Neste retrospecto das ações
do IMHA, é de grande destaque as 4 edições do Festival de Inverno de Entre Rios
de Minas. Transcrevo aqui um relato sintético dos desdobramentos dos festivais
naquela cidade, redigido por Ivana Andrés Ribeiro, coordenadora dos Festivais.
“A vida é correr perigo. A
arte provoca, instiga e transmuta.” (Autor desconhecido)
“A gente não quer só comida, a gente quer
comida, diversão e arte” (Arnaldo Antunes)
“Uma comunidade deve
experimentar as mais variadas formas de convivência e possibilidades. A arte
provoca, instiga e transmuta. A comunidade de Entre Rios de Minas, com menos de
15 mil habitantes, cercada por dois rios que originam o nome (Camapuã e
Brumado) sentiu de perto a cultura como um novo caminho para o desenvolvimento
material, humano e espiritual.
Os Festivais de Inverno, realizados pelo
Instituto Maria Helena Andrés, de 2006 a 2010, alcançaram plenamente seus
objetivos ao desenvolver de forma integrada as potencialidades artísticas de
todas as pessoas interessadas, especialmente as da comunidade entrerriana e da região
do Campo das Vertentes.
Mais de 90% dos inscritos
foram pessoas que residem na cidade. Se levarmos em conta a participação em
espetáculos, este número sobe para mais da metade da população do município que
foi mobilizada por esta ação cultural do Instituto.
É necessário a efervescência
de um festival para desencadear um processo criador. Durante alguns dias do mês
de julho, Entre Rios foi o palco onde aconteceram
diversas oficinas, eventos e palestras.
Os festivais despertaram o sentimento de autoestima do povo entrerriano.
Mobilizaram famílias e toda a comunidade, servindo de referência para a região.
Os números refletem o gosto pela arte. Mais do que as centenas de pessoas que
participaram dos espetáculos, palestras, shows e oficinas, os festivais
encontraram solo fértil em Entre Rios de Minas.
Enxergar além dos horizontes,
além do senso comum. Isso os festivais possibilitaram. Proporcionaram um novo
modo de ver e sentir o mundo e as pessoas. A surpresa provocada pela arte, com
espetáculos sempre cheios, mostrou que as crianças, os jovens, adultos e
terceira idade, carentes de oportunidades culturais, foram receptivos ao evento
e suas propostas.
Depois de participar ativa e
intensamente dos festivais, a comunidade descobriu suas possibilidades e
retomou uma tradição histórica com sua origem indígena e portuguesa. A arte
mostrou que pode ser um novo eixo de desenvolvimento. E mais do que isso, abriu
as mentes e corações para o encantamento, a emoção e a uma nova vibração que
envolvia as milhares de pessoas que
integraram e participaram das edições do evento. A comunidade entrerriana sentiu
que podia transcender além do comum, do óbvio, do cotidiano e descortinar,
através da arte e da cultura, um novo momento na história da cidade.
A comunidade respirou cultura
e mais do que isto, viu que podia mudar o curso de suas próprias vidas, sentiu
que cultura é experiência compartilhada, vivida. Ao falar em cultura, estamos
falando do ser humano na relação consigo mesmo e com o universo, estamos
falando da localização histórica, material e espiritual num mundo conhecido e
não conhecido, estamos falando da forma como se desenvolve a arte de viver.
“Depois do Festival, as pessoas vão olhar para
o vizinho, para sua casa, para sua cidade e para o mundo de modo diferente. O
Festival sacudiu as pessoas” (Tuca Boelsuns).
Finalmente, como um novo eixo
de desenvolvimento, a cultura criativa gerou um grande número de empregos temporários,
diretos e indiretos, e aportou um ganho significativo na economia local.”
(Ivana Andrés Ribeiro)
*FOTOS DE ARQUIVO
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