domingo, 31 de janeiro de 2021

FESTIVAIS DE INVERNO DE ENTRE RIOS DE MINAS

Neste retrospecto das ações do IMHA, é de grande destaque as 4 edições do Festival de Inverno de Entre Rios de Minas. Transcrevo aqui um relato sintético dos desdobramentos dos festivais naquela cidade, redigido por Ivana Andrés Ribeiro, coordenadora dos Festivais.

 “A vida é correr perigo. A arte provoca, instiga e transmuta.” (Autor desconhecido)

 “A gente não quer só comida, a gente quer comida, diversão e arte” (Arnaldo Antunes)

“Uma comunidade deve experimentar as mais variadas formas de convivência e possibilidades. A arte provoca, instiga e transmuta. A comunidade de Entre Rios de Minas, com menos de 15 mil habitantes, cercada por dois rios que originam o nome (Camapuã e Brumado) sentiu de perto a cultura como um novo caminho para o desenvolvimento material, humano e espiritual.

 Os Festivais de Inverno, realizados pelo Instituto Maria Helena Andrés, de 2006 a 2010, alcançaram plenamente seus objetivos ao desenvolver de forma integrada as potencialidades artísticas de todas as pessoas interessadas, especialmente as da comunidade entrerriana e da região do Campo das Vertentes.

Mais de 90% dos inscritos foram pessoas que residem na cidade. Se levarmos em conta a participação em espetáculos, este número sobe para mais da metade da população do município que foi mobilizada por esta  ação  cultural do Instituto.

É necessário a efervescência de um festival para desencadear um processo criador. Durante alguns dias do mês de julho, Entre Rios  foi o palco onde aconteceram diversas oficinas, eventos e palestras.  Os festivais despertaram o sentimento de autoestima do povo entrerriano. Mobilizaram famílias e toda a comunidade, servindo de referência para a região. Os números refletem o gosto pela arte. Mais do que as centenas de pessoas que participaram dos espetáculos, palestras, shows e oficinas, os festivais encontraram solo fértil em Entre Rios de Minas.

 Enxergar além dos horizontes, além do senso comum. Isso os festivais possibilitaram. Proporcionaram um novo modo de ver e sentir o mundo e as pessoas. A surpresa provocada pela arte, com espetáculos sempre cheios, mostrou que as crianças, os jovens, adultos e terceira idade, carentes de oportunidades culturais, foram receptivos ao evento e suas propostas.

 Depois de participar ativa e intensamente dos festivais, a comunidade descobriu suas possibilidades e retomou uma tradição histórica com sua origem indígena e portuguesa. A arte mostrou que pode ser um novo eixo de desenvolvimento. E mais do que isso, abriu as mentes e corações para o encantamento, a emoção e a uma nova vibração que envolvia as milhares  de pessoas que integraram e participaram das edições do evento. A comunidade entrerriana sentiu que podia transcender além do comum, do óbvio, do cotidiano e descortinar, através da arte e da cultura, um novo momento na história da cidade.

 A comunidade respirou cultura e mais do que isto, viu que podia mudar o curso de suas próprias vidas, sentiu que cultura é experiência compartilhada, vivida. Ao falar em cultura, estamos falando do ser humano na relação consigo mesmo e com o universo, estamos falando da localização histórica, material e espiritual num mundo conhecido e não conhecido, estamos falando da forma como se desenvolve a arte de viver.

  “Depois do Festival, as pessoas vão olhar para o vizinho, para sua casa, para sua cidade e para o mundo de modo diferente. O Festival sacudiu as pessoas” (Tuca Boelsuns).

 Finalmente, como um novo eixo de desenvolvimento, a cultura criativa gerou  um grande número de empregos temporários, diretos e indiretos, e aportou um ganho significativo na economia local.” (Ivana Andrés Ribeiro)

 

*FOTOS DE ARQUIVO

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