Luiz,
Você acreditava na arte como um caminho de desenvolvimento humano e incentivou nossos filhos nesse sentido. Quando você deixou este planeta, o Artur tinha 18 anos, entrava para a Escola de Música e você o incentivou dando-lhe um piano de presente. Ele se tornou um grande flautista e compositor de nível internacional.
Maurício dedicou-se a uma pesquisa na Índia, um estudo comparativo entre aquele país e o Brasil. Tornou-se um grande ambientalista, referência para os mais jovens.
Ivana dedicou-se a uma diversidade de caminhos na arte: desenhista, atriz e cantora. É reconhecida como poeta, integrando um grupo de poetas latino-americanos.
Eliana é professora de ioga, tendo me acompanhado em várias viagens para a Índia. È a guardiã do meu arquivo e tem participado de vários trabalhos junto comigo.
Euler é um artista da terra, durante muito tempo dedicou-se ao cultivo de verduras orgânicas e hoje trabalha na fabricação de deliciosos queijos especiais.
Os sonhos não
acabam, mas se prolongam na memória do tempo.
O tempo se encarrega de realizar nossos sonhos e
projetá-los para o futuro. Nós somos o passado, nossos filhos, netos e bisnetos
são o futuro.
Hoje, na comemoração dos seus 100 anos, vou falar também
dos nossos netos e bisnetos.
Luiz, aqui estão eles, prolongando nossos sonhos e
dando-lhes vida longa.
Nossos netos foram meus incentivadores. A energia deles
prolongou aquilo que plantamos como semente. Aos poucos vou percebendo esse
prolongamento.
Joaquim, nosso primeiro neto, é um atleta de natação e foi por meio da natação que conseguiu bolsa de estudos para estudar em Harvard. Eu assisti à sua formatura. Foi uma festa diferente das nossas. Ao ar livre, nos imensos gramados da universidade, com banda de música e mesinhas onde serviam coca cola e sanduíche dentro de uma caixinha de papelão. Hoje Joaquim tem sua própria empresa, no Rio de Janeiro, com muito sucesso.
Luiz, nosso neto, é um economista, professor, pesquisador e trabalha no IBGE, no Rio de Janeiro. Com grande conhecimento de informática, ele digitou o meu livro Encontro com os mestres no Oriente.
Teresa é nutricionista e trabalha com crianças numa escola antroposófica. Ela me presenteou com um fogão de papelão que servia para cozinhar feijão com a energia solar. Coloquei-o no porta-malas do meu carro, virado para o sol da manhã. Deixei algumas horas e o feijão cozinhou mesmo!
Alexandre, prolongando a flauta do Artur, faz sua música ecoar pelo Retiro e pelas veredas do Campo das Vertentes. Hoje é músico, compositor e produtor musical. Construiu um estúdio para produção de cds nos terrenos da Fazenda das Macieiras. Às vezes, nesta pandemia, ele vem tocar para mim. Senta no banquinho do gramado e homenageia a avó, que está de quarentena.
Manuel é um designer de propaganda e produziu vários vídeos interessantes para diferentes empresas. Hoje ele é diretor de uma agencia de publicidade.
Davi fez intercâmbio na Tailândia, onde teve acesso aos costumes orientais. Formado em administração e relações internacionais, falando fluentemente o inglês, com muito poder de comunicação, dedicou-se à venda de aviões de pequeno porte...
Francisca é diretora do JACA, um grupo de intercâmbio cultural e residência artística, que atua no Brasil e no exterior. Hoje ela está na fazenda, incentivando os filhos a terem uma vida alternativa.
Alice trabalha na educação e hoje ela está cuidando de nossa casa na fazenda. Ela está estimulando as crianças à criação de um painel coletivo numa das paredes externa da nossa casa em Luiziânia.
Joana foi a única que seguiu o seu caminho. Hoje é
uma profissional de saúde e presta relevantes serviços na área. Nessa época de
pandemia ela está sempre disponível para ajudar a todos da família.
Os netos são mais inventivos do que nós.
Agora,vou
falar um pouco sobre os outros netos, que também vieram trazer alegria à nossa
família.
São eles:
José, filho
de Manuel e Cristina, que sempre está presente nos eventos da família. José
viajou pelo mundo, conhecendo outros povos e ampliando novos conhecimentos à
sua formação. Já esteve na Alemanha e está agora em Torgau, na Saxônia. O
intercâmbio cultural é uma extensão da arte de viver, tornando os jovens
cidadãos do mundo.
Assisti a uma aula on-line proferida por meu bisneto Otto, de apenas 10 anos de idade, uma aula sobre biomas e ecossistemas, como um prolongamento das pesquisas do Maurício.
Tudo vai surgindo como um sonho. A própria vida se encarrega desta transformação e, no sorriso dos netos e bisnetos, assistimos à alegria que a criatividade proporciona aos seus criadores.
Observar o movimento da vida é a tarefa que agora
recebi como uma dádiva vinda do cosmos. Não somos donos de nada, apenas
observamos e criamos!
Dentro dessas lembranças vejo Sofia e Rafaela, filhas de Joana e Carlos, cantando ao microfone num aniversário de criança. Vejo também um vídeo de Clarice, a primeira bisneta carioca, dançando dança indiana.
Em outro vídeo, Lorenzo, bisneto paulista, dança ao som dos beatles e marca o compasso com as mãos.
Essas lembranças me passam como um filme. Agora, assisto
a criançada pintando quadros, tanto na fazenda quanto no Rio e no Retiro das
Pedras..
Vejo Cora e Cecília, sujas de tinta, na fazenda em Entre Rios de Minas e Luisa e Gabriel no alto das montanhas do Rio, criando grandes quadros.
Num vídeo da Rede Globo, feito pelo Manuel, contracenaram Euler e Olivia, na fazenda da Barrinha, mostrando o valor do produtor rural em Minas! Até na Globo chegaram os nossos bisnetos artistas!
Rosa Maria canta muito bem. Logo depois de um concerto que Alexandre deu em nosso jardim, Rosa Maria surpreendeu a todos quando começou a cantar e a tocar flauta. Sua voz, muito afinada, conseguiu chamar os passarinhos. Eles escutaram com alegria o seu canto e a sua flauta
Lembro-me do Pedrinho, muito afetivo, correndo para me abraçar. Olhei o menino de perto e o achei muito parecido com você, Luiz.As lembranças vão chegando, todos se alegram quando eu lhes dou material de pintura e a Antônia não gosta de papel pequeno. Ela é muralista dos grandes espaços.
Gabriel, filho da Chica e do Ricardo, já está
grande, gosta de acompanhar o pai na represa, é contemplativo e concentrado no
trabalho, enquanto Vitor, muito ativo, se aventura na conquista do
desconhecido.
Nossos bisnetos, em breve, irão participar de um
grande painel coletivo a ser realizado na nossa casa da fazenda Luiziânia, onde
criei meu ateliê rural.
Há três meses nasceu Joaquim, o nosso bisneto mais jovem, filho da Chica e do Ricardo. Vamos ver qual das artes ele vai escolher...
Aos poucos, o
espaço vai sendo preenchido com espontaneidade e arte.
Criar livremente é a proposta das crianças que, com
grande entusiasmo, vão produzindo outras formas e outras cores...
Assim a vida vai se desenvolvendo ao longo do tempo.
*Fotos de arquivo
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ARTISTA”, CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA.
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