segunda-feira, 25 de abril de 2016


PIERRE WEIL E O RETIRO DAS PEDRAS

  “Era uma vez um cidadão de Estrasburgo que, cansado das guerras entre Alemanha e França, resolveu migrar para o Brasil. Foi em meados do século XIX. Passou por lá uma banda de música brasileira, ele ficou fascinado e resolveu emigrar. A história de meu bisavô, Luiz Andrés, tem alguma semelhança com a de Pierre Weil.” (trecho de depoimento de Maurício Andrés sobre Pierre Weil)

Pierre também nasceu na mesma cidade situada na Alsácia e emigrou para o Brasil motivado pela II Grande Guerra.

Numa fria manhã de outubro, domingo dedicado a São Francisco de Assis, foi celebrada uma missa na capela do Condomínio Retiro das Pedras, em homenagem à Pierre Weil, antigo morador e ex- presidente do Condomínio.
Nada melhor para apresenta-lo às pessoas que não tiveram a oportunidade de conhece-lo pessoalmente do que esta frase de São Francisco:”Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa paz.”
A oração, de certo modo, retrata o que foi Pierre em seus últimos anos de vida.
“Onde houver ódio, que eu leve o amor, onde houver tristeza que eu leve a alegria”

Pierre residiu por muitos anos no Retiro das Pedras. Caminhava todos os dias vestido com sua característica túnica indiana e aqui, neste ambiente de beleza natural no alto das montanhas, ele teve a oportunidade de dar continuidade à sua missão de pensador e místico holístico. Aqui no Retiro a Universidade da Paz foi idealizada. Sua proposta, anteriormente destinada à uma comunidade espiritualista nas montanhas, extrapolou Minas Gerais para se expandir em Brasília, capital do país. Ali obteve do então governador José Aparecido de Oliveira o apoio necessário para a criação de uma Universidade Holística Internacional, buscando a integração de todas as tradições religiosas e o encontro entre Arte, Ciência, Religião, Filosofia, Psicologia e Ecologia.

Por ocasião da fundação da Universidade da Paz, Pierre reuniu professores de diversas áreas. Teríamos de prestar concurso incluindo prova escrita, apresentação de currículo e defesa de tese. Apresentei como tese o livro “Os Caminhos da Arte”, de conteúdo holístico. Pierre escreveu o prefácio desse livro, editado pela editora Vozes e recentemente reeditado pela editora COM/ARTE.

Em Brasília participei como professora de vários workshops holísticos.

Os workshops da UNIPAZ e o programa de Formação Holística de Base, com o apoio da Unesco, se estenderam por todo o Brasil e existem representantes deles em várias cidades da América Latina.

O objetivo principal é a quebra da separatividade e a consciência de que todos somos irmãos, vivemos no mesmo planeta e respiramos o mesmo ar.
Por suas idéias Pierre Weil foi admirado e respeitado internacionalmente.
A missão de Pierre nesta vida foi sempre uma missão de paz, procurando harmonizar os conflitos e aceitando as adversidades com uma coragem extraordinária.
Pierre terminou seus dias cego, e mesmo assim continuou administrando workshops pelo Brasil. Reunia grupos e os sensibilizava para a percepção de outros aspectos sensoriais – do toque das mãos, do despertar do ouvido, do perfume das frutas e flores.

Pierre será sempre lembrado por esses aspectos positivos de sua pessoa. Ele abandonou seu país em guerra para procurar no Brasil incessantemente os caminhos da paz.

Após a missa fomos até a Praça do Sol e ali plantamos uma árvore, em homenagem à Pierre Weil. Naquela ocasião falamos: "Aqui estamos para agradecê-lo pelos benefícios que transmitiu a todos nós."

*Fotos de Maria Helena Andrés

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segunda-feira, 18 de abril de 2016


VIAGEM AOS EUA IX - São Francisco e o Oriente

Transcrevo abaixo trecho do meu diário de viagem aos EUA em 1961:

