Quando chegava em casa eu
ficava pensando: Que bom ter um padrinho
assim tão legal, que nos leva para as diversões consideradas perigosas. A
queda no abismo da montanha russa até hoje me ecoa como uma única massa sonora,
um grito só. Atravessar este abismo é um choque que às vezes teremos de enfrentar
na vida, o importante é não ter medo. Com esse treinamento perdíamos o medo.
Das memórias mais antigas de
tio Petrônio, guardei reflexões sobre suas aventuras na construção de estradas,
chegando em casa exausto e coberto de poeira. Às vezes eu o via chegar cansado
e pensava comigo mesma: Engenharia é uma
profissão muito cansativa, diferente das outras profissões, em que as pessoas
ficam sentadas. O construtor de estradas tem de enfrentar cobras, onças, dormir
em barracas,conquistar o sertão. Aquilo também era um desafio, e bem que ele
merecia brincar com as crianças nos parques de diversão.
Tio Petrônio foi pioneiro das
caminhadas. Caminhava diariamente do Leme até o Leblon, tirando o chapéu para
todos os amigos e transeuntes.
Ele conseguiu, através de
muito esforço, o seu direito de viver confortavelmente no alto do seu
apartamento em Copacabana.Construiu vários prédios e tornou-se piloto de barcos
e aviões.
Continuou como sempre foi,
uma pessoa generosa, distribuindo o lúdico para os amigos. Convidava os jovens
mais aventureiros a voar no seu teco-teco. Fazíamos fila para ter o privilégio
de voar, atravessar a baía da Guanabara e sobrevoar as montanhas do Rio. Ali
também ele nos proporcionava uma lição de vida.
Estou vendo o Cristo de cabeça para baixo!
“Somos nós que estamos de cabeça para baixo!”
Assim, ele nos dava coragem
para enfrentar as dificuldades. Confesso que aprendi muito com este tio
destemido e corajoso, um verdadeiro mestre!
Com este treinamento, feito
na juventude, eu me preparei para enfrentar o que a vida
me proporcionou.
*FOTOS DE ARQUIVO E DA
INTERNET
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