“Om Mani pad me hung”, é o mantra repetido 108 vezes
pelos budistas tibetanos quando desfiam seu rosário. O mantra tem força e ajuda
no encontro do homem consigo mesmo, com seu vazio interno. Os tibetanos buscam
o estado do vazio, comum a todos os outros seguidores de Buda, através do
estímulo aos sentidos externos, despertando os ouvidos com mantras, sons de
tambores, sinos, visualizando esculturas e pinturas, repetindo sutras e usando
5 cores para as suas bandeiras, que representam os 5 elementos da matéria.
Através das cores balançando ao vento, amarradas em postes de madeira, os 5
elementos são relembrados.
Estamos no alto de um mosteiro em Pokhara e quem nos
acompanha é um tibetano de meia idade.
“Quando os chineses invadiram o Tibet, tivemos de
fugir pelas estradas para escapar à morte. Meus pais foram fuzilados e eu atravessei a fronteira para me fixar
neste lugar. Tenho mulher e 3 filhos e vivo de vender objetos, artesanato e bijuterias
de prata.”
“O Tibete é um país lindo, mas tivemos de fugir e
nos refugiar na Índia e no Nepal.” Sherap mora no Nepal desde 1959.
Os refugiados vivem em comunidades, vendem objetos
de prata trabalhados, pulseiras com arabescos e mantras. Falam pouco e têm
dificuldade no inglês.
Dalai Lama tinha na época 25 anos, refugiou-se em
Daramsala, na Índia, de onde dirige os vários mosteiros. É o papa do budismo
tibetano e sua sabedoria se espalha pelo mundo.
Quando as terras foram invadidas, alguns lamas
quiseram defendê-las, mas a filosofia budista é contrária às guerras. Os lamas
preferiram fugir pelas montanhas, a pé, carregando às costas alguns objetos
sagrados.
Agora a comunidade tibetana faz parte do Nepal e,
paradoxalmente, este episódio de conquista contribuiu para a difusão do budismo
no Ocidente.
O budismo não é considerado uma religião, mas um
modo de viver correto, um caminho para a libertação do ego e seus conflitos.
O objetivo é tornar as pessoas conscientes de si
mesmas. Os lamas tibetanos buscam trazer luz aos conflitos internos do ser
humano, estudando a fundo a natureza da mente.
Assistimos a uma aula de budismo no centro Marpa
Institute de Bouddanath, comunidade tibetana de Katmandu.
Khenpo Tsultin Gyantso Rimpoche falou das mudanças
como forma de conscientização da impermanência. Não existe nada fixo, de
momento em momento estamos mudando. Quando tentamos segurar um momento, ele já
desapareceu no vazio. A compreensão da impermanência, esta não existência das
coisas, faz superar apegos e transcender o sofrimento e a morte.
Hoje, contemplando os himalaias do alto do terraço
do hotel, vejo um grande número de meninos vestidos de mantos púrpura, que se
preparam para a vida monástica.
De modo geral, as famílias no Tibet sempre tiveram o
costume de entregar seu primeiro filho ao monastério. Apesar das dificuldades
enfrentadas no exílio, este costume ainda é mantido e pode se ver grande número
de meninos lamas em miniatura, dedicando-se ao aprendizado do budismo.(Trecho do
meu livro “Encontro com mestres no Oriente”)
*Fotos da internet
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