Hoje os brasileiros devem estar no auge do carnaval. Aqui nem se fala nisso, mas é feriado nas escolas por ser aniversário de Lincoln. Marcaram-me um encontro com Mrs. Swanson, para correr a cidade. Mrs. Swanson pertence à categoria das senho­ras voluntárias que se oferecem para acompanhar convidados em "tours".Levou-me no seu carro. Acompanhou-nos um casal vindo da Argentina. Ao me ser apresentado ele fez questão de mostrar um cartãozinho com o seu nome e as credenciais "Deputado de la Nación”. Gente muito importante, pensei. Percorremos a cidade. Fomos a todos os re­cantos pitorescos, percorremos colinas, estacionamos em lugares altos para ver a vista. A paisagem é deslumbrante, lembra muito o Rio de Janeiro, tive saudades do Brasil quando vi os navios chegan­do. Saudades da minha terra e das belezas que também possuímos... Os navios não vêm da Europa, mas da Ásia. São navios japoneses, filipinos, chineses, indianos. Vêm de longe, trazendo coisas diferentes que serão misturadas à cultura ocidental para dessa mistura fazer uma civilização. Mrs. Swanson foi muito gentil. Mostrou-nos recantos maravilhosos, levou-nos a parques e jardins e fez-nos descer no jardim japonês para poder apreciá-lo de perto. Tudo ali é inspirado no Japão. As flores, os pequenos lagos, os quiosques e templos. No meio da vegetação, imagens de Buda e outros deuses, tudo disposto com carinho e arte. Havia muita gente visitando o parque, por ser feriado.

         São 9 horas da manhã e estou voltando da igreja de St. Mary, situada em China Town. Estou em jejum e procuro um lugar para tomar meu breakfast. Enquanto isso, vou olhando as vitrines. Paro em quase todas. O oriente me fascina. Como tudo é estranho, misterioso, os menores objetos têm um cunho de beleza e arte! Vou andando cada vez mais para dentro de China Town. As lojas estão fechadas por ser domingo. Mas posso ver as coisas através dos vidros. Penso nas meninas. Gostaria de tê-las agora comigo, para juntas corrermos as vitrines. Tem tanta coisa para se ver! Meu sapato faz um barulhinho esquisito na calçada, comprei-o há dias em San Francisco, parece que tem o salto de metal. Quando entrei na igreja, precisei andar nas pontas dos pés para não fazer barulho. Mas, aqui na rua chinesa, divirto-me em escutar o barulhinho que eles fazem na pedra: toc, toc, toc.


Relendo este texto, tomei consciência de que meu fascínio pelo Oriente foi estimulado por essa viagem à Califórnia. Em São Francisco existia uma enseada chamada Saucelito, onde morava Alan Watts, autor de vários livros espiritualistas e muito conhecido no Brasil. Lembro-me de um dos seus livros “A sabedoria da insegurança”, onde ele propõe uma simplicidade voluntária. Alan Watts morava num barco em Saucelito e tornou-se “o guru dos hippies”. Vários mestres da Índia criaram comunidades na Califórnia, entre eles Yogananda e Krishnamurti. 

*Fotos da internet

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segunda-feira, 11 de abril de 2016


VIAGEM AOS EUA VIII - SAN FRANCISCO, CALIFÓRNIA

Transcrevo abaixo trecho do meu diário de viagem aos EUA, em 1961:

Esperava-me no aeroporto uma americana de 30 anos, muito gentil e despachada. Tomou-me metade dos pacotes, saiu andando na frente até o seu carro estacionado no aeroporto, resolveu tudo para mim. Enquanto rodávamos em direção ao hotel, ia apreciando a paisagem noturna e receben­do o primeiro impacto com aquela maravilha de luzes e curvas, que é a cidade de San Francisco.
Já havia apreciado por cartões e fotografias, mas não há como ver com os próprios olhos. Não há como viver e poder sentir a cidade de perto. San Francisco é chamada a Paris da América, recebe mui­to da cultura européia, misturada com o espírito oriental. As lojas e vitrines são bem arranjadas, gosto francês nos manequins. Flores por toda a cidade, colorido de matizes diversos, perfumes, alegria de primavera. Um contraste completo, sem a tristeza do leste e suas terríveis tempestades de neve. Este foi um domingo cheio de surpresas. Havia um appointment marcado com o pintor Ralf Du Casse. Conheci Ralf Du Casse quando esteve no Brasil em 1956. Esteve lá em casa, com Mário Silésio, Lúcia e Antônio Joaquim de Almeida. Lembro-me bem dele. Mas já me avisaram em Washington que ele mudou muito. Sofreu um acidente enquanto pintava um mural. Teve fraturas nos dois braços, precisou fazer plástica no rosto. Recebi um telefonema dele ontem, a voz muito alegre “Welcome to San Francisco, Maria Helena! ” Queria saber se eu poderia mesmo ver seus quadros. O appointment foi marcado ,acho melhor quando é assim, pois o horário é cumprido religiosamente. Às duas horas, já estava ele no hall do hotel. Desconfiei que só podia ser ele.

