Os casamentos de hoje em dia
incluem uma poética que antigamente não existia. Os noivos criam a sua própria
linguagem. Foram inspiradoras as falas ocorridas no casamento de Joaquim Pedro
e Fernanda à beira mar, no norte da ilha de Santa Catarina.
Assim falou Fernanda para Joaquim:
“Perante todas essas pessoas tão importantes em nossas
vidas; perante Deus e esta linda praia que me viu crescer, entrego a você todo
meu amor, toda minha dedicação e amizade. Prometo, a cada dia, regar com
carinho e cuidado essa linda plantinha que nasce hoje: a nossa família. Ao
longo desses últimos sete anos juntos, soubemos nutrir muito bem nossa árvore
do amor, que cresceu robusta e fincada em raízes bem fortes. Prometo ser uma
esposa companheira, fiel, leal – sempre respeitando as nossas diferenças e a
nossa individualidade. Prometo não esquecer o que somos e o que sonhamos ser.
Amor da minha vida, estarei sempre com você na alegria e na tristeza, na saúde
e na doença. Que os momentos felizes inundem nossas vidas e nos tragam muita
sorte, prosperidade e paz. E que os momentos difíceis não nos deixem nunca
perder a ternura e tornem ainda mais forte essa união. Te amo para sempre. Sou
uma mulher de sorte. Sou a noiva mais feliz do mundo.”
E Joaquim Pedro disse para Fernanda:
“Ainda me lembro como se fosse
ontem quando nos conhecemos em 2005 durante uma bifurcação de nossas vidas.
Você, recém-chegada de Florianópolis e sedenta por abraçar o mundo. Eu, de
volta às raízes do Brasil, depois de uma década no exterior. Ambos buscando
novos horizontes pessoais e profissionais, cada um a sua maneira. Andamos de
mãos dadas por um tempo, tomamos caminhos separados que em um momento o destino
tratou de alinhar. Madrugamos para trabalhar e curtimos férias prolongadas.
Dividimos muitos sorrisos e por vezes sofremos juntos. Moramos juntos e
separados. Alçamos voos em conjunto, mas quando a vida nos presenteou com
oportunidades imperdíveis, aprendemos a voar solo sem perder a essência da
nossa união. O nosso relacionamento sempre soube alimentar o amor em comunhão,
respeitando nossos espaços. A nossa união, que amadureceu ao longo dos anos,
cresceu cada vez mais forte – e nunca foi sinônimo de prisão. Essa cerimônia
marca uma nova etapa de nossas vidas: a formalização de uma união que
construímos durante cada dia dos últimos anos, junto com muitas das pessoas que
estão aqui hoje celebrando conosco esse momento tão especial. Plantamos ao
longo desses últimos sete anos a semente de um amor puro e cheio de cumplicidade,
apreciador de nossas semelhanças, mas acima de tudo, respeitador de nossas
diferenças. A verdade é que duas arvores de uma mesma floresta não crescem na
sombra uma da outra. Ambas precisam de espaço e de luz para florescerem juntas
no mesmo compasso. Que o nosso amor saiba encontrar o equilíbrio da comunhão e
da individualidade. Que nossos passos caminhem lado a lado no mesmo ritmo,
sempre com um norte em comum.
E que por meio dessa união saibamos dividir a nossa luz e
respeitar os nossos espaços. E acima de tudo que saibamos construir, cada um a
sua maneira, uma vida inteira juntos.”
Aparecida, mãe de Joaquim, leu
falas da 1ª epístola de São Paulo aos coríntios:
“Ainda
que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria
como um bronze que soa ou um címbalo que retine. Ainda que eu tivesse o dom da
profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, ainda que eu tivesse
tão grande fé que transportasse montanhas, e não tivesse amor, eu nada seria.
Ainda que eu distribuisse todos os meus bens aos pobres e entregasse meu corpo em sacrifício, se não tivesse
amor, de nada me aproveitaria. O amor é paciente, é benfazejo, não é invejoso,
não é arrogante e nem orgulhoso. Nada faz de inconveniente, não é interesseiro,
não se irrita nem guarda ressentimento. Não se satisfaz com a injustiça, se
alegra com a verdade. O amor tudo tolera, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor nunca falha.”
O belo pôr do sol e a lua cheia
de 5 de maio de 2012, a
lua de Buda, testemunharam, do cosmos, essa união.
* Fotos de Jared Windmüller, Maurício Andrés e Marília
Andrés
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