Artista plástica, ex-aluna de Guignard. Maria Helena Andrés tem um currículo extenso como artista, escritora e educadora, com mais de 60 anos de produção e 7 livros publicados. Neste blog, colocará seus relatos de viagens, suas reflexões e vivências cotidianas.
sexta-feira, 30 de agosto de 2013
VENEZA, CAMINHOS DE ÁGUA
Minha neta, Alice Andrés, me enviou o
texto abaixo sobre Veneza, onde residiu por 6 meses:
“Ruas feitas de águas encantadas, de um
tom de verde que não se vê em nenhuma caixa de lápis de cor. Prédios recheados
de história e sonhos. Ar cheio de mistério e de promessas. Luz inigualável.
Pessoas atemporais. Veneza é uma cidade sem igual.
À primeira vista, Veneza parece um grande formigueiro de turistas - gente de todo o mundo e de todos os tempos, que busca em dois ou três dias desvendá-la. Correm de um lado para o outro, percorrem o circuito turístico Praça de São Marcos - Rialto - Biennale - Murano, tomam um Bellini no Harry's Bar ou um Spritz no Campo Santa Margherita, ouvem o gondoleiro de blusa listrada cantar, fotografam toda a superfície da cidade. Tudo é lindo, e vale a pena.
Mas é quando o olhar se acostuma ao cenário, que Veneza se revela e nos faz ver que somos muitos, mas somos um. Perdemo-nos por suas ruas - as de água e as de pedra - e, de madrugada, no inverno, quando a cidade dorme e está esvaziada de turistas, vemos que essa é uma cena que se repete através dos tempos, e que confirma a nossa coerência e humanidade.
É nesse momento que se consegue vislumbrar e compreender a história, os mistérios, os encantos, as promessas e a luz dessa cidade, e também nossa história, mistérios, encantos, promessas e luz. Cada viagem de qualquer ocidental à China remete às aventuras de Marco Polo na corte de Kublai Khan. Cada moeda trocada hoje remete ao sistema capitalista influenciado em grande medida por essa cidade, que foi uma das principais capitais comerciais do mundo. É nela que, olhando para a Praça de São Marco, poderíamos também proferir a frase de Napoleão Bonaparte, que a chamou de sala de estar da Europa. É ali que mesmo os mais céticos se curvam diante da magia da presença dos restos mortais de São Marcos e das pedras onde caminharam papas e pecadores. É onde se coloca e se tira a máscara. É quando se sente que, com toda aquela beleza e inspiração, fica claro porque VIvaldi pôde compor o que compôs. É quando se percebe a presença de promessas de amor repetidas através dos tempos, e a busca incessante pela perpetuação e materialização dos sonhos. É ali que se vê a mesma dependência - e, mais importante que isso, reverência - que lugares tão distantes como Veneza e Amazônia podem compartilhar por seus caminhos de água.
Somos muitos e somos um, e Veneza materializa isso.
À primeira vista, Veneza parece um grande formigueiro de turistas - gente de todo o mundo e de todos os tempos, que busca em dois ou três dias desvendá-la. Correm de um lado para o outro, percorrem o circuito turístico Praça de São Marcos - Rialto - Biennale - Murano, tomam um Bellini no Harry's Bar ou um Spritz no Campo Santa Margherita, ouvem o gondoleiro de blusa listrada cantar, fotografam toda a superfície da cidade. Tudo é lindo, e vale a pena.
Mas é quando o olhar se acostuma ao cenário, que Veneza se revela e nos faz ver que somos muitos, mas somos um. Perdemo-nos por suas ruas - as de água e as de pedra - e, de madrugada, no inverno, quando a cidade dorme e está esvaziada de turistas, vemos que essa é uma cena que se repete através dos tempos, e que confirma a nossa coerência e humanidade.
