BURRINHOS
“De que vale a vida do interior
Sem o burrinho?
Somos gente pobre
Não temos carro.
Pode faltar petróleo,
Mas vamos
Andar montados.
Meu nome é Antonio de Assis
O biscateiro, faço de tudo.”
Pra que serve cangalha de burro?
“É por conta do balaio
Pra carregar as frutas.
Cada um tem seu burrinho
Que trabalha nas fazendas.
A semana inteira
Carregando madeira
Mandioca, cana
Para os patrões.”
Hoje é dia de sábado
Eles estão encostados
Na calçada, conversando baixinho.
BAIXA QUENTE
A rural da prefeita traz a turma
De artistas
Pra Baixa Quente.
Os homens vieram atrás
Na carroceria tomando pó.
E a cidade inteira
Corre pra nos acudir.
O interior é o mesmo
No mundo inteiro.
O mesmo comportamento.
Criança espiando curiosa,
A poeira no chão,
E o burrinho amarrado na cerca
Em frente à casa.
Lá na Índia eles tem
Sempre uma vaquinha,
Mas a atitude simples,
Do povo é a mesma.
Vem passando um porco
Se esfriando na água
Escorrida das casas.
Galinhas correm pelas ruas
Como na Índia.
Quanto mais sertão, mais Índia.
O homem é o mesmo
Em sua essência.
Não existe diferença.
A criança é a mesma
Esticadinha, faz pose
Para o fotógrafo.
Querem sair no retrato
E ver a cara depois.
*ILUSTRAÇÕES DE MARIA HELENA ANDRÉS
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