segunda-feira, 6 de julho de 2020

MEU ENCONTRO COM SANTOS DUMONT

Meu pai, Euler de Salles Coelho, era político, foi presidente da Câmara dos Deputados e mais tarde deputado federal.


Foi então que nos mudamos para o Rio de Janeiro.

Por ser político, tinha muita ligação com Tio Ziro. Quando tio Ziro morou em Belo Horizonte, sua casa era a um quarteirão de distância da nossa casa.

Meu pai tinha assuntos intermináveis com tio Ziro. Os políticos de antigamente eram honestos e respeitados.

Quando nos mudamos para o Rio, residimos em Botafogo, perto da casa do meu avô.
Um belo dia papai nos convidou:

“Vou levar vocês duas (eu e Lourdes) para conhecerem Santos Dumont, o pai da aviação. Santos Dumont era mineiro, nasceu numa fazenda de café, na zona da mata, hoje cidade de Santos Dumont. Seu sonho, desde criança, era inventar um aparelho que permitisse ao homem voar, controlando seu próprio curso.

Passou a adolescência lendo Júlio Verne, estudando os pássaros e observando seus voos.
Santos Dumont deixou o Brasil em 1892 e se radicou em Paris, onde desenvolveu seu talento e construiu seus balões e aeronaves. E foi lá que ele conquistou a glória de sobrevoar a cidade, aos olhos atentos dos parisienses.

Santos Dumont estava presente numa festa em casa do tio Ziro e fomos convidadas para a festa.
Ele morava numa casa enorme que tinha no quintal um bosque onde as crianças não podiam entrar.
Vestimos, eu e Lourdes, as melhores roupas, cheias de babados e rendas e com laços de fita na cabeça.
Ficamos juntas das outras crianças até que fomos chamadas para a sala onde estava o pai da aviação.
E lá estava ele, sentado e cercado de admiradores.
Era um homem magrinho, olhar bondoso e sonhador.
Parecia estar olhando sempre para o futuro.

“Estas meninas são minhas sobrinhas, filhas do Euler, disse tio Ziro nos apresentando.
Santos Dumont nos abraçou e nós ficamos ali paradas, imaginando aquele homem magrinho voando naquele 14 Bis de antigamente, um fato heroico para todos os brasileiros.

Sair do Brasil e voar em torno da Torre Eifel em Paris, não era para qualquer um!
Valeu a pena aceitar o convite do tio Ziro e tia Alice para conhecer o pai da aviação!
Confesso que tinha muita vontade de voar também!

*FOTOS DA INTERNET

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