Fomos visitar o Salão do Encontro em Betim, criado e
dirigido por Noemi Gontijo. Noemi é minha conhecida desde os tempos de meu
marido, Luiz Andrés, muito amigo e grande admirador de sua obra. Até hoje, com
mais de noventa anos, Noemi está à frente de tudo o que acontece naquele
educandário de fama internacional que promove ações para a redução da desigualdade
social através da educação pela arte.
Noemi nos recebeu com muito carinho. O Salão do
Encontro representa na atualidade um “Centro de Referência Educacional e de difusão
da Arte Popular”.
Fundada em 1970, a instituição busca a erradicação
da pobreza e a dignidade da vida oferecendo educação, capacitação, cuidados com
a saúde e moradia à população carente da cidade de Betim, a 30 km de Belo
Horizonte.
O Salão é referência para pesquisadores do mundo
inteiro e logo de entrada podemos ver um grande painel com representantes de
diversos países do mundo que ali estiveram para visita e também participando de
residências artísticas.
Percorrer os diversos departamentos do educandário,
sentir de perto a capacidade de doação e dedicação desta educadora é programa
para muitas visitas.
As crianças aprendem brincando, são alegres e fazem
trabalhos muito interessantes.
Há um berçário para os filhos das mulheres que ali
trabalham. Podemos ver de acordo com a idade, os diversos grupos de crianças
que se vestem com a cor correspondente a sua turma – os periquitos de três anos
se vestem de verde, falam todos ao mesmo tempo. Em seguida vêm os canários,
depois os azulões – todos acompanhados pelas professoras.
As aulas de contadores de estórias são dadas ao ar
livre, debaixo de uma árvore. As crianças sentam em tocos e o toco maior é da
professora.
Faz lembrar as aulas na Índia, dadas embaixo de “banyan
trees”.
Noemi criou ela mesma os diversos prédios do Salão,
usando bambus no chão para determinar tamanhos. Para a construção foram
convocados os presos de um presídio próximo. Segundo seu depoimento, as salas
têm janelas enormes dando para os jardins, para que a paisagem faça parte das salas. As tintas
das aulas de pintura são retiradas da própria terra do educandário. Há o processo
de socar a terra com o pilão, depois a terra é peneirada e decantada para se
retirar a tinta que será usada com a emulsão para a pintura.
Naquela escola a criança aprende pintura, tecelagem,
modelagem. As aulas de tecelagem ajudam na coordenação motora e na matemática.
O aprendizado se torna um jogo prazeroso, sem
imposições externas. Despertar a criatividade é uma constante em todos os
departamentos. Logo no início das aulas, todos vão para a “Escola de Circo”,
destinada ao despertar da espontaneidade da criança.
O resultado obtido é muito bom e este programa
social merece ser visto e estudado por todos.
*Fotos da internet
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