         Estava esperando uma reação minha. Tornou-se muito feliz quando disse tê-lo reconhecido. Levou-me até seu estúdio, mostrou-me os quadros um por um. Vai fazer uma exposição em San Francisco agora em março. Os quadros estão fresquinhos, o cheiro de tinta chega até o corredor. São enormes, 2 metros de altura por 1 metro de largura. Formas abstratas em fundo branco, um abstrato informal, mais lírico, mais limpo, mais cuidadoso. Pinta as formas sobre a tela, sem um estudo prévio. Depois vai cuidando delas, acrescentando detalhes à composição. Alguns são extremamente poéticos e têm uma certa influência oriental. Chamei-lhe a atenção disto e ele me disse que de fato esteve o ano passado no Japão.  Mr. Du Casse reage contra o expressionismo do leste. Contra Hoffmann e seus filiados e também contra o concretismo matemático, cheio de medidas e regras. Suas formas são leves, luminosas. São decididas, abraçam o espaço branco da tela como mundos que se desvendam. Gostei muito. A turma de pintores do Pacífico é extremamente diferente do expressionismo furioso dos pintores do Atlântico. Engraçado, eu estou podendo fazer este julgamento. Mas a minha viagem me proporciona também, além de tudo, o prazer de comparar. Estive em Washington e N. York, agora em Seattle e S. Francisco. Parece que os daqui são mais comedidos, refletem mais quando pintam.

Volto a olhar a paisagem. A Califórnia deve ser o celeiro do país. São campos e campos cultivados; enquanto neva no leste, o homem planta e colhe aqui. Faz gosto ver como tratam da terra. Estamos agora em Watson View, célebre por suas plantações de morangos. Do outro lado cultivam espinafres, peras, maçãs. Da janela, estou vendo o panorama. Estamos perto de algum campo de aviação. Não vejo o aeroporto, vejo os jatos no céu. Deixam um traço reto no espaço, como uma enorme cauda de fumaça. Um na frente, deve ser dos Boeings 707, muito grande; outros menores, atrás. Um já fez uma curva para descer. Quando se está lá dentro, não se percebe que vão tão depressa.(Trecho de diário de viagem aos EUA, 1961)

*Fotos da internet

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terça-feira, 5 de abril de 2016


VIAGEM AOS EUA VII – Minha experiência com a “Action Painting”

Acabei de pôr em liquidação as telas inacabadas. Meus colegas americanos disputaram a herança de minhas coisas. Dei duas telas esboçadas para um, a lata de terebentina para outro; o terceiro ficou olhando e me pediu a chave do armário. Com a entrega da chave na portaria, tem direito a receber dois dólares de reembolso. Foi uma despedida feliz.
                   Turma desinibida, esta! Pintam loucamente, sem complexo, telas enormes. Não existe a preocupação da tinta, nem do preço do material. As cores são atiradas na tela a jato, sem o cuidado de um croqui preliminar. Mr. Stamos faz questão do quadro ser pintado, não desenhado. A forma é o próprio quadro depois de pronto. As cores têm de vibrar, as pinceladas devem ser livres, espontâneas. Gostei da maneira. Precisava há muito deste contato com gente corajosa, para largar o medo de enfrentar a tela de um jato. Nunca imaginara poder me embrenhar em semelhante aventura. A aventura de falar diretamente, sem intérprete, para a tela branca. Consegui com facilidade me fazer expressar. Não sei se meus quadros estão bons, são grandes tentativas de libertação. Os colegas interessam-se por meus problemas. Perguntam onde aprendi a pintar, um deles, o mais caladinho e tímido de todos, veio indagar, num intervalo, se não teria, por acaso, estudado em Paris. Morou em Paris muitos anos, estudou com André Lhote. Há o americano que já esteve na 2a Grande Guerra, e lá conheceu um brasileiro; há o argentino baixinho que briga e brinca como uma criança com aquela loirinha da turma. A loirinha é bonita e jovem, casada com um engenheiro, o marido veio buscá-la outro dia, na escola. O argentino tem um Studio em Greenwich Village e pinta o dia inteiro. Não trabalha fora, mas a esposa trabalha. Agora, anda às voltas com a loirinha. Tive vontade de avisar a pequena, mas não tenho nada com isto, o melhor é ficar calada. O monitor da turma pinta quadros deprimentes em fundo negro. Já dançou no carnaval do Plaza Hotel, em N. York, ficou encantado com a animação do brasileiro. Coisa de louco! Para demonstrar, puxou cordão com o argentino dentro da sala. O argentino é fã da música brasileira. Assobia samba o tempo todo. Aquele ruivo de cabelos compridos chama-me de little lady. Espantam-se da minha produção em massa. Resolvi dar as duas telas para aquele que já esteve na guerra. É dedicado à pintura e parece não ter muito dinheiro. Pinta quadros pequeninos, poupa as tintas. Ficou encantado com a herança.
Aqui em N. York predomina a escola de Pollock, Hoffman, De Koonnig, Stamos e Brooks. São violentos, expressivos, completamente informais.
James Brooks pertence à categoria dos informais, suas fases são firmes e conscientes e há uma certa unidade entre elas. Todo o itinerário de sua pintura está aí nos quadros que me mostra. Este itinerário será publicado em livro brevemente. Mr. Brooks é polido com as senhoras, como todo americano. Desce comigo as escadas, leva-me até o ponto mais próximo de ônibus. “Vou levá-la até a Broadway, não convém que ande sozinha por aqui”. (Trecho do diário de viagem aos EUA, 1961).
          *Fotos da internet
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VIAGEM AOS EUA VI - Stamos e Art students league

