No meio da confusão da Índia, o Raman Research
Institute é um espaço de paz. Há arvores abrigando bangalôs onde os jovens
cientistas se recolhem por algum tempo buscando um aprofundamento de seus
estudos. Há grandes pavilhões, entre eles o museu Raman relatando em fotos a
vida de seu fundador; há o museu de pedras preciosas e uma enorme biblioteca. O
professor Raman foi um famoso cientista indiano que, por meio de usa
inteligência, dedicação e incessante interesse em pesquisa, trouxe para a Índia
um prêmio Nobel em física. O Efeito Raman é conhecido no mundo inteiro. Podemos
estudar sua vida através de livros, pôsteres e informações fotográficas colocadas
nas paredes do museu. Visitei o museu e recebi informações do grande mestre que
foi o professor Raman. Há pesquisas maravilhosas no campo das vibrações.Ele era
muito interessado em música e também em cores. A partir de suas descobertas
nesses dois campos podemos refletir sobre a relação entre cores e sons.
Como artista, que sempre gostou de pintar ouvindo música,
fiquei fascinada com essas experiências relatadas por um grande físico.
O Professor Raman era também interessado em pedras.
Ali há salas reservadas a pedras semi preciosas, guardadas cuidadosamente
dentro de vitrines. O Professor Raman foi sucedido por seu filho Radhakrishnan,
também dedicado aos estudos científicos. O Professor Radhakrishnan continuou a
obra de seu pai, numa outra dimensão.
Raman pesquisou a terra, Radhakrishnan pesquisa as
estrelas. Há alguns anos, durante uma conjunção planetária, eu estava na Índia,
hospedada no Raman Institute e tive a oportunidade de observar num grande
telescópio o brilho de milhões de estrelas. O Dr.Radhakrishnan e sua esposa
Dominique são grandes amigos que tive a sorte de conhecer na Índia e que me
ofereceram hospitalidade e carinho nas minhas longas viagens. Ambos são
interessados em arte e dão estímulo a vários artistas não somente vindos da Índia
como de vários países do mundo.
O Instituto é um recanto aprazível, cercado de
jardins floridos e arvores frondosas, lugar ideal para reflexão. Interessei-me sobretudo
num livro de sua biblioteca: Poussières
d’étoiles de Hubert Reeves e transcrevo um texto que me permitiu viajar no
espaço: “Quando as estrelas morrem, espalham sua matéria no espaço. Esses
filamentos coloridos espalhados sobre milhares de quilômetros são as poeiras de
um astro que agoniza. Nesses pedaços de
matéria, os átomos se encontram e formam moléculas e grãos de poeira. Dessa
poeira nascerão mais tarde os planetas e de suas moléculas talvez as plantas e
os animais. É no céu estrelado que poderemos encontrar as origens da vida.”
O livro Poussiéres
d’étoiles nos faz refletir sobre unidade do universo a partir da morte das
estrelas e a sua transformação em novos planetas. É uma viagem fantástica às
origens da vida e um retorno à essência de onde viemos. No silêncio do
Instituto Raman refletimos sobre a nossa unidade com o infinito espaço cósmico
do universo.
*Fotos da internet
VISITE TAMBÉM MEU OUTRO BLOG “MINHA VIDA DE
ARTISTA”, CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA.
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