Recebi de Maurício Andrés o relato
abaixo, sobre recente viagem à região de Toscana, na Itália.
“Visitamos Teresa e Alberto em Vico
D’Elsa, uma das muitas pequenas cidades situadas em topos de morro no vale do
rio Elsa, na Toscana.
Com eles passeamos em pequenos burgos
medievais nas redondezas, tais como San Gimignano, com suas seis torres altas;
e Certaldo, onde havia um festival de comidas ecológicas. Na Itália é muito
forte o movimento pelo alimento quilometro zero, o que significa a produção e o
consumo de alimentos produzidos localmente, sem transportes a grandes
distâncias. Provam-se e comercializam-se
de queijos, de azeites, de vinhos produzidos nas redondezas com métodos
naturais da agricultura orgânica, sem uso de agrotóxicos ou de transgênicos.
A região era passagem dos peregrinos que
vinham da catedral de Canterbury, na Inglaterra, bem como de toda a Europa,
para Roma e dali seguiam para Jerusalém. A via Francigena, com mais de dois mil
quilômetros, era o caminho que percorriam. Ao longo dela há muitos lugares de
pouso para os peregrinos, tais como Monteriggione.Uma menção especial merece
Siena, com suas construções ocres e marrons, sua praça em forma de uma concha
onde todas as linhas convergem para um bueiro de drenagem e onde se realiza
duas vezes por ano a festa do Palio, com corridas de cavalos e disputas entre
as várias partes da cidade. A catedral de Siena, com seu piso em mármore
totalmente trabalhado com motivos figurativos e geométricos é um espetáculo à
parte.
Poggibonsi é a parada de trem nas
imediações. Fomos e voltamos de trem de Florença e no verso da passagem há
informações sobre como o viajante no trem emite menos gases de efeito estufa do
que quando se viaja de avião. É um modo de transporte econômico, ecológico,
agradável, contempla-se a paisagem.
A Toscana, e especialmente o seu relevo e
geomorfologia, se parece com a paisagem dos campos das Vertentes em Minas
Gerais, a Toscana brasileira. A vegetação é diferente, pois lá tudo é muito
cultivado com uvas para o vinho ou com oliveiras para a produção do azeite. O
gado é confinado e alimentado com feno.
A paisagem é muito bonita e os céus são
cortados por muitos rastros de aviões, pois ali é uma rota aérea muito usada.
Nos telhados das casas centenárias, antenas e parabólicas nos lembram de que
estão conectadas com o mundo globalizado.
Havia muitas guerras entre as cidades,
como por exemplo, as que ocorreram entre Florença e Siena. Os burgos medievais
têm controles de segurança, com muros fortificados e fossos. São semelhantes,
nesse quesito de segurança, aos condomínios existentes nas cidades brasileiras,
eletronicamente vigiados e procuram proteger os moradores dos perigos do
ambiente externo.
A Itália é densamente habitada, com 192
habitantes por quilometro quadrado (A Itália tem metade do tamanho de Minas
Gerais e uma população quase 4 vezes maior). O Brasil é oito vezes menos denso,
com 23hab/km2. No passado, uma das maneiras de reduzir essa densidade foi por
meio das emigrações de italianos para o Brasil, os EUA e outras partes. Outro
caminho era por meio das guerras ou das pestes como a que afetou Florença nos
anos 1350. Muitos países europeus se apropriaram de recursos das colônias para
se sustentarem. Hoje, os descendentes dos povos colonizados retornam para os
países que os colonizaram. Se os empregos não vão para onde estão as pessoas,
elas vão para onde se encontram os empregos, já observou um conhecido
demógrafo.”
Fotos de Maurício Andrés
1)
Alberto
e Teresa observam a paisagem da Toscana, semelhante à dos Campos das Vertentes
em Minas Gerais.
2)
Catedral
de Siena
3)
Interior
da Catedral
4)
Praça
principal de Siena
5)
Vico
d’Elsa – casa de Teresa e Alberto, no térreo, com figueira no quintal
6)
Monteriggione
7)
San
Gimignano
8)
Vico
D’Elsa – vista da Toscana
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DE
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