É nesse momento que se consegue vislumbrar e compreender a história, os mistérios, os encantos, as promessas e a luz dessa cidade, e também nossa história, mistérios, encantos, promessas e luz. Cada viagem de qualquer ocidental à China remete às aventuras de Marco Polo na corte de Kublai Khan. Cada moeda trocada hoje remete ao sistema capitalista influenciado em grande medida por essa cidade, que foi uma das principais capitais comerciais do mundo. É nela que, olhando para a Praça de São Marco, poderíamos também proferir a frase de Napoleão Bonaparte, que a chamou de sala de estar da Europa. É ali que mesmo os mais céticos se curvam diante da magia da presença dos restos mortais de São Marcos e das pedras onde caminharam papas e pecadores. É onde se coloca e se tira a máscara. É quando se sente que, com toda aquela beleza e inspiração, fica claro porque VIvaldi pôde compor o que compôs. É quando se percebe a presença de promessas de amor repetidas através dos tempos, e a busca incessante pela perpetuação e materialização dos sonhos. É ali que se vê a mesma dependência - e, mais importante que isso, reverência - que lugares tão distantes como Veneza e Amazônia podem compartilhar por seus caminhos de água.
Somos muitos e somos um, e Veneza materializa isso.
*Fotos de Alice Andrés
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DE ARTISTA”, CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA.
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
CASAMENTO DE TERESA E ALBERTO
Sentada num banco reservado à avó, fico esperando a
entrada da noiva. Teresa é a minha neta mais velha,está se casando agora em
Entre Rios de Minas, repetindo a cena de seus pais em 1979 e de seu irmão
Roberto à poucos anos atrás. Nada de marcha nupcial e cortejo pelo corredor da
Igreja. A nave central é a própria paisagem que se descortina à nossa frente.
Tudo fica dourado quando o poente se aproxima em seu silêncio protetor. E hoje,
diante de um pequeno altar improvisado, um casamento está sendo realizado. A
noiva vem subindo o morro, toda de branco, com um buquê de flores nas mãos, de
braço com seu noivo, Alberto.
A simplicidade da cerimônia é emocionante, e é com
lágrimas nos olhos que escutamos a flauta do Artur tocando a música “Bachianas”
de Villa Lobos.
Teresa e Alberto casaram-se no civil em abril,
em Toscana, na Itália, e hoje estão celebrando a benção religiosa da Igreja
Católica, na fazenda Luiziania, em Entre Rios.
A história de Teresa merece ser contada: Teresa
deixou o Brasil há exatamente um ano, levando uma mochila às costas. Seguia para a Itália como
pesquisadora do nutricionismo italiano nas pequenas fazendas daquele país.
Acompanhamos seu blog, cheio de peripécias e situações imprevistas. E foi numa
dessas situações não programadas que ela conheceu Alberto, com quem está se
casando. Uma festa em Siena, dentro de uma escola antroposófica marcou para
sempre o destino deste jovem casal.
Alberto veio ao Brasil por ocasião do Natal e
combinaram o casamento na Itália para abril.
Acompanhei todos os passos dessa história de amor
programada pela vida.
Agora acompanho a festa na roça, igual ao meu quadro
“Casamento na Roça” pintado na década de 1950. Este quadro já está ficando
famoso, pois participou do 3° Festival de Inverno de Entre Rios, já foi
impresso em camisetas, cartões e “banners”.
Casamento na roça é isto que está acontecendo no
momento: bandeiras brancas amarradas no poste de bambu, fogueira junina, pratos
típicos feitos em casa, 2 barris de chope, sucos variados.
Enquanto a fogueira crepita em frente à casa,os seresteiros
tocam música dançante.
Aqui se reuniram filhos, netos,bisnetos,sobrinhos,irmãos
e a sociedade de Entre Rios, muito ligada à esta filha da terra,que irá morar
em outra terra, falando outra língua.
Tudo aconteceu tão rápido, que a gente custa a crer,
parece um conto de fadas!...
Teresa se casou num castelo em Toscana (a prefeitura
é um castelo) e agora se casa no religioso nesta tarde luminosa de sábado, abençoada
pelos anjos protetores que reconduziram seu destino.
Aos noivos, todo o meu carinho e os votos de
felicidades.
Na década de 50, eu costumava escrever versos. Um
deles está transcrito abaixo:
NOIVA
DA MADRUGADA
A
noiva toda de branco
Vem
subindo aquela escada
Vem
subindo de mansinho
Toda
de branco enfeitada
Os
sinos tocam
Quem
sobe?
É
a noiva da madrugada
É
a manhã despertando
Disfarçada
em noiva branca.
*Fotos de Maurício Andrés
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