Quando
voltei ao Brasil depois de uma viagem dos Estados Unidos, em 1961, a arte
abstrata levantava bandeiras na Bienal de São Paulo, com o grande premio dado a
Manabu Mabe. Eu trouxera dos americanos uma bagagem de impressões e vivências
marcantes que definiam direções para o meu trabalho. Naquele mesmo ano, havia
sido convidada a apresentar uma sala especial na Bienal, com desenhos em papel
veludo, sugerindo veleiros. Voltara dos Estados Unidos com quatro exposições
individuais no meu currículo, e uma acolhida amistosa pelos dirigentes de
museus e galerias. Naquele momento, a Bienal significava a abertura para a
fusão oriente-ocidente através da linguagem artística. Passei 1 mês em São
Paulo percorrendo a Bienal. Parava diante dos quadros do japonês Tessai, estudando sua vida e sua obra.
Ele
de certo modo significava para mim o gosto pelas viagens, a aventura de
percorrer muitas cidades, conhecer pessoas, falar línguas diferentes.
Significava a emoção da pintura, a necessidade de expressar e também a
reflexão, o silêncio e o vazio. Na pintura japonesa o vazio é necessário como é
necessário este vazio para chegarmos à nossa vivência de paz.
Tessai
percorrera 10.000 milhas andando a pé pelo Japão e lera 10.000 livros. Sua
pintura refletia algo mais que uma simples exposição emocional, mas convidava
ao silêncio, a meditação.
Agora,
revendo os meus passos no caminho, posso assegurar que este pintor japonês, foi
realmente o grande exemplo que precisava encontrar naquele momento.
Atualmente,
os meus passos pelas montanhas vão descobrindo em Minas, as paisagens do Japão.
Fotos
de Maria Helena Andrés e da internet
VISITE
TAMBÉM MEU OUTRO BLOG “MINHA VIDA DE ARTISTA” CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA
Nenhum comentário:
Postar um comentário