quarta-feira, 8 de maio de 2013

O GRIVO, ARTEFATOS DE SOM


Chegamos a uma sala enorme, circular, com vários cilindros de água, em tamanhos variados, cada um emitindo um som diferente. Ali as águas choravam e gemiam, motivadas pela escassez de água que já ameaça afligir o planeta. Escassez e enchentes, a água está rolando, provocando tragédias.  Ninguém percebe que a água é viva e é dela que depende nossa vida no planeta. A água tem sido a grande preocupação dos ecologistas, e naquela exposição, ela emitia seus sons, criando música. Fiquei muito tempo ouvindo a música das águas, com os fones de ouvido. As pessoas passavam, olhavam , iam embora, mas eu me sentia bem com aquela música da natureza, vinda de dentro de cilindros de vidro, onde uma gota d’água ia pingando e mudando as notas. Não sei quanto tempo ali fiquei sentada, ouvindo aquela música vinda do gemido das águas, só sei que entrei ali muito cansada e sai relaxada.
O grupo “Grivo” é criativo, sempre inventando uma coisa diferente. A Arte Contemporânea permite esta diversidade e a exposição deste grupo de Minas é um exemplo.
Fui ver as outras salas, onde um violão tocava música sozinho e também aquela engrenagem de muitas rodinhas, todas vibrando como o presépio de Pipiripau.  Fui conduzida às memórias de infância, aos brinquedos de criança que papai nos trazia do Rio de Janeiro com rodinhas se movimentando. Agora, na mesma avenida Afonso Pena, onde morávamos na infância, volto para apreciar na Oi Futuro as invenções deste grupo de artistas. Relembro Paulo, meu irmão e suas criações neste campo do lúdico. Acho que a minha admiração pela arte e tecnologia vem dos meus tempos de criança e de minha admiração pelas invenções de meu irmão. Arte e tecnologia, arte e ciência, estão sendo estimuladas agora na Arte Contemporânea. Revivendo o passado, sentindo o presente e sonhando com o futuro, é o que estou podendo fazer neste momento.

*Fotos de Elena Andrés Valle

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