Escrevo de dentro do Boeing da United Airlines. Vim de 1ª classe, assentos confortáveis, melhores que a minha viagem do Brasil. Expectativa. O Boeing ainda não levantou vôo. Enorme campo, coberto de neve, somente a pista, limpam para a aerona­ve subir. O sol do poente, muito vermelho, levanta-se no meio da fumaça e da neve, como as manchas de um quadro de Stamos.  Vi este quadro ontem numa galeria em N.York. Enorme campo branco e no meio do espaço manchas dramáticas de vermelho, alaranjado. Igualzinho ao quadro de Stamos, um dos maiores expressionistas, americanos.
                   Resolvi frequentar um curso noturno de arte na tradicional Art Students League. Fico admirada de ver tanto academismo nas paredes e nas salas. Vou passando depressa pelos corredores, até atingir a sala de Mr. Stamos. Mr. Stamos é um dos poucos professores modernos da escola. Conheci-o de longa data, através de um catálogo que o consulado americano me enviou no Brasil há um ano. Aquele quadro vermelho e negro, com um grande espaço branco, impressionou-me de início. Mr. Stamos tem consciência do que faz. Considerei-o o melhor dos pintores americanos por aquele catálogo. Considero-o ainda o melhor da costa leste. Tem uma capacidade de síntese impressionante e extraordinária força de expressão. Agora, virei estudante. Sou sua aluna.  Comprei um estoque novo de tubos e telas. Esses tubos, enfileirados dentro da caixa, dão-me uma certa alegria de viver. Com a ajuda deles, posso me expressar, isto me dá uma emoção logo de entrada. A sala é iluminada com enormes lâmpadas, cercada de prateleiras. Dezenas de estudantes trabalham aí. Veem-se restos de papéis sujos de tinta, os cavaletes são imundos de tintas, as portas são sujas de tinta. Há tintas e quadros por todos os lados, quadros modernos, expressionistas, sem o controle e a disciplina da nossa conhecida escola brasileira. A pintura vem à tona espontânea, saindo diretamente do pincel para a tela, sem o estudo prévio de um croqui. Fico observando os colegas e começo também a pintar. Tenho as tintas à minha frente, uma tela enorme para ser usada. Quero usar cores bem claras, para não ser chamada de decorativa. Não quero ser decorativa, quero ser expressiva. Pinto o espaço pensando nos imensos voos que dei. Não são mais navios, são céus, céus americanos, guiados por mãos brasileiras. Estou contente de começar a ser livre. Agora, posso pintar sem o medo de errar. Posso pintar livremente, sem a medida da régua, do espaço dividido geometricamente, e, engraçado, uso, às vezes, o pincel como Guignard me ensinou, há anos. Ponho duas, três cores, e faço o pincel rodar. As aulas de Guignard voltaram à tona, depois de tantos anos. Os alunos me observam, mas não tenho medo. Mr. Stamos ainda não viu meus quadros. Vem duas vezes por semana para criticar. Reúne em círculo os alunos, e um por um, são observados os quadros. Faz a crítica, dá sugestões – não toca no quadro, nem dá pinceladas para mostrar. Critica, apenas – depois pede sugestões aos alunos. Depois de uma hora de crítica, retira-se e deixa a turma sozinha.
Mr. Stamos gostou do meu trabalho e os colegas me cercaram com perguntas. Tive de responder que viera do Brasil e também que eu já tinha muitos anos de arte. Naquele momento conquistei novos amigos nos EUA, todos ligados à “Action Painting” (pintura de ação)
                   As aulas de Theodorus Stamos influenciaram a minha pintura. O meu abstrato informal passou a ser mais livre e corajoso. Depois dessa viagem aos EUA em 1961, passei a pintar diretamente em grandes telas, sem estudos preliminares. (Trecho do diário de viagem aos EUA, 1961).

*Fotos da internet

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