quarta-feira, 28 de novembro de 2012


ALEXANDRE ANDRÉS E MACAXEIRA FIELDS


 Foi lançado no Teatro do Colégio Izabella Hendrix, o segundo CD, Macaxeira Fields, de Alexandre Andrés. O jovem compositor reuniu um grupo de músicos, proporcionando o som de várias vozes em coro e em solo. Os pais de Alexandre, Artur Andrés e Regina Amaral também participaram do evento, enriquecendo o concerto.
Assisti à criação de uma das músicas na fazenda da Barrinha, em Entre Rios de Minas. Alexandre compunha, Artur corrigia, cada um num quarto diferente, diante do computador. O próprio ato criador assim realizado nesta dupla pai e filho, nos transmitia a emoção de uma parceria de mestre e discípulo. Alexandre cria suas músicas no seu studio na fazenda e os sons da natureza também participam.

O grupo musical se estende para artistas plásticos também, aproximando os jovens dos idosos.
“Vó, vou fazer um clip com um grupo de amigos e preciso de você na fazenda, com cavalete, tela e tintas.”
Viajei para Entre Rios a fim de participar dessa nova experiência, coisa diferente na minha carreira artística. Ali estava, também em frente a um cavalete, a jovem pintora Eleonora Weissman. O clip foi realizado com sucesso e está no Youtube com o título de “Ala Pétalo”. Duas crianças lindas ali interpretaram com espontaneidade o seu próprio comportamento de crianças, correndo no campo e curiosamente descobrindo o novo.

Macaxeira Fields é um CD precioso, cheio de nuances, que merece ser visto, não só em Belo Horizonte, como também no Brasil e no mundo.
Parabéns ao jovem Alexandre, ao letrista e poeta Bernardo Maranhão e a todos que participaram deste CD.

Transcrevo aqui trechos de um texto de Jocê Rodrigues, jornalista e escritor:
“Dotado de habilidades alquímicas o compositor, cantor e flautista mineiro Alexandre Andrés, em Macaxeira Fields (seu segundo álbum), transforma sons em sensações visuais e dilui-os em fórmulas que possibilitam a invenção de novas cores através da expansão de tons e matizes de uma poética que é sim brasileiríssima, mas que não represa ou esgota as possibilidades sígnicas das canções com qualquer tipo de postura nacionalista ou tradicionalista.
Macaxeira Fields mescla música de câmara e também música de câmera, pois fotografa partículas de realidade e instaura ausências no corpo do real e do nosso imaginário pela presença efêmera do som. É a canção que pulsa na percussão e também nos silêncios e pianíssimos que povoam as doze faixas de um trabalho que é (puro e simplesmente) todo canção. Não só canção da voz, mas canção do corpo e do mundo.
André Mehmari assume os pianos e a direção musical do CD e tudo então torna-se tinta em paleta de artista extremamente talentoso e cuidadoso com as texturas. Trabalho de um Klee tropical, que trabalha e reflete sobre temas ontológico-territoriais de maneira econômica na cor e rica na forma. As letras do poeta Bernardo Maranhão formam um fenômeno líquido a molhar ouvidos e a chover em superfícies e instâncias da experiência estética de se habitar a música. Parafraseando Yukio Mishima, todas essas águas correm para um mar de fertilidade.
Alexandre Andrés desponta, ao lado de alguns de seus conterrâneos, como um artista disposto a levar adiante um projeto de novíssima canção, o que implica em explorar sua potência para além da tradição (das correntes que impedem um verdadeiro ato criativo e conduzem à pura repetição cultural).”

*Fotos de Sylvio Coutinho

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sábado, 10 de novembro de 2012


EXPOSIÇÃO "MULHERES"


Dia 13 de novembro a partir das 16 horas inaugura-se a exposição “Mulheres”, de desenhos e pinturas da artista plástica Ivana Andrés. Ivana é uma artista multidirecionada para vários segmentos da arte. Os artistas de hoje estão buscando esta integração de várias áreas do conhecimento que, no meu tempo, eu denominava “síntese das artes”.
Síntese das artes significa desenvolver todo o potencial criativo que busca se expressar no ser humano. No caso da Ivana, este potencial vem se manifestando através do desenho, da pintura, do canto e do teatro.
No computador, Ivana vem me auxiliando na postagem dos blogs “Minha Vida de Artista” e Memórias e Viagens”, que estão no ar há mais de 3 anos.
Ivana, tranquilamente vai rendendo frutos em várias direções.
A libertação feminina é a tônica de seus desenhos e pinturas que estão no Espaço Cultural Plansis, Alameda do Ingá, 222, Vale do Sereno, Nova Lima.

Transcrevo aqui os depoimentos de Jonatra Macedo e Roberto Souza sobre seus trabalhos:

“Nasceu da força, da vontade de soltar o grito em forma de pintura. Então o movimento tomou conta do ar, bailando nos vestidos das “Mulheres” que, “libertas”, mostram uma beleza que somente a liberdade total pode introduzir no ser e nas artes” (Jonatra Macedo, crítico de Brasília)

“Criar é também saber acolher. É assim que defino o trabalho de Ivana Andrés, não somente seu trabalho de criação, mas seu espírito de criação. Um espírito que a todos envolve com uma ternura firme.
A Plansis tem sido a casa de Ivana, não a casa de suas obras, que somente agora nos chegam, mas a casa daqueles a quem sua percepção de artista acolheu e deu voz.
E não é de surpreender o sentimento que nos surge ao contemplar sua obra: a mesma serenidade, a mesma firmeza tanto quanto uma alegria de cores que nos faz desejar continuar nossa jornada.
Ivana é mulher e também acolhe todas as mulheres em seu seio de artista, talvez querendo dizer que estas bastam ao mundo com sua capacidade infinita de criar a vida.
Resta-nos contemplar, concordar e acolher Ivana e suas cores, confortavelmente instalados em sua alma”. (Roberto Souza, diretor da Plansis)

*Fotos de Luciano Luppi

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