Nesta postagem dou continuidade ao relato da viagem de
Cecília Caram à Giromagny:
“Afinal, quem somos e
de onde viemos, a família ANDRÉS?
Nossa origem está na França,
cidade de Masevaux, e depois de Giromagny, a 3 hs de Strasbourg, na região da
Alsácia, onde está preservada e habitada a casa Andrès, na Grande Rue 6.
Em 1874 chegava ao Brasil o jovem
Marie Joseph Louis Andrès. E por que veio? Aqui estamos, aqui somos os
herdeiros de uma interessante história.
“Si on sait d´où ont vient, on sait où on va”,
diz o provérbio. Nos estudos das Constelações Familiares, agora em alta
no Brasil, é importante resgatar a noção de pertencimento e honrar nossos
antepassados; ou em outra linguagem, ampliar o autoconhecimento para
“limparmos” nossos padrões repetitivos, e
até mesmo inconscientes, de comportamentos que nos impedem de ir em
frente; em outras palavras, nossos karmas.
Nessa linha de pensamento,
fazemos aqui um relato que poderá auxiliar os herdeiros de nossa família a
conhecer nossas raízes.
Situando nosso
antepassado que veio para o Brasil, Marie Joseph Louis Andrès..
Por várias vezes, a região da
Alsácia foi disputada entre a França e a Alemanha. Os jovens, convocados a
lutar, deixavam seus estudos e ocupações, para defender o território no front.
Assim , M.J. Louis Andrès, que já era
professor bacharel “em Sciences”, e estudava Medicina, foi convocado para
combater na guerra Franco-Prussiana de 1870
e se integrou ao batalhão do general Charles Bourbacki.
Foram derrotados, e encontraram
asilo na neutra Suiça, ( na cidade de Bâle), escapando de serem aprisionados
pelo inimigo. Ali, Louis permaneceu 2 anos.
À família, que morava em
Masevaux, agora anexada à Alemanha, foi
dada a opção de escolher sua cidadania. Permanecendo franceses, teria que
se mudar .Escolhendo a cidadania alemã,
poderia permanecer em Masevaux..
·
Os Andrés escolheram a França como seu pais e
“pagaram o preço” de reiniciar suas atividades e se mudarem para Giromagny. Foram comerciantes e professores
Imigração
de J.M.Louis Andrès
Assim se
deu a escolha de Louis, de imigrar. A
vida é como uma teia cheia de detalhes favoráveis à tessitura do “acontecer “
ou “fazer a hora de acontecer”.
Louis pensou a princípio em se
mudar para Portugal. Certo dia, no porto de Marseille, se deparou com uma
grande movimentação em torno de um embaixador em missão oficial. “ Encasacado,
descendo de uma caleça, sob os sons de música vibrante executada por uma banda
militar, indaguei do que se tratava” (palavras em seu diário intiltulado “De
France au Brésil”)... ao que respondi : “Brésil, le grad pays de là-bas”!.
Esse fato, de alguma forma,
podemos deduzir, sensibilizou e influenciou a mudança de escolha de Louis
quanto ao pais de imigração. Em 20 de janeiro de 1874, embarcou em Bordeaux no navio “Erymathé”, e
chegou em Recife de 9 de fevereiro de 1874.
O destino final foi Alagoas, onde
trabalhou como “preceptor” na fazenda São Salvador, do Dr. Rozendo César de
Goes. Em 23 de abril decidiu se mudar para o Rio de Janeiro, ai chegando em 7
de maio, tendo embarcado no navio “Ceará”. Em 3 de junho segue para Petrópolis
e depois Correas, se fixando na Escola São José, de propriedade do Visconde
Cansanção de Sinimbu, onde trabalhou como professor.
Em 1876 associou-se ao Monsenhor
João Sabino Las Casas, e partiu para Juiz de Fora, Minas Gerais, onde integrou
a equipe que fundou o Colégio Santa Cruz.
Conheceu e casou-se com Custódia
Las Casas, irmã do Monsenhor, de origem espanhola, em 27 de junho de 1877, no
Sítio São Mateus, ainda existente em Juiz de Fora ( ela, nascida em São Pedro
do Paraopeba em 1 de novembro de 1858, filha de João Sabino Las Casas e Dona
Maria José de Castro).
Louis se naturalizou Brasileiro e
9 de agosto de 1879, conforme documento assinado por D.Pedro II.”
*Fotos de arquivo
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