terça-feira, 7 de junho de 2016

UM RETIRO NOS HIMALAIAS

O acaso nos conduziu a Uttar Kashi, lugar de reflexão e paz no alto dos Himalaias, reservado aos estudiosos de Krishnamurti. Foi preciso percorrer a Índia vários anos, observar com atenção os diversos caminhos elaborados pela mente humana, para compreender a necessidade dessa parada para reflexão. Ali passamos muitos dias recolhidos no silêncio, cada um de nós numa cabana particular. Havia tempo para meditar e tempo para contemplar a natureza. Aos poucos, começamos a sentir a beleza de estar só, de não ter opinião formada sobre as coisas, nem desejar modificá-las. A mente humana está sempre buscando algo diferente do que é, e nesse desejo, a beleza do agora se perde.
O nosso agora era o rio Ganges correndo, lá embaixo, junto à cordilheira dos Himalaias. Havia uma distância de muitos metros da região onde estávamos até o rio, mas resolvemos descer o barranco, escorregando sobre as pedras. As pedras eram redondas como se tivessem sido modeladas por mãos de artistas. Muitas vezes elas se assemelham ao Lingam dos hindus. Ali estavam empilhadas, distribuídas sobre a areia, uma infinidade de pedras buriladas pelo movimento das águas. A proximidade da nascente do Ganges, brotando do seio dos Himalaias, simbolizava a vida nascendo e crescendo em constante movimento. O rio passava por cidades, florestas, campos, encontrava pessoas, vivenciava novas experiências até se jogar no mar. Cada um de nós, seres humanos, também temos o tempo e espaço necessários para compreender o nosso retorno à essência. As pedras maiores, no meio da correnteza, criavam ondas circulares ao redor. Também no homem, todas as manifestações do ego: o apego, o medo, a competição e a ignorância vão criando ondas, espumas, movimentos circulares, cachoeiras. Mas a vida continua o seu percurso, apesar de tudo. A história do rio é a história da nossa própria vida.

Seguem trechos do pensamento de Krishnamurti retirados da internet:

“O amor é um estado em que não existe o desejo de estar em segurança”

“A Realidade não é contínua, não é permanente, porém uma coisa que se precisa descobrir momento por momento”

“As ideias não são a verdade, a verdade é algo que deve ser testado diretamente, de momento a momento”

 “Não existe caminho para a verdade, ela deve chegar até você. A verdade só consegue chegar até você quando sua mente e coração são simples, claros, e existe amor em seu coração”

“Podemos ir longe, se começarmos de muito perto. Em geral começamos pelo mais distante, o “supremo princípio”, o “maior ideal”, e ficamos perdidos em algum sonho vago do pensamento imaginativo. Mas quando partimos de muito perto, do mais perto, que é nós, então o mundo inteiro está aberto – pois nós somos o mundo.”

“Temos de começar pelo que é real, pelo que está a acontecer agora, e o agora é sem tempo.”

“A meditação não é o controle do corpo, nem técnica de respiração. Devemos estar numa postura correta quando começamos a meditar – mas as relações com o corpo terminam aí”.

“A verdadeira meditação começa e acaba na mente. Não procuremos a concentração forçada , que só nos causa ansiedade; quando meditamos direito, a verdadeira concentração aparece. Ela não surge do fato que escolhemos tais pensamentos, ou nos livramos de tais emoções. Ela aparece porque nossa alma não busca respostas.”

“Quando nos livramos da necessidade de orientar as coisas ao nosso modo, permitimos que o fluxo divino nos guie até onde devemos chegar.”


*Fotos da internet

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