terça-feira, 16 de janeiro de 2018

PORTO TROMBETAS, BRASIL, FRANÇA

Em julho de 1989, eu me encontrava em Porto Trombetas, no Pará, à convite do Colégio Pitágoras, afim de realizar ali um workshop de 25 dias para 25 professoras.

A intenção era trabalhar a arte em seu processo criativo. Escolhi como tema a sinopse do meu livro “Os Caminhos da Arte”, uma visão holística da arte considerada sob o ponto de vista de transformadora da sociedade.

Com o auxílio de minha filha Ivana, que viajou comigo para Porto Trombetas, consegui montar um esquema de trabalho um pouco planejado e muito improvisado, contando sempre com a ajuda das alunas e dos recursos que encontrávamos no local.

Todas as aulas contando a história do planeta desde os mitos de criação até a arte contemporânea, foram vivenciadas com o auxílio de painéis coletivos feitos em papel Kraft e pincel atômico, tintas, argila, tocos de madeira e outras coisas coletadas nas ruas da cidade, descartadas pelo consumo.

Algumas vezes fazíamos teatro e os alunos produziam o cenário,  os próprios figurinos e adereços e criavam uma cena. Usando a criatividade, eles nunca se esqueceriam dos fatos históricos.

Assim fomos passando pela história e vivenciando o passado artístico de nosso planeta.

Muitas vezes usávamos música, dança, relaxamento, discursos, manifestos. Uma das vivências mais interessantes foi a realizada por um grupo de alunos em homenagem ao dia 14 de julho. 

Fizemos um painel coletivo, um desenho de 2 metros, representando duas grutas, uma no Brasil e a outra na França, com os seus desenhos pré-históricos.
Houve uma comunicação muito intensa entre os dois países, mostrando a semelhança dos homens pré-históricos, separados por muitos mares, mas unidos ali, no mesmo contexto histórico.

Com este painel coletivo ficou registrada a semelhança do traço e da escolha dos mesmos temas, mostrando a unidade que existe entre os diversos povos da terra.
No final de cada experiência, trocávamos idéias, discutíamos sobre as semelhanças e contrastes entre os dois países.

O trabalho foi realizado no dia 14 de julho, e ali mesmo prestamos homenagem àquele país amigo.

Os desenhos das duas cavernas, uma em Lagoa Santa, Minas Gerais, e a outra em Lascaux, na França, nos permitiram tomar consciência de que a terra é a mesma e os povos se assemelham, reproduzindo os desenhos rupestres deixados por nossos antepassados. Também pudemos sentir um elo de ligação entre a França e o Brasil.

*Fotos da internet


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