segunda-feira, 9 de novembro de 2015

UDAIPUR


A chegada em Udaipur é um deslumbramento. Nosso hotel fica à beira de um lago, onde as lavadeiras, envolvidas em panos coloridos, cantam batendo as roupas. Neste lago a cidade é refletida com suas torres, templos e palácios.

 A influência árabe se faz sentir na beleza das colunas e arcos, nos nichos, nos arabescos, um toque de mil e uma noites no coração da Índia.

Circundada por montanhas de pedra e plantações que se perdem de vista, Udaipur oferece ao visitante uma visão do passado que se projeta no presente, cheio de vida. Mulheres carregando vasos dourados sobem as ladeiras envolvidas em sáris coloridos, desenhos de elefantes ilustram as paredes brancas.

À noite, contemplando o reflexo das luzes no lago em frente, entro em estado de meditação.

Estamos vivendo a época do turismo. Mulheres, crianças, homens, olham ansiosos as pequenas miniaturas contando a história dos grandes de antigamente. O quarto de dormir do marajá é decorado com espelhos, mármores, marfim – como se fosse uma caixa de joias. Este palácio, que levou décadas para ser construído, hoje é objeto de curiosidade dos turistas, que consomem tudo na maior rapidez.

 Numa grande sala decorada com tapete vermelho, jovens artistas pintam, sobre seda esticada na prancheta, palheta e tintas no chão, miniaturas da história dos antigos reis. Pintam com tinta retirada das pedras das montanhas – o verde vem de uma pedra chamada “malakite”, o azul vem da “turquise”, o vermelho de diversas pedras.  As montanhas ARAVALI são as mais velhas e mais ricas do mundo. O método para se fazer tintas é muito antigo: triturar as pedras num pequeno recipiente e em seguida dissolver o pó com água e goma arábica. A delicadeza das pinturas mostra o refinamento da sensibilidade desses artistas.

*Fotos de Maurício Andrés e da internet

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