Médica de São Paulo, radicada em Coronel Murta, Silvia Prates Mendes, está há 2 anos em Itapoã. Conversamos debaixo de goiabeira.
Silvia começou a trabalhar com a natureza, buscando
integrar o seu conhecimento de médica paulista com a sabedoria popular.
As parteiras são responsáveis pela criança mesmo
depois de grande, como padrinho e madrinha. Parteira é a companheira que
acompanha a mulher no parto, ou antes, desde a gravidez. São pessoas que
aconselham e com isso, têm acesso a uma população muito maior.
Já que são responsáveis pela criança, devem levar ao
posto para vacinar. As parteiras tem autoridade sobre a população. Usam
“simpatias”, rezam para Nossa Senhora do Bom Parto, amarram cordões para o
parto ser mais rápido. As parturientes ficam psicologicamente tranquilas.
Quando as crianças demoram a nascer, usam a calça do pai. Isto chama a criança.
A alegria das parteiras é pegar a criança nos
braços.
Fazem um caldo de galinha com tempero para a mãe,
que deve guardar um resguardo. A mãe deve fazer um repouso absoluto, senão fica
prejudicada para o resto da vida.
Soubemos da história de uma mulher que não
engravidava. Tomou uma raiz com cachaça e teve um filho. O menino passou a ser
chamado de “filho da cachaça”.
Famílias por aqui costumam ter 10 filhos, pois não usam
anticoncepcionais.
Os pais querem os filhos como mão de obra para o
trabalho. Depois de uma certa idade, os filhos se tornam independentes.
Silvia às vezes é parteira, outras vezes é Juiz de
Paz.
*ILUSTRAÇÕES DE MARIA HELENA ANDRÉS
* FOTO DE PAULO JORDANO
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