segunda-feira, 1 de setembro de 2014

VIAGEM AO CAMBOJA

Recebi do Dr Cid Veloso o relato de sua viagem ao Camboja, que transcrevo abaixo:

“País muito antigo, relatando-se histórias de uma época pré-histórica, de 5 séculos A.C. Em toda sua história, sempre teve muita influência da Índia (hinduísmo e budismo).
Sistema político: monarquia parlamentar democrática; não é comunista. O rei atual (Sihamoni) tem 61 anos, é budista, solteiro e foi bailarino em Paris, não tendo vocação política.
Religião: 95% budistas; há 4.000 pagodas no país.

A colonização francesa ocorreu de 1864 a 1953. O forte sentimento nacionalista, liderado pelo partido surgido na época – Partido Popular Revolucionário do Kampuchea – apoiado pelo Vietnã, obrigou a França a conceder a independência ao país em novembro de 1953, que  foi declarada pelo rei Sihanouk. Após a Guerra do Vietnã, em 1975, o Camboja foi dominado pelo movimento Khmer Vermelho, liderado por Pol Pot e apoiado pela China, que pregava o maiosmo radical; foi um regime violento, que resultou na morte de 1,7 milhões de habitantes. O regime foi derrotado com ajuda dos vietnamitas, em 1979. Em 1993 foi restaurada a monarquia.

É o país mais pobre da Ásia e sua economia é baseada no arroz, na indústria têxtil, borracha, óleo de palma e, atualmente, o turismo está sendo o principal produto econômico (recebem 4 milhões de turistas por ano; como referência, o Brasil recebe 6 milhões/ano). Foi descoberta reserva de petróleo no fundo do mar, mas ainda em pequena escala, não exportando.
Possui o maior lago de água doce do sudeste da Ásia, o Tonlé Sap: 3.000 km². de extensão. É o mais rico em peixes e fornece água para o território da metade da população do Camboja; no lago moram 90.000 pessoas, que vivem em 170 vilas flutuantes. É considerado “Reserva da Biosfera” pela UNESCO. 
Phnom Penh , a capital do país, já foi considerada a “pérola da Ásia”, tendo perdido o brilho após as seguidas guerras e revoluções, estando agora se recuperando. O Palácio Real, com belos templos, especialmente a pagoda de Prata, tem o chão coberto por 5.000 peças de prata e um sólido Buda de Ouro
Neste momento atual, o ano budista é 2.558. O Budismo prega 4 princípios: caridade, neutralidade, compaixão e misericórdia; o budista busca sempre dar e não receber. Budistas devem comer apenas 2 vezes ao dia e dormir do lado direito. Nas estátuas, Buda adota 25 posições; alguns exemplos: com uma mão para cima: perdão: com duas mãos para cima: paz; uma mão para baixo e uma mão ao longo do corpo: vencer a batalha do mal.

ANGKOR , considerado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. O parque dos templos possui 400 km². A beleza, a história impressionante e a arquitetura imponente dos templos são difíceis de descrever.

Angkor – antiga Yashodharapura – foi o império mais poderoso do sudeste da Ásia (compreendendo desde Myanmar até o Vietnã), em torno do grande lago Tonlé Sap, quando foi capital do Camboja, no ápice da civilização Khmer. Com o declínio do Império Khmer, Angkor foi abandonada, sendo cercada e coberta pelas florestas tropicais do país. No final do século 19  missionários, pesquisadores e historiadores, predominantemente franceses, iniciaram estudos na região, recuperando a história e revelando a importância e a beleza dos templos. Somente na década de 90 do século passado foi iniciado o esforço governamental para desenvolver o turismo baseado em Angkor. São 300 templos em Angkor, sendo os principais: Angkor Wat, conjunto de Angkor Thom (Bayon,  Phnom Bakheng , Preah Kahn, Srah Srang, Ta Prohm, entre outros) e Banteay Srei.

Angkor Wat (angkor = cidade; wat = templo) é o maior templo religioso do mundo.  Construído durante 32 anos (1.113 a 1.145) por 300.000 trabalhadores e 8.000 artistas (na época, havia cerca de 1 milhão de habitantes na região, quando Londres possuía 50.000 habitantes). As pedras foram trazidas de 70 km. de distância, utilizando 2.000 elefantes. Tem forma piramidal, com 3 níveis; 5 portas de entrada: uma para o rei e depois outras para os funcionários, para os monges, para os ricos e para o povo; apenas uma porta de saída, simbolizando que a morte iguala todos. Há 4 serpentes com muitas cabeças, uma  em cada canto do templo, para proteção. Há um mural entalhado de 80 metros, com lendas de influência hindu: Mahabharata, Ramayana, criação do mundo, e cenas de guerra com a eterna luta dialética entre os deuses e demônios. Há 4 tanques em salas de recepção, dedicados aos 4 elementos: fogo, ar, água e terra. Os 4 corredores são em forma de cruz, fazendo imaginar uma identidade (arquétipo?) com o cristianismo.” (Cid Veloso, Diário de Viagem ao Sudeste da Ásia)

*Fotos de Cid Veloso

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