Vinte e cinco meninos nos saúdam quando vamos
almoçar no Bhojanasala. São pobres, vestem-se de calças verdes.
“Good morning, madam”. Os dentes muito brancos estão
sorrindo, os olhos brilham. Lembro-me do avanço nas bolinhas de gude. Cinquenta
mãozinhas pedindo as bolas. Três para cada um. Alguns tiraram cinco, depois
devolveram. Fizeram Shiva Dance no domingo, cheio de estrelas, trabalho em
conjunto.
Minha filha está ensinando pintura para eles.
Fizeram trabalhos lindos. Quem sabe um desses meninos não virá a ser um segundo
Krishnamurti? Krishnamurti também foi um deles. Morou aqui, comeu no chão como
estas crianças, andou de bicicleta, jogou bolinha de gude, cantou hinos para
Ganesh, rezou para Buda, Krishna, Cristo, exatamente como ensinam aqui. A sua
aura era tão linda que Anne Besant e Leadbeater o destacaram.
Krishnamurti foi criado em Adyar e a vibração das
árvores o protegeu. Agora as crianças cantam também em coro, um deles no meio,
batendo o compasso. Dançam. Imaginem, “vocês tem nas mãos as estrelas, vão
criar o universo...” Eles fecham os olhinhos concentrados, as mãos cheias de
bolinhas de gude. A sala é enorme e o espaço cósmico está
sendo preenchido por quinze meninos em círculo. Os outros cantam. Mas, criança
reage do mesmo jeito, quer na Índia ou no Brasil.
Quando a última estrela caiu no chão, houve avanço
geral. Queriam as bolinhas... Tive de entrar na dança cósmica e distribuir três
para cada um.
*Fotos de arquivo e da internet
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