Neste blog dedicado às viagens recebi a colaboração
do Doutor Cid Velloso, que tem realizado inúmeras viagens pelo mundo, sempre
observando museus e anotando diversos aspectos da Arte Contemporânea.
“Em janeiro passado,
fui à Ilha da Madeira e Portugal, tendo visitado alguns museus e jardins
botânicos. Insensivelmente, não pude deixar de fazer um paralelo com o INHOTIM,
por ser uma referência que conheço.
Na Ilha da Madeira,
visitei o Jardim Botânico: uma área de grande extensão, com inúmeras espécies
de árvores (inclusive muitas palmeiras), plantas, flores e folhagens, bem
classificadas, situadas em uma região montanhosa da Ilha. O nome Madeira foi aplicado
à Ilha, ao ser povoada pelos portugueses, por causa das imensas florestas que
possuía, daí a importância e o acervo do Jardim. Não pude deixar de lembrar que
o INHOTIM é mais bonito, com ajardinamento mais artístico e com mais espécies
de palmeiras.
Na estrada de Lisboa
para Óbidos, há um desvio para Carvalhal, onde existe o Jardim da Paz Buddha,
criado pelo grande produtor de vinhos José Berardo: é uma imensa área rural,
com inúmeras estátuas de Buda feitas de granito, mármore e terracota, tendo também
uma réplica de parte dos guerreiros de Xi´an (China) e uma pequena réplica das
rochas de Stonehenge (Reino Unido). No início do Jardim, está sendo montado um
setor de arte contemporânea a céu aberto, com cerca de 10 estruturas de arte de
grande porte, muitas ainda sem placas de identificação; identifiquei obras
típicas de Alexander Calder, Louise Bourgeois e Botero. A área dos Budas é bem
organizada e com muitas peças, mas torna-se monótona por abordar apenas um tema
e o setor de arte contemporânea ainda está em fase de montagem, com poucas
obras. Evidentemente, o INHOTIM tem um acervo muito maior e mais diversificado.
Em Lisboa, visitei o
Museu de Arte Contemporânea no Centro Cultural de Belém, montado pelo mesmo
empresário José Berardo. Excelente e numeroso acervo, destacando Donald Judd,
Anish Kapoor, Sol LeWitt, Robert Mangold, Manuel Ocampo, Orozco, Richard Serra,
Frank Stella, James Turrel, além de Giusepe Penone e Adriana Varejão (esses
últimos também expositores no INHOTIM). Na entrada do Museu, uma excelente
exposição especial transitória do Hélio Oiticica, muito visitada; na entrada da
exposição, um vídeo mostrava a instalação Magic
Square do Oiticica no INHOTIM.
Em maio do ano passado,
em Paris, visitei o Musée de la Sculpture
em Plein Air, na beira do rio Sena, próximo da Gare d´Austerlitz. São dezenas de esculturas de arte contemporânea
ao ar livre, de autores pouco conhecidos por mim: Liuba Kirova, Liberáki,
Michael Noble, Cardenas, Sklavos, Olivier Brice, Micha Laury, Zadkine, Patkai,
Stahly, entre outros, sendo apenas Brancusi o que identifiquei. Muito
interessante, especialmente na bela região à margem do Sena. INHOTIM tem um acervo muito maior, de melhor qualidade
e de artistas mais consagrados.
Em 2005, eu e Roseni
visitamos Storm King Art Center, situado
a 90 km. ao norte da cidade de Nova York. Montado em 1960 em uma área imensa, possui
esculturas de grande porte espalhadas ao ar livre, fazendo-se a visita em um
trenzinho. Obras de
Alexander Calder, David Smith, Mark Suvero, Henry Moore, Noguchi, Richard
Serra, Louise Nevelson, Andy Goldsworthy,
Roy Lichtenstein, Alexander Liberman, entre outros. Um
grande e excelente centro de arte, mas sem nenhuma abordagem do setor botânico;
tivemos um problema: como passamos o dia na área, procuramos um local para
tomar uma refeição, não encontrando nenhuma lanchonete ou restaurante, apesar
de ser um local de turismo regular. O acervo de arte contemporânea pode ser
comparado ao INHOTIM, mas a falta de um jardim botânico em torno e a falta de
uma estrutura turística adequada foram pontos falhos no Storm King.
Não são muitos modelos
similares ao INHOTIM visitados por mim, mas já é possível vislumbrar que nosso
centro de arte assume uma categoria internacional de qualidade, organização e
competência.” Cid Velloso)
*Fotos da internet
VISITE TAMBÉM MEU OUTRO
BLOG “MINHA VIDA DE ARTISTA”, CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA.
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