terça-feira, 17 de novembro de 2015

INÍCIO DO INTERESSE PELO ORIENTE

Meu interesse pelo Oriente nasceu na infância, quando escutava deslumbrada as histórias de Mil e uma noites, Simbad, o marujo e as viagens de Marco Polo. Da Índia me vieram, mais tarde, na adolescência, os versos de Rabindranath Tagore, o grande poeta e místico indiano. A poesia de Tagore me despertou para a filosofia daquele país situado no outro lado do mundo.
Em 1961, recebi um convite do Consulado Americano em Belo Horizonte, como artista e professora de arte para visitar os Estados Unidos num programa cultural que incluía visitas a escolas de artes, museus, galerias e contatos com artistas de vanguarda da época.
Naquela ocasião, ao visitar a costa oeste americana, Seattle, San Francisco e Los Angeles, tomei contato direto com a influencia oriental - chinesa, japonesa, indiana, na arte ocidental.  Em San Francisco, escrevi no meu diário em 13 fev 1961: "Percorremos a cidade. Fomos a todos os re­cantos pitorescos, percorremos colinas, estacionamos em lugares altos para ver a vista. A paisagem é deslumbrante, lembra muito o Rio de Janeiro, tive saudades do Brasil quando vi os navios chegan­do. Saudades da minha terra e das belezas que também possuímos. Os navios não vem da Europa, mas da Ásia. São navios japoneses, Filipinos, Chineses, Indianos. Vêm de longe, trazendo coisas diferentes que serão misturadas à cultura ocidental para desta mistura fazer uma só civilização."
Visitando um jardim japonês: "Tudo ali é inspirado no Japão. As flores, os pequenos lagos, os quiosques e templos. No meio da vegetação, imagens de Buda e outros deuses, tudo disposto com carinho e arte." 
Em visita à China town de San Francisco em 19 de fevereiro:
"O oriente me fascina. Como tudo é estranho, misterioso, os menores objetos têm um cunho de beleza e arte!"
Observando a paisagem da California: “A terra da Califórnia é a mesma do Brasil, mais urbanizada. As árvores são verdinhas, vejo eucaliptos, coqueiros. Há cerejeiras importadas do Japão, colorindo a paisagem."

No museu de Seattle: "
O museu fica situado no centro de um parque, no esti­lo do Metropolitan de New York. É maravilhosa a coleção que têm de arte oriental.    Budas e deuses chineses e indus, trabalhados em ouro, bronze, prata. Arranjam com cuidado e arte as coleções anti­gas, procurando não acumular para dar melhor efeito. Logo de en­trada 3 deuses orientais, em ouro, quase do tamanho natural. Depois as galerias, vitrines, com objetos de arte, vasos, medalhões, mitos orientais. 
San Francisco é chamada a Paris da América, recebe mui­to da cultura européia, misturada cem o espírito oriental. 
Visitando a China town de Nova York : "China town é um pedaço do Oriente encravado na América. As cons­truções são chinesas, as caras são chinesas, as lanternas são chinesas. À noite, com tudo iluminado lembra um conto de mil e uma noites. As lojas tem coisas lindas, objetos de arte, marfim, ja­de, bronze."
Observei que os  artistas do leste e oeste americano têm um estilo completamente diferente. "Notei isto nas minhas viagens. Aqui em N. York predomina a escola de Pollock, Hoffman, De Kooning, Stamus e Brooks. São violentos, expressivos, completamente informais. James Brooks pertence à categoria dos informais, suas fases são firmes e conscientes, e há uma certa unidade entre elas. Todo o itinerário de sua pintura está aí nos quadros que me mostra. "
Meus trabalhos informais foram influenciados  pela caligrafia japonesa, que eu conheci pela primeira vez em 1961.

*Fotos da internet e de arquivo

VISITE TAMBÉM MEU OUTRO BLOG “MINHA VIDA DE ARTISTA”, CUJO LINK ESTÁ NESTA PÁGINA.


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