quinta-feira, 17 de setembro de 2015

RAMAN RESEARCH INSTITUTE - ENCONTRO COM A CIÊNCIA

 No meio da confusão da Índia, o Raman Research Institute é um espaço de paz. Há arvores abrigando bangalôs onde os jovens cientistas se recolhem por algum tempo buscando um aprofundamento de seus estudos. Há grandes pavilhões, entre eles o museu Raman relatando em fotos a vida de seu fundador; há o museu de pedras preciosas e uma enorme biblioteca. O professor Raman foi um famoso cientista indiano que, por meio de usa inteligência, dedicação e incessante interesse em pesquisa, trouxe para a Índia um prêmio Nobel em física. O Efeito Raman é conhecido no mundo inteiro. Podemos estudar sua vida através de livros, pôsteres e informações fotográficas colocadas nas paredes do museu. Visitei o museu e recebi informações do grande mestre que foi o professor Raman. Há pesquisas maravilhosas no campo das vibrações.Ele era muito interessado em música e também em cores. A partir de suas descobertas nesses dois campos podemos refletir sobre a relação entre cores e sons.
Como artista, que sempre gostou de pintar ouvindo música, fiquei fascinada com essas experiências relatadas por um grande físico.

O Professor Raman era também interessado em pedras. Ali há salas reservadas a pedras semi preciosas, guardadas cuidadosamente dentro de vitrines. O Professor Raman foi sucedido por seu filho Radhakrishnan, também dedicado aos estudos científicos. O Professor Radhakrishnan continuou a obra de seu pai, numa outra dimensão.

Raman pesquisou a terra, Radhakrishnan pesquisa as estrelas. Há alguns anos, durante uma conjunção planetária, eu estava na Índia, hospedada no Raman Institute e tive a oportunidade de observar num grande telescópio o brilho de milhões de estrelas. O Dr.Radhakrishnan e sua esposa Dominique são grandes amigos que tive a sorte de conhecer na Índia e que me ofereceram hospitalidade e carinho nas minhas longas viagens. Ambos são interessados em arte e dão estímulo a vários artistas não somente vindos da Índia como de vários países do mundo.

O Instituto é um recanto aprazível, cercado de jardins floridos e arvores frondosas, lugar ideal para reflexão. Interessei-me sobretudo num livro de sua biblioteca: Poussières d’étoiles de Hubert Reeves e transcrevo um texto que me permitiu viajar no espaço: “Quando as estrelas morrem, espalham sua matéria no espaço. Esses filamentos coloridos espalhados sobre milhares de quilômetros são as poeiras de um astro que agoniza.  Nesses pedaços de matéria, os átomos se encontram e formam moléculas e grãos de poeira. Dessa poeira nascerão mais tarde os planetas e de suas moléculas talvez as plantas e os animais. É no céu estrelado que poderemos encontrar as origens da vida.”

O livro Poussiéres d’étoiles nos faz refletir sobre unidade do universo a partir da morte das estrelas e a sua transformação em novos planetas. É uma viagem fantástica às origens da vida e um retorno à essência de onde viemos. No silêncio do Instituto Raman refletimos sobre a nossa unidade com o infinito espaço cósmico do universo.

*Fotos da internet


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