Estamos a caminho do
Taj Mahal, uma das maravilhas do mundo. Procuramos entrar em contato com o povo
que vive nas cercanias do grande monumento histórico. Sabíamos que o mausoléu
fora construído pelo imperador mongol Shah Jahan, em memória de sua esposa Mumtaz Mahal (Favorita do Palácio).
Nossa peregrinação está sendo realizada com o intuito de
documentar o momento presente. Os arredores do Taj Mahal vão nos oferecendo uma
visão panorâmica da Índia.
Os campos estendem-se, em verdes macios. Ao longo da
estrada, vão desfilando bicicletas, camelos, caminhões enfeitados de desenhos e
cores. “Horn please” (Buzine, por favor) está escrito por detrás dos caminhões.
Os indianos apreciam a buzina e nós, ocidentais, seguimos viagem debaixo de
sons e cores. Paramos para ver um campo de flores amarelas, onde camponesas
indianas, com véus transparentes, lembram quadros de Renoir e de Monet.
Na Índia, a simplicidade da vida nos possibilita apreciar a
cada instante um novo quadro.
O transporte rural é feito de forma primitiva. O camelo
segue vagaroso carregando sacos e os burrinhos enfileirados transportam
cimento. Tudo respira a harmonia natural daqueles que estão ligados com a
natureza.
Debaixo de tendas de piaçava, uma família de artesãos fabrica
o giz para as escolas. O pó branco é misturado com água nas bacias de argila,
depois manufaturado de forma primitiva. O processo de empacotar é simples, sem
requintes. Paramos o carro para conversar com os artesãos e pudemos admirar a
textura do giz de diversas cores, colocado a secar dentro de esteiras.
A Índia é um exemplo de arte estendida ao cotidiano. Há
graça e leveza nas mulheres que lavam as varandas e preparam as casas para a
festa do holi. Nesse dia, fecham-se as lojas e em todas as vilas e cidades o
povo se pinta de pós coloridos e joga tinta em cima dos carros e das pessoas na
rua. Os rapazes cantam celebrando o festival e as moças preparam as casas para
as comemorações. Nos becos estreitos da vila as casinhas coloridas parecem
cenários de teatro. Ali pudemos sentir a espontaneidade da arte nas ruas e os
personagens também somos nós, vindos do Ocidente, com câmeras fotográficas a
tiracolo. As crianças nos rodeiam, curiosas, insistentes, e o povo na calçada
vem admirar os estrangeiros.
*Fotos de Marília Andrés e da internet
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