domingo, 30 de junho de 2013

ARTE ESTENDIDA À VIDA

A arte, vista como desenvolvimento humano, como resgate de valores essenciais do homem já começa a se manifestar como a grande característica do século XXI. Trazer a arte para a vida, usá-la como forma de harmonia da sociedade e quebra de estruturas materialistas é a força positiva da criatividade que se espalha pelo mundo.
O nosso encontro em Roma com Ana de Pascale e sua família, nos trouxe também a oportunidade de encontrar grupos de criatividade atuando na Europa como forma de estender a arte ao cotidiano.
Ficamos hospedadas em Itri, sul da Itália em casa de Stephano (filho de Ana Pascale) e Cazilda, sua esposa, conhecida atriz de teatro de Belo Horizonte. O casal reside numa pequena fazenda onde têm criação de abelhas e cuidam da terra. Na época de Natal apresentam-se como antigos trovadores medievais, tocando instrumentos antigos como os que são vistos nos quadros de Brueghel. Vestem-se à caráter e cantam nas casas da cidade onde moram e nas praças de Roma. No dia de nossa chegada, reuniram outros artistas ensaiando um pequeno show que pretendiam levar aos aniversários, numa forma criativa e lúdica de animar festas e trazer a criatividade para o cotidiano.
O resgate dos antigos saraus traz à tona novos valores e proporciona a oportunidade de despertar a alegria nos diversos grupos sociais. No meu livro “Os caminhos da Arte” mostro o caminho assumido pela arte desde o final do século passado: conduzir o ser humano a um estado de harmonia e paz através da atividade criativa. Agora, neste passeio informal pelo sul da Itália, lugar de extraordinária beleza, Stephano e Cazilda levaram-nos a conhecer os artistas da cidade, alguns deles pintores de parede que se tornaram também pintores de quadros, participando de Salões e Galerias de Arte. Alguns desses pintores já obtiveram prêmios nos Salões. Aprenderam primeiro a técnica, o uso das tintas, o contato com o material usado para pintar paredes e patinar portas. Em seguida, com o pleno domínio da técnica, passaram a criar o seu próprio estilo em grandes espaços, em paredes fora de casa, e em pequenos espaços, nas telas de pintura.
“Somos pintores de parede para sobrevivermos e pintores de quadros para nos realizarmos como artistas”
Este depoimento me faz lembrar o grande pintor brasileiro de origem italiana, nosso saudoso Volpi, que, chegando ao Brasil começou sua carreira em 1911, como pintor de paredes, para depois adquirir seu estilo próprio na pintura.
Stephano e Cazilda tiveram trajetória oposta. Fizeram cursos em Universidades, ele nas letras e ela no teatro. Agora estendem a arte para a sociedade, cantando nas praças. Na época de verão Stephano vende coco nas praias, para os turistas. Admirei o descondicionamento desse grupo de artistas alternativos.
Existe um aprendizado para todas as faixas etárias que não depende de livros. Ele acontece a cada instante na vida de cada um de nós, é só nos colocarmos em atitude receptiva.
Estender a arte à vida é encontrar no próprio trabalho o caminho direto para a realização pessoal.
Vivenciar com atenção o inesperado, o não programado, torna-se uma das formas mais diretas de se aprender com a vida.

Fotos da internet

VISITE TAMBÉM MEU OUTRO BLOG “MINHA VIDA DE ARTISTA”, CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA.


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