domingo, 12 de maio de 2019

UM RETIRO NOS HIMALAIAS – MOMENTOS POÉTICOS


Patamares verdes
Onde cresce o trigo
E o arroz.
Patamares subindo a montanha
Que se eleva aos céus.
Patamares verdes
Exuberantes, cheios de luz.
Desce a madrugada
E o dia nasce.
Germinam sementes
O verde se estende
Em seu manto de paz.
Patamares verdes .
No meio dos campos
Crescem girassóis.

Há uma pedra negra
Como o Pão de Açúcar
Em frente ao meu quarto.
Contemplo esta pedra,
Vejo Machu Pichu.
Há pedras brancas, cinzentas, negras,
Contando histórias do passado.
Na Índia as pedras fálicas são adoradas
Como o pênis de Shiva
Fecundando a Terra.
A energia dos opostos
Masculina e feminina
Está contida nestas imagens
Do princípio da vida.

No meio da chuva
O sol brilhou de repente
E todas as pedras
Brilharam também.
Foi só um instante
De meditação
Um momento de luz
No meio da névoa
Que de mansinho
Cai descendo sobre os campos.

As águas geladas dos Himalaias
Estão descendo sobre a terra.
As águas geladas fecundam
Os campos penetrando fundo
Nas encostas e nos vales.
O povo se recolhe
Volta-se para dentro
Em meditação.

Depois de longa viagem, percorrendo cidades, conhecendo gente, chegamos ao ponto alto da viagem. Lugar de repouso, escolhido por Krishnamurti para meditação e recolhimento interior. Aqui a meditação se faz naturalmente, sem horário, sem imposições externas, sem cânticos.
A chuva nos obrigou a ficar parados, olhando os campos pela vidraça. Só saímos de nossa cabana para as refeições que são feitas em outra cabana. A alegria de estarmos juntos neste momento é mais importante do que tudo. (Trecho de meu diário de viagem, 1990)

*Fotos da internet

VISITE TAMBÉM MEU OUTRO BLOG “MINHA VIDA DE ARTISTA”, CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA.


Nenhum comentário:

Postar um comentário