Em julho de 1989, eu me encontrava em Porto
Trombetas, no Pará, à convite do Colégio Pitágoras, afim de realizar ali um
workshop de 25 dias para 25 professoras.
A intenção era trabalhar a arte em seu processo
criativo. Escolhi como tema a sinopse do meu livro “Os Caminhos da Arte”, uma
visão holística da arte considerada sob o ponto de vista de transformadora da
sociedade.
Com o auxílio de minha filha Ivana, que viajou
comigo para Porto Trombetas, consegui montar um esquema de trabalho um pouco
planejado e muito improvisado, contando sempre com a ajuda das alunas e dos
recursos que encontrávamos no local.
Todas as aulas contando a história do planeta desde
os mitos de criação até a arte contemporânea, foram vivenciadas com o auxílio
de painéis coletivos feitos em papel Kraft e pincel atômico, tintas, argila,
tocos de madeira e outras coisas coletadas nas ruas da cidade, descartadas pelo
consumo.
Algumas vezes fazíamos teatro e os alunos produziam
o cenário, os próprios figurinos e
adereços e criavam uma cena. Usando a criatividade, eles nunca se esqueceriam
dos fatos históricos.
Assim fomos passando pela história e vivenciando o
passado artístico de nosso planeta.
Muitas vezes usávamos música, dança, relaxamento,
discursos, manifestos. Uma das vivências mais interessantes foi a realizada por
um grupo de alunos em homenagem ao dia 14 de julho.
Fizemos um painel coletivo,
um desenho de 2 metros, representando duas grutas, uma no Brasil e a outra na
França, com os seus desenhos pré-históricos.
Houve uma comunicação muito intensa entre os dois
países, mostrando a semelhança dos homens pré-históricos, separados por muitos
mares, mas unidos ali, no mesmo contexto histórico.
Com este painel coletivo ficou registrada a
semelhança do traço e da escolha dos mesmos temas, mostrando a unidade que
existe entre os diversos povos da terra.
No final de cada experiência, trocávamos idéias,
discutíamos sobre as semelhanças e contrastes entre os dois países.
O trabalho foi realizado no dia 14 de julho, e ali
mesmo prestamos homenagem àquele país amigo.
Os desenhos das duas cavernas, uma em Lagoa Santa,
Minas Gerais, e a outra em Lascaux, na França, nos permitiram tomar consciência
de que a terra é a mesma e os povos se assemelham, reproduzindo os desenhos
rupestres deixados por nossos antepassados. Também pudemos sentir um elo de
ligação entre a França e o Brasil.
*Fotos da internet
VISITE TAMBÉM MEU OUTRO BLOG “MINHA VIDA DE
ARTISTA”, CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA.
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