domingo, 2 de fevereiro de 2014

TEMPLO BUDISTA

Boudda Temple, é o nome do lugar. Uma comunidade tibetana, com vários templos budistas. Fiz um turismo onde estava incluída a visita a esta comunidade. O guia me explicou que eles recebem turistas estrangeiros. Deixei o turismo, mas fiquei com a informação daquele lugar. No dia seguinte estava desenhando no meu quarto, quando de repente me veio na cabeça: “Vou lá”. Tomei um taxi. Era um templo enorme, o maior que já vira. Procurei alguém que falasse inglês. Um inglês me levou até o lama dizendo que “depois do Dalai Lama, aquele era o maior, o de maior conhecimento e importância”.
Sentei em frente a um homem alto, vestido com uma túnica alaranjada, com um manto cor de vinho por cima.
Como o Dalai Lama, eles têm o terceiro olho aberto e estão entre nós para ajudar.
Neste instante ele está me explicando a natureza do sofrimento, por que sofremos.
“O homem nasceu para ser feliz. Por que sofre? Porque não sabe compreender as mudanças da vida. A vida é mudança contínua, a gente é que não percebe e deseja reter as coisas, tomar posse das pessoas, apegar-se ao passado. A vida é impermanente e devemos ver o sofrimento como ele é – de frente, sem medo – não tomar as aparências pela realidade. Em suma, o sofrimento não está nos acontecimentos, nem nas mudanças, nem nos objetos, está na nossa mente.Criamos nosso próprio sofrimento. A morte é coisa natural, ninguém deixa de morrer, sofremos porque desejamos permanência, porque nos apegamos às pessoas.”
Fui deixando ele falar, pois tudo o que falava estava dentro de mim, era como se pudesse ver minha alma num espelho. Se a mente está cheia de mágoas, saudades, desejos, frustrações, lembranças, como pode alcançar a felicidade e a paz que todo ser humano tem direito?
Ele deu-me um exercício: estar consciente, saber onde está a minha mente. Onde está o meu sofrimento, no passado, no presente ou no futuro? Somente olhar a mente, perceber onde ela está.
Estou observando: já vi que a minha mente voa mais rápido que a velocidade da luz. Ela salta do Brasil para a Índia, da Índia para o Nepal, percorre cidades, entra nas casas, conversa com as pessoas, discute, dá satisfações, depois volta, percebe o presente: as crianças jogando bola na rua, os passarinhos cantando, a moça de vermelho na varanda, as casas de tijolo à vista.
Minha mente está se libertando do passado e tentando viver o presente. Só com a mente limpa podemos ajudar os outros. Com ela atormentada por mil idéias, lembranças, pesares, auto compaixão, nada podemos fazer. Não vivemos, vegetamos. Se vem um pensamento negativo, é só olhá-lo de frente. “Onde está a minha mente?” Estamos quase sempre conversando, discutindo, sentindo e revivendo coisas imaginárias, memórias, lembranças. O real está agora, no presente, na lâmpada acesa em cima do caderno, nos desenhos espalhados sobre a cama. A realidade é o agora e o novo só pode ser apreciado quando nos esvaziamos de nossas lembranças e preocupações mentais. Viver o presente, aceitar as mudanças, renovar tudo. Viver a cada instante uma situação nova.

*Fotos da internet


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