Herbert Read mostra-nos a influência do meio sobre o
desenvolvimento da consciência do ser humano. Isso nos indicaria também a
necessidade da arte como a grande auxiliar da educação. Uma educação que visa
apenas ao acúmulo de conhecimentos ou à repetição de conceitos do passado seria
uma educação fragmentada. Não atingiria o desenvolvimento da criança sob todos
os seus múltiplos aspectos. O acúmulo de conhecimentos teóricos, não
vivenciados, permite apenas uma visão parcial do problema. Para haver compreensão total, é necessário
viver o aprendizado e percebê-lo de forma global. O papel do educador assume um
caráter de constante humildade diante do novo que desperta. A criança tem
direito à sua própria individualidade e não pode ser moldada de acordo com
normas.
O desenvolvimento da consciência, feito com o
auxílio da arte, torna-se um processo natural de crescimento. O movimento
criador é um impulso do ser humano, que flui diretamente de suas raízes mais
profundas. Ele investiga, descobre, se conscientiza e se expande. As artes da
dança e da música seriam a abertura para o movimento, despertando a criança
para a compreensão do relacionamento com o espaço que a rodeia.
A educadora Nathalie de Salzman, seguidora de
Gurdjieff, criou o Modelo Educacional Etievan: a educação para o despertar da
consciência e o desenvolvimento do sentimento. No modelo educacional desse
grupo, a música, os ritmos e as artes de forma geral são canais por onde fluem
as emoções e se afinam os sentimentos. Ali a vida se torna também uma arte,
desde que todas as atividades do cotidiano são feitas com atenção e
autoconhecimento.
Antes de aprender as notas musicais e seus valores,
por exemplo, deve-se ensinar a criança a escutar: sons de vozes, de animais, de
instrumentos; pode-se pedir que crie um instrumento. Que aprenda o resto depois
de ter um interesse pessoal despertado, e uma apreciação real e justa. Esse
aprender a escutar ensina não somente a ouvir o que está fora, mas também
ensina a ouvir o coração, essa voz interior, a pôr a atenção sobre si mesmo e
mantê-la. Se não escutarmos a nós mesmos, não temos possibilidade de nos
comunicar. Escutar é um ato ativo, volitivo, não uma aceitação passiva.
Escutando os sons externos e internos, a criança
despertará desde cedo para a consciência de si mesma, da natureza e do
universo. . (Extraído do meu livro “Os Caminhos
da Arte”, Editora C/Arte, 2014)
"O projeto Música na Escola teve início em 2006, com a
realização do IMHA em parceria com a SICOOB Credicampo. O objetivo principal do
Projeto foi estimular a criatividade, a concentração e a atenção das crianças
da fase introdutória ao quinto ano do Ensino Fundamental, por meio do
aprendizado dos elementos básicos da música e do desenvolvimento de uma audição
ativa e crítica, valorizando todos os aspectos da criação musical, a partir do
conhecimento de diferentes estilos, gêneros musicais e de diferentes épocas e
culturas. No início, houve a capacitação dos músicos que seriam responsáveis
por ministrar as lições semanais, no horário regular das aulas, e também dos
educadores, que acompanhariam seus alunos nesse processo, promovendo atividades
e brincadeiras pedagógicas de apoio durante todo o período letivo. Em 2008, o Música
na Escola beneficiou quase 600 alunos no município; em 2009, cerca de
400 receberam educação musical e, em 2010, cerca de 600 foram atendidos pelo
Projeto. Na região do Campo das Vertentes, o IMHA já é referência no ensino de
música na escola, que teve início em Entre Rios de Minas e alcançou São Brás do
Suaçuí. Por meio de doações de pessoas físicas feitas em 2010 e 2011, via Fundo
da Infância e da Adolescência (FIA), 10 turmas do primeiro ao quinto ano da
Escola Municipal Amélia D’Anunciação Pyramo receberam aulas de música durante o
ano de 2012. Em Entre Rios de Minas, o Música na Escola incluiu
o Bairro Castro e a APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais de Entre
Rios de Minas), através de doação da Cemig, via FIA. Além disso, novos músicos
foram preparados para dar aulas de educação musical, durante um curso de uma
semana de aprofundamento em técnicas pedagógicas. .” (Extraído do site do IMHA, redação de Ana Carolina Novaes)
*FOTOS DE ARQUIVO
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