Na década de 40, a criação do Minas Tênis Clube,
congregou a sociedade de Belo Horizonte em torno de várias atividades tendo
como prioridade o esporte.
Campeonatos de natação eram um estímulo para os
jovens e sempre havia alguém que se destacava recebendo como prêmio o
reconhecimento público acompanhado de medalhas e troféus.
Recordo a atuação brilhante de Fernando Sabino,
nadador famoso que mais tarde se tornou também escritor reconhecido
mundialmente.
Os espectadores, sentados nas arquibancadas do
Minas, estimulavam o seu desempenho na piscina.
Havia uma energia positiva alimentada pelo
entusiasmo da torcida e os jovens nadadores alcançavam resultados cada vez
melhores.
Jornais da época noticiavam os grandes feitos e as
comemorações se estendiam pelos salões da sede do Minas, nas horas dançantes
organizadas aos domingos, intituladas “missas dançantes”.
Fernando Sabino era o menino prodígio da época. Como
nadador ou escritor estava destinado a brilhar.
Fui leitora assídua de suas crônicas e de seus
livros. Fernando tinha a capacidade de narrar o cotidiano com graça e humor. O
humor é importante e conduz o leitor a um relaxamento espontâneo , sem
necessidade de exercícios adequados.
Muito se falou de sua morte e pouco de sua
adolescência, e, foi justamente a trajetória iniciada no esporte e continuada
na literatura e na música que o conduziu a ser menino aos 80 anos.
Ao longo da vida ele foi realizando seu potencial
criador sempre obtendo sucesso, mas conservando uma característica necessária a
todo grande artista: a simplicidade.
Fernando, como muitos intelectuais da geração 45,
transferiu-se para o Rio de Janeiro, lá criou novos amigos e abriu novos
espaços tornando-se conhecido no Brasil como um dos maiores cronistas do país.
Seu livro “O encontro marcado” é adotado nas escolas e, por ser um relato do
cotidiano, continuará sendo o cotidiano de cada um de nós ao longo dos tempos.
O ser humano é o mesmo e suas reações são semelhantes em qualquer data.
Conversei sobre isto com minha amiga Célia Laborne,
jornalista que também foi nadadora do Minas Tênis Clube na mesma época em que Fernando
Sabino ali praticava a natação. Célia foi nadadora do juvenil do Minas e depois
tornou-se escritora pioneira na divulgação de reflexões sobre o crescimento
interno. Foi ela que me chamou para participar de um curso de yoga com George Kritcos na década de 70.
Célia, assim como Fernando, começou pelo esporte.
Conquistou medalhas quando se atirava na piscina com decisão e coragem. Foi
minha colega na Escola Guignard, tendo se dedicado às aquarelas.
Revejo cronologicamente o seu itinerário artístico,
partindo das artes plásticas e prosseguindo na poesia, nas crônicas e nas
reflexões, tendo atuado como jornalista escrevendo por muitos anos a coluna “Vida
Integral” no jornal Estado de Minas.
Entre os seus livros publicados, destacamos “Caminhos
de Luz”. Atualmente Célia tem um blog na internet chamado “Vida em Plenitude”,
e seus poemas de grande lirismo inspiraram vídeos que podem ser também
acessados na internet.
Abaixo transcrevo um dos poemas de Célia Laborne,
intitulado “A Lua viu”:
A lua viu o meu
corpo sobre a areia
esperando a
atração da maré
viu-me atraída para
as águas
prisioneira de seu
encanto.
A lua viu o mar
contando-me
o segredo de seus
náufragos
enquanto cobria
minhas mãos
com seu
estranho convite.
A lua viu quando
chegaste
e ergueste meu
corpo vivo
do país do nada
viu como beijei tua
vida
que me despertava.
A lua viu
e não me quer dar
o teu caminho de luz.
*Fotos da internet
VISITE TAMBÉM MEU OUTRO BLOG “MINHA VIDA DE ARTISTA”,
CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA.
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