Estamos em Istambul, Turquia, e esta é a famosa Mesquita Azul. Não se vêm santos nas paredes, os vitrais resplandecem de cores e dão uma luminosidade fantástica ao ambiente.
Um velho de longas barbas está sentado sobre tapetes persas, lendo o livro sagrado, enquanto 40 homens o escutam.
A Meca dos peregrinos muçulmanos não é despojada. O chão é coberto de tapetes, e o vazio faz sobressair a grandiosidade. Os homens se curvam em frente às paredes nuas. Não se vêm ídolos, nem ícones, ou qualquer alusão à figura humana. O espírito de religiosidade transparece no respeito ao lugar santo.
Não há mulheres no templo, somente os homens escutam as palavras sagradas, para depois levá-las às suas esposas. A condição da mulher no Oriente ainda é de completa submissão. A tradição de superioridade masculina, herdada pelos antepassados, parece estender-se até os dias de hoje. Mas agora, os costumes orientais misturam-se aos ocidentais.
Istambul é a única cidade do mundo que liga, em seu próprio território, dois continentes. Uma ponte separa a Ásia da Europa, e enquanto atravessamos o Estreito de Bósforo, podemos observar de um lado a Ásia, com suas mesquitas de torres pontiagudas, e do outro lado, a Europa, marcantemente Ocidental. O encontro dos dois mares, o Mar Negro e o Mar de Mármara, é contraste geográfico que podemos observar das vidraças do barco. O guia nos explica, em inglês, um pouco da história da cidade, suas lutas e o espírito de conquista de seus antepassados. Tudo em Istambul nos faz lembrar a tradição guerreira do povo que outrora constituía uma ameaça para os países vizinhos. Há castelos e fortalezas à beira-mar, sentinelas do inimigo. Ali se escondiam os turcos, aguardando represálias. Na igreja de Santa Sofia, hoje despojada e pintada de branco, também lembramos os episódios guerreiros, e enquanto escutamos as palavras do guia, parece-nos ouvir o eco do tropel dos cavalos e a luta dentro da imensa nave.
A igreja de Santa Sofia, construída por Justiniano, mostra no presente a conseqüência de guerras e invasões.
Imaginava uma igreja fulgurante de mosaicos coloridos, com folhas de ouro, colunas de mármore, tudo resplandecente, como a história diz. No entanto, como medida de proteção, todas as obras de arte foram cobertas de pátina, que aos poucos está sendo retirada pelos restauradores, e Santa Sofia oferece ao visitante apenas a sua grandiosidade despojada.
*Fotos da internet
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