Foi lançado no Teatro do
Colégio Izabella Hendrix, o segundo CD, Macaxeira Fields, de Alexandre Andrés.
O jovem compositor reuniu um grupo de músicos, proporcionando o som de várias
vozes em coro e em solo. Os
pais de Alexandre, Artur Andrés e Regina Amaral também participaram do evento,
enriquecendo o concerto.
Assisti à criação de uma das
músicas na fazenda da Barrinha, em Entre Rios de Minas. Alexandre compunha, Artur
corrigia, cada um num quarto diferente, diante do computador. O próprio ato
criador assim realizado nesta dupla pai e filho, nos transmitia a emoção de uma
parceria de mestre e discípulo. Alexandre cria suas músicas no seu studio na
fazenda e os sons da natureza também participam.
O grupo musical se estende
para artistas plásticos também, aproximando os jovens dos idosos.
“Vó, vou fazer um clip com um
grupo de amigos e preciso de você na fazenda, com cavalete, tela e tintas.”
Viajei para Entre Rios a fim
de participar dessa nova experiência, coisa diferente na minha carreira
artística. Ali estava, também em frente a um cavalete, a jovem pintora Eleonora
Weissman. O clip foi realizado com sucesso e está no Youtube com o título de
“Ala Pétalo”. Duas crianças lindas ali interpretaram com espontaneidade o seu
próprio comportamento de crianças, correndo no campo e curiosamente descobrindo
o novo.
Macaxeira Fields é um CD
precioso, cheio de nuances, que merece ser visto, não só em Belo Horizonte ,
como também no Brasil e no mundo.
Parabéns ao jovem Alexandre,
ao letrista e poeta Bernardo Maranhão e a todos que participaram deste CD.
Transcrevo aqui trechos de um
texto de Jocê Rodrigues, jornalista e escritor:
“Dotado de habilidades
alquímicas o compositor, cantor e flautista mineiro Alexandre Andrés, em Macaxeira Fields
(seu segundo álbum), transforma sons em sensações visuais e dilui-os em
fórmulas que possibilitam a invenção de novas cores através da expansão de tons
e matizes de uma poética que é sim brasileiríssima, mas que não represa ou
esgota as possibilidades sígnicas das canções com qualquer tipo de postura
nacionalista ou tradicionalista.
Macaxeira Fields mescla música de câmara e
também música de câmera, pois fotografa partículas de realidade e instaura
ausências no corpo do real e do nosso imaginário pela presença efêmera do som.
É a canção que pulsa na percussão e também nos silêncios e pianíssimos que
povoam as doze faixas de um trabalho que é (puro e simplesmente) todo canção.
Não só canção da voz, mas canção do corpo e do mundo.André Mehmari assume os pianos e a direção musical do CD e tudo então torna-se tinta em paleta de artista extremamente talentoso e cuidadoso com as texturas. Trabalho de um Klee tropical, que trabalha e reflete sobre temas ontológico-territoriais de maneira econômica na cor e rica na forma. As letras do poeta Bernardo Maranhão formam um fenômeno líquido a molhar ouvidos e a chover em superfícies e instâncias da experiência estética de se habitar a música. Parafraseando Yukio Mishima, todas essas águas correm para um mar de fertilidade.
Alexandre Andrés desponta, ao lado de alguns de seus conterrâneos, como um artista disposto a levar adiante um projeto de novíssima canção, o que implica em explorar sua potência para além da tradição (das correntes que impedem um verdadeiro ato criativo e conduzem à pura repetição cultural).”
*Fotos de Sylvio Coutinho
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