uma surpresa tão grande, aquela mulher gordíssima, de vestido rodado e cabelos soltos, gritando inesperadamente “sinos de Belém”, que Paulo teve um acesso de riso. Não conseguia parar de rir. Ria e soluçava, fazendo força para parar.Eu e Helena também não conseguíamos reprimir o riso. Como estávamos na primeira fila era difícil não sermos notados.Pensava em todas as coisas tristes, para ver se parava, mas não conseguia. Tivemos de sair e deixar para trás o recital da tão famosa declamadora portuguesa..."
domingo, 9 de janeiro de 2011
NOSSA INFÂNCIA I
Minha irmã, Lourdes me enviou o depoimento sobre nossa infância, que transcrevo abaixo:
"Morávamos em uma casa grande de dois andares na Av Afonso Pena, a principal avenida de Belo Horizonte.
A casa de numero 2.764 estava situada no alto da avenida, perto da casa de meu avô, que morava na rua Piauí. Éramos três irmãos naquela época, eu, Helena e Paulo.
Na frente, e no lado esquerdo da casa, havia um jardim com canteiros de flores variadas.
Cada um de nós tinha um canteiro para tomar conta.
O meu, ficava no centro do jardim, na frente da casa. Era redondo, cercado de grama pêlo de urso e todo plantado de miosótis.
Meu jardim tinha grande efeito visual, todo de flores rasteiras de cor azul claro.
Eu o regava todos os dias, tirava o mato, e olhava, para ver se não tinha praga.
Mamãe não me deixava colocar esterco para adubar a terra porque tinha medo de tétano.
O esterco era colocado por nosso jardineiro, um velhinho que trabalhou muitos anos lá em casa.
O canteiro de Helena era comprido, cheio de monsenhor branco. Também era tratado por ela diariamente.
O canteiro de Paulo ficava perto do muro, somente de samambaias muito verdes e dobradas.
Junto ao muro tinha umas begônias cheias de flores em cachos.
Eram os caules destas begônias que tirávamos para mastigar. Nem pensávamos que poderiam ser venenosas.
Depois de regar o jardim, eu e Helena íamos brincar de casinha de boneca, enquanto Paulo jogava bolinha de gude no terreiro de terra socada, juntamente com Geraldo filho de tia Lolô.
Tia Lolô chamava-se Leonor e era uma pessoa muito bonita.
Era elegante e andava muito bem vestida, tudo feito em casa por ela mesma.
Geraldo era filho adotivo. O filho verdadeiro de tia Lolô chamava-se Fernando, um menino muito lindo, com o cabelo todo cheio de cachos.
Morreu com dois anos de idade, de tuberculose galopante.
Mamãe contava que a empregada levava Fernando para brincar na casa vizinha.
A vizinha era tuberculosa. Fernando apanhou e morreu em dois meses. Naquele tempo não haviam antibióticos.
Tia Lolô nunca mais teve filhos e resolveu adotar Geraldo, sobrinho do tio Manoelzinho, seu marido. Pessoa muito prevenida, levava sempre consigo coisas úteis como uma vela, um canivete, uma rolha, um rolo de barbante e uma chave de fenda pequena, caso fosse necessário. Nas festas de família, caso acontecesse algum imprevisto, recorríamos a ele.
Paulo brincava com Geraldo, quase da mesma idade e nós corríamos em volta dos canteiros e em torno da casa, brincando de esconde-esconde.
A nossa casa tinha dois pavimentos. O escritório de papai era na parte de baixo no porão: 3 quartos com estantes cheias de livros, uma mesa muito bonita e cadeiras para alguma visita. Nunca vi nenhuma visita, papai gostava de ficar sozinho.
Naquele lugar de trabalho muito limpo e arejado, ele se isolava para ler e estudar.
Nas manhãs geladas de Belo Horizonte corríamos para o quintal sob o sol quente, sol de sertão, com um céu muito azul, de um azul que só existe em Belo Horizonte.
Brincávamos no quintal de terra batida, perto do galinheiro, vendo as galinhas ciscando, os galos cantando, e os pintinhos passeando atrás da mãe.
Galinhas eram gordas mas nós não deixávamos matá-las.
Para fazer galinha ao molho pardo, alguém tinha que ir no mercado comprar.
As nossas conhecidas eram nossas amigas e não podiam ser mortas.
Depois do banho, numa banheira grande,duas horas da tarde ,com o sol batendo direto na banheira ,mudávamos o local de brincar.
Passávamos para uma área atijolada onde pulávamos corda ,traçávamos amarelinha e chamávamos os vizinhos para brincar.
Às vezes deitávamos no chão e ficávamos vendo as nuvens passarem em grandes flocos.
Formavam castelos e bichos de todas as formas.
Uma romãzeira, carregada de romãs, ajudava a enfeitar a paisagem do pátio atijolado.
As mangueiras do vizinho ficavam cheias de mangas bem na nossa frente.
E a noite ,o perfume de dama da noite, tomava conta da cidade misturando-se com o perfume de magnólia. As magnólias eram plantadas nos calçadas que se chamavam passeios.
Isto aconteceu há tanto tempo,tanto tempo e no entanto, parece que foi ontem."
*Fotos da internet
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