Estou no Nepal. O céu muito azul, montanhas
circundando a cidade, lembrando Minas Gerais, Belo Horizonte, Ouro Preto,
Retiro das Pedras. O mesmo céu, a mesma situação geográfica. 4000 pés acima do
nível do mar. No inverno há neve e gelo, estamos no verão na Índia, 40 ° em
Madras de onde saí. Aqui a temperatura é agradável e a altitude me pôs de cama
o primeiro dia. Há hippies nos bairros da cidade, na zona comercial. Aqui é o
bairro dos grande hotéis, do palácio real. Meu hotel é modesto, parece uma
fazendinha. Acordo com os passarinhos cantando, com os galos anunciando um novo
dia. Tenho de sair de casa para almoçar e jantar. Desço as ruas até o
restaurante chinês. No caminho observo as casas, as varandinhas de madeira, as
janelas de grade, antigas, os compartimentos pequeninos onde os nepalenses
fazem seu comércio, seus negócios. Lembra Ouro Preto, mas também a China, o
Japão. Os pagodes chineses vieram daqui e do Tibet. O estilo arquitetônico dos
pagodes começou nos himalaias, berço da arte, cultura, civilização , costumes,
religião. As caras dos nepalenses lembram os peruanos, bolivianos, mas também
aquele olhinho puxado dos chineses. O mundo é realmente uma unidade e o planeta
terra neste universo de estrelas não pode ter a pretensão de se dividir. Somos na
realidade uma só e única família. Sentimos isto nas fisionomias, no jeito de
ser; os nepalenses residem em lugares montanhosos, os peruanos também. Carregam
seus filhos nas costas, enrolam panos na cintura para carregar pertences (nada
de bolsas ocidentais). Os sáris não têm a graça dos indianos, são sóbrios, sem
bordados. As comidas tem influência chinesa e tibetana. Vejo os costumes
chineses de carregar mercadoria – muito prático – um pedaço de bambu e dois
cestos, cada um de um lado, presos nas pontas por cordas. A idéia é ótima,
porque o corpo não carrega o peso todo, não traz problemas de coluna. Seria uma
ótima idéia se fosse adotado nas fazendas brasileiras. Como tudo nasceu nas
montanhas, fico achando que muitos dos costumes chineses não são chineses, mas
nepalenses. Às vezes vejo carinhas de brasileiros, do Paixão, do Juscelino...
Meu dentista (tive de arrumar um) é a cara do Juscelino. Deve ser bom, pois é o
dentista do Rei. Estudou em Londres e não acredita em homeopatia. Fui dizendo
“Tive um problema, um abscesso, cuidei com homeopatia”. “Para abscesso? Só
antibiótico!”
No dia seguinte cheguei com as radiografias, antes e
depois. Ele examinou, olhou... “Sarou, não tem nada.”
Hoje vou correr os mosteiros. A paz de Buda é
diferente, Buda é um estado de consciência que os ocidentais chamam de
intuição. Para entrar nele só transcendendo o ego e o intelecto , os conceitos,
teorias, fórmulas. Sair da forma e entrar na essência – sabedoria, caminho do
meio, equilíbrio corpo, mente, espírito. Somos uma só unidade. Enquanto nos
dividimos, sofremos. Para crescer é preciso estar só, sentir-se só... Até que a
gente percebe que não está só. Que o mundo inteiro é irmão, não existem
fronteiras, divisões, separações. As caras são iguais, um sorriso, quando
sorrimos estamos felizes. Por que não sorrir sempre para tudo e todos? Buda
recomenda sorrir na meditação.
A rua está cheia de gente passando. Estou em
Anapurna, bairro hippie. Há gente de toda parte do mundo.
*Fotos da